CORREIO BRAZILIENSE -
O resultado do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano manteve o essencial - a
disparidade entre o ensino privado e o público. Escolas pagas
sobressaem. Brigam entre si pelas primeiras colocações no ranking das
melhores. As mantidas pelo governo ficam atrás, bem atrás. As mais bem
classificadas fogem à regra geral porque estão vinculadas a instituições
como universidades.
Questionado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, lembrou o óbvio: a disparidade das condições sociais dos estudantes. Ninguém duvida de que pais aptos a arcar com altas mensalidades contam com bibliotecas em casa, assinam jornais, têm acesso a viagens, navegam nas ondas da internet. Não só. São capazes de acompanhar o aproveitamento dos filhos e oferecer-lhes reforço sempre que necessário.
Não é o caso dos frequentadores de escolas públicas. As famílias, sem lastro cultural e sem folga financeira, dependem quase exclusivamente das instituições de ensino. É aí que o Estado falha. Quando o país abriu para todos as portas da educação na década de 70 do século passado, ignorou a diferença apontada por Mercadante. Sem levar em consideração o tamanho do abismo que separava (e separa) uns e outros, atendeu os novos clientes com os recursos que atendia os antigos - membros da elite nacional.
O resultado se repete até hoje. Democratizou-se o acesso à escola sem se democratizar o saber. Rouba-se dos pobres a oportunidade mais certa de ascensão social. Em bom português: perpetua-se a disparidade que se observa desde as Capitanias Hereditárias. Na sociedade globalizada, os excluídos do conhecimento são os excluídos das boas universidades e dos bons empregos.
A avaliação constitui passo importante no processo da aprendizagem. De um lado, permite considerar acertos e erros na caminhada de crianças e jovens em direção à liberdade. De outro, oferece base para a correção de rumos. O Brasil descobriu tardiamente as vantagens do julgamento objetivo de resultados. Só na década de 90 o MEC tomou medidas concretas aptas a orientar políticas na área da educação.
É o caso do Enem. Criado em 1998, visava radiografar a qualidade da educação nacional. Hoje, além de avaliar a excelência do ensino médio, serve para dar acesso às universidades públicas. Pouco a pouco, substitui o vestibular, que se revela inadequado para selecionar os futuros estudantes do nível superior. A pergunta que se impõe é esta: com o diagnóstico repetido ano após ano, que medidas concretas o governo tomará para melhorar o desempenho das escolas públicas? A resposta passa, necessariamente, pela qualidade do professor e do material didático. Nos dois itens, o país marca passo. Até quando?
Questionado, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, lembrou o óbvio: a disparidade das condições sociais dos estudantes. Ninguém duvida de que pais aptos a arcar com altas mensalidades contam com bibliotecas em casa, assinam jornais, têm acesso a viagens, navegam nas ondas da internet. Não só. São capazes de acompanhar o aproveitamento dos filhos e oferecer-lhes reforço sempre que necessário.
Não é o caso dos frequentadores de escolas públicas. As famílias, sem lastro cultural e sem folga financeira, dependem quase exclusivamente das instituições de ensino. É aí que o Estado falha. Quando o país abriu para todos as portas da educação na década de 70 do século passado, ignorou a diferença apontada por Mercadante. Sem levar em consideração o tamanho do abismo que separava (e separa) uns e outros, atendeu os novos clientes com os recursos que atendia os antigos - membros da elite nacional.
O resultado se repete até hoje. Democratizou-se o acesso à escola sem se democratizar o saber. Rouba-se dos pobres a oportunidade mais certa de ascensão social. Em bom português: perpetua-se a disparidade que se observa desde as Capitanias Hereditárias. Na sociedade globalizada, os excluídos do conhecimento são os excluídos das boas universidades e dos bons empregos.
A avaliação constitui passo importante no processo da aprendizagem. De um lado, permite considerar acertos e erros na caminhada de crianças e jovens em direção à liberdade. De outro, oferece base para a correção de rumos. O Brasil descobriu tardiamente as vantagens do julgamento objetivo de resultados. Só na década de 90 o MEC tomou medidas concretas aptas a orientar políticas na área da educação.
É o caso do Enem. Criado em 1998, visava radiografar a qualidade da educação nacional. Hoje, além de avaliar a excelência do ensino médio, serve para dar acesso às universidades públicas. Pouco a pouco, substitui o vestibular, que se revela inadequado para selecionar os futuros estudantes do nível superior. A pergunta que se impõe é esta: com o diagnóstico repetido ano após ano, que medidas concretas o governo tomará para melhorar o desempenho das escolas públicas? A resposta passa, necessariamente, pela qualidade do professor e do material didático. Nos dois itens, o país marca passo. Até quando?
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