Piruetas no azul do céu
O Público lotou o calçadão do Pontão do Lago Sul para acompanhar a última apresentação deste ano da Esquadrilha da Fumaça a bordo das aeronaves A-27. Os pilotos passarão por treinamento em Pirassununga (SP) para estrear os modernos Super Tucanos
ARTHUR PAGANINI ÉTORE MEDEIROS
O calçadão à beira do Lago Paranoá, no Pontão do Lago Sul, ficou pequeno para a multidão que acompanhou a última apresentação do Esquadrão de Demonstração Aérea (EDA) — a Esquadrilha da Fumaça — com o modelo de aeronave Tucano T-27, da Embraer. Eram por volta das 16h quando os sete pilotos entraram em formação no campo aéreo da região, para a surpresa do público, que aguardava a série de demonstração com ansiedade.
Diferentemente de outras ocasiões, quando um militar das Forças Armadas narrava as manobras em terra, ontem, toda a performance foi executada sem cerimônia oficial. A última apresentação durou cerca de 30 minutos e ficou marcada como uma despedida carinhosa aos 30 anos de operação dos T-27.
O servidor público Ernane Sátyro, 43 anos, aproveitou o domingo de Páscoa para levar o filho mais novo, Diogo, de 8, à apresentação. Pai de dois filhos, Ernane conta que sempre traz a família nas comemorações cívicas em que a Esquadrilha se apresenta. “Isso desperta interesse pelos símbolos nacionais e pela cidadania, o que é importante para as crianças nessa idade”, afirma. O filho também não escondeu o gosto pelas aeronaves e demonstrou conhecimento no assunto. “A Esquadrilha vai ficar sem se apresentar por um tempo, porque eles vão treinar com os novos aviões até se acostumarem”, informou.
Espírito cívico
A chegada das sete aeronaves foi em rasante à beira do Lago Paranoá. Foram apresentadas algumas das mais tradicionais manobras do grupo, como o coração, o looping em leque, o looping com desfolhado e o DNA com duas voltas. Os pilotos chegaram em formação normal, com sobrevoo em formato de flecha.
Uma das primeiras manobras foi o looping com desfolhado, em que todos sobem juntos e, no momento de descida, separam em direções diferentes. Manobras de ponta cabeça também foram executadas para fascínio do público. Além dos rasantes, efetuados próximo à margem, a composição do coração foi uma das que mais chamou atenção.
Esposa de um coronel da FAB, a dona de casa Myriam Müller, de 48 anos, destacou o espírito cívico como um dos principais fatores de atração do público às apresentações militares. “A bandeira, o hino e outros símbolos nacionais estão um pouco esquecidos nas escolas. Sempre instruo meus filhos a buscarem conhecimento sobre a nossa história, pois isso é o que forma o caráter do cidadão”, opina.
Mas ela lamentou o período de adaptação das novas aeronaves pelos pilotos, o que vai suspender por cerca de nove meses as apresentações do grupo. “A Esquadrilha vai fazer falta, porque onde ela vai carrega multidões”,
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