Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 27 de março de 2024

Intervencionismo estatal e a materialização do coletivismo

   Alex Pipkin, PhD


 Como seria salutar se os homens melhor compreendessem o comportamento dos homens. Burocratas estatais creem ser semideuses honoríficos.

A paixão pelo poder é uma característica imanente desses de ambição avantajada que, dessa forma, desejam controlar a tudo e a todos. Eles adoram controlar e regular a vida dos outros nas mais distintas esferas, sempre aludindo o bondoso “é para o seu bem”, ou melhor, para maior bem-estar da sociedade. Nobre, não?

É evidente que tal “sociedade” não passa de uma pequena (des)elite estatal, sempre acompanhada e de mãos dadas com “empresários” espertos do compadrio. Costumo afirmar que o maior câncer social é o abusivo intervencionismo estatal, que vai lenta e progressivamente matando a todo o tecido social.

É por meio de regulamentações, de controles risíveis - e de muita burocracia para inchar a máquina estatal - que burocratas vão asfixiando genuínos empresários e demais indivíduos. A meta – depois, é só “dobrar a meta” - é a coletivização geral, mesmo que exista uma aparente proteção à propriedade privada. Essa se torna, pragmaticamente, uma mera marionete nas mãos sujas desses “semideuses” estatais.

Neste ardil contexto, fico pensando em como parte do “empresariado” brasileiro não deseja empresariar coisa alguma. Como podem empresários apoiar um desgoverno coletivista? Boa parte da resposta é conhecida por aqueles com um rasgo de discernimento: a grande mãe Estado vende privilégios e benesses para tais empresários com “e” minúsculo, às custas de legítimos empresários e de todo o conjunto de cidadãos comuns.

Assim, o círculo vicioso se perpetua, e a tábua da salvação da destruição criativa, das inovações e do crescimento econômico, desaparecem. Elimina-se do mapa econômico o eficiente mecanismo de preços de mercado. Mínguam as oportunidades e o estabelecimento de relacionamentos colaborativos e voluntários entre os indivíduos, apagam-se as ações no mercado e, evidente, perde-se a direção e o foco na produtividade e na eficiência.

Os genuínos empresários somente sobrevivem se utilizando de tubos de oxigênio. Eles deixam no armário o vital estímulo pelo alcance de uma lucratividade superior. A produção diminui pela quantidade de expropriação que esses devem suportar. Na verdade, são sufocados pelo nefasto intervencionismo estatal. Ainda que desejem alcançar a eficiência, eles são amordaçados por uma legislação draconiana, que se ajusta aos interesses de burocratas e de “empresários” amigos do rei.

Tais comparsas não têm a preocupação com a eficiência, uma vez que se existirem perdas, a voraz máquina tributária faz com que genuínos empresários e cidadãos comuns paguem a conta. Neste ambiente coletivista, de fato, tudo passa a ser “gerido” pelo grande Estado. E tudo que é “tocado” pelo Estado é mal administrado e ineficiente! Simples assim.

O mais sombrio é que a medida que as complexidades sociais se amplificam, o povaréu, subsidiado, manipulado e incauto, vai perdendo o seu interesse e a preocupação com os assuntos relacionados ao verdadeiro mercado produtivo. De outra parte, cresce o interesse e a preocupação de burocratas estatais em regular e, especialmente, em tributar a tudo e a todos.

Esse é o retrato fiel da sociedade verde-amarela do emblemático “rent seeking”. Por meio do intervencionismo estatal, especificamente, do compadrio, agentes estatais mancomunados com “empresários”, controlam e manipulam as atividades econômicas, despreocupados com a eficiência e a correspondente agregação de valor aos produtos e serviços produzidos e ofertados. Ao cabo, eles sugam a renda dos reais criadores de riqueza.

O resto dessa história é conhecida: a (des)elite estatal e uns poucos outros se tornam os únicos favorecidos. O resto, coercitivamente, deve carregar o Estado todo-poderoso nas costas. Ao resto, escravizado, só resta mesmo beijar a mão do soberano Estado.











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