Roberto Rachewsky
Revoluções não são um problema em si. Revoluções se tornam um problema quando são guiadas por gente sem princípios, sem valores, sem ideais e sem escrúpulos.
Existiu a Revolução Francesa e a Revolução Russa, ambas acabaram com monarquias tirânicas para substituí-las por repúblicas tirânicas. O problema não foi a Revolução, foram as ideias que moveram os revolucionários, tão nefastas quanto as que sustentavam o status quo. A adesão popular em ambas se deu num segundo momento, quando as elites revoltosas convocaram o povo para apoiá-los, prometendo mais liberdade, mas também igualdade e fraternidade. Deu no que deu.
Existiu também a Revolução Gloriosa, na qual o poder, que antes era absoluto do monarca inglês, foi limitado e dividido com o parlamento; e a Revolução Americana, tendo esta começado em 1776, com a Declaração de Independência, e terminado apenas em 1865, com as emendas constitucionais que aboliram a escravatura, entre outras providências.
A Revolução Americana consistiu em duas guerras de secessão, em 1776, quando as 13 colônias britânicas estabelecidas na América declararam independência da Corôa; e em 1861, quando os estados confederados tentaram a separação da União, mas acabaram subjugados no final, tendo que aceitar o que a Declaração de Independência de 1776 estipulava.
Quando o status quo tem hegemonia absoluta e controle total do processo político e decisório, impossibilitando mudanças políticas promovidas pelo convencimento e pelo consenso, não tem outra maneira das mudanças necessárias ocorrerem a não ser pela força de uma Revolução que rompa com a tradição que muitas vezes envolve sistemas perversos de exploração da população pelos detentores do poder coercitivo.
Às vezes, o uso da força que caracteriza um processo revolucionário não passa do legítimo exercício dos indivíduos na defesa de seus direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade contra usurpadores. Outras vezes, são os usurpadores dos direitos individuais que usam a força para implantarem regimes totalitários por meio de processos revolucionários.
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