Suspensão da execução da pena imposta a Antonio Palocci é consequência da soltura de Lula
Fábio Matos, Revista Oeste
A suspensão da execução da pena imposta ao ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que teve condenações anuladas no âmbito da Operação Lava Jato, é consequência da anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A avaliação é do jornalista Augusto Nunes, colunista da Revista Oeste e comentarista do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan.
“A soltura do Palocci é consequência da soltura do Lula. Depois de botar em liberdade o chefe do maior esquema de corrupção da história, por que deixar os comparsas na cadeia?”, indagou Augusto. “Este é o verdadeiro ‘saidão’ de Natal dos bandidos da Lava Jato. Só resta o Sérgio Cabral na cadeia”, completou.
Segundo o colunista de Oeste, “a delação do Palocci é uma coisa portentosa”. “Se qualquer Justiça de país sério recebesse essas informações, o que haveria de consequência seria um negócio de cinema. Ele contou tudo”, lembrou o comentarista.
Para Nunes, o fato de Palocci ter muito conhecimento sobre as entranhas do Judiciário no Brasil influenciou na decisão de suspender a execução penal.
“Palocci sabe coisas sobre o Judiciário que, no Brasil de hoje, é melhor não saber, se não se quer correr riscos”, disse. “Ele está na origem da roubalheira porque acabou ocupando o cargo que seria destinado a Celso Daniel se não tivesse sido assassinado, em uma história muito mal contada.”
Ainda de acordo com Augusto Nunes, “o esquema armado pelo STF é o mais vergonhoso montado por qualquer instituição semelhante no mundo, em qualquer tempo”.
A decisão foi proferida pelo juiz federal Dineu de Paula, durante o plantão do Judiciário. Na prática, ele anulou a ação da penal pela qual Palocci e outros 12 réus haviam sido condenados na Lava Jato e transferiu o processo para a Justiça Eleitoral do Distrito Federal.
De acordo com o despacho do magistrado, Palocci deve devolver a tornozeleira em até cinco dias úteis, de forma presencial ou por meio de seus advogados.
No início de dezembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou condenações impostas pelo então juiz Sergio Moro a Palocci na Lava Jato. A decisão foi tomada pelo ministro Jesuíno Rissato, que entendeu que as acusações diziam a respeito a crime eleitoral e que a Justiça Federal de Curitiba não tinha a prerrogativa para analisar os casos.
publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2021/12/augusto-nunes-e-o-verdadeiro-saidao-de.html
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