MIRANDA SÁ
“A pesquisa e o raciocínio científicos devem ser o maior objetivo para o nosso progresso intelectual” (Silva Mello)
Soma-se à epígrafe do mineiro de Juiz de Fora, Antônio da Silva Melo, cientista, médico, professor e ensaísta, autor do espetacular “Eu no Universo” entre outros livros magníficos, uma tese de mestrado que li, mas não pude mais encontrar no Google, perdendo o nome do autor, que escreveu: “A História do Pensamento é também História da Razão”.
Veem de longe o conceito e o debate sobre a Razão. Encontramo-la no caudal da Filosofia com os aristotélicos, mais tarde no iluminismo europeu e, fechando o firo, com o filósofo alemão Hegel, que nos trouxe a compreensão da Razão como fruto de sucessivas gerações de pessoas, intemporal, portanto, na escalada histórica da humanidade.
Como consequência da Razão, nasceu a Revolução Francesa que a pôs nos altares como “deusa”, santificando aureolada a Democracia livre dos dogmas religiosos que sufocaram a Idade Média e dos privilégios da nobreza.
O verbete Razão é um substantivo feminino de origem latina, ratĭo,ōnis, significando cálculo, medida, proporção e registro. É a capacidade natural de raciocinar, de compreender, de estabelecer relações lógicas e também de avaliar e de julgar. A Razão, como entendimento pessoal sobreposto à emoção e à mística, nos leva à essência objetiva dos casos, dos fatos e das pessoas, pela observação e o raciocínio.
A Razão está presente na Matemática (o que me fez sofrer no ginásio), como relação entre dois valores de uma mesma grandeza, expressa geralmente como “a para b”, a:b ou a/b…. E, na Contabilidade, intitulando o livro que registra os lançamentos registados no diário.
Filosoficamente, a Razão deveria funcionar como uma bússola para orientar a política com patriotismo, e o Judiciário com sensatez e honestidade; mas, infelizmente, o que assistimos é a política adentrando nos tribunais e a Justiça saindo pela porta dos fundos, como alerta François Guizot.
Forças ocultas e misteriosas dominaram desde cedo o arcabouço jurídico do País, despachado do outro lado do Atlântico pela devassa corte portuguesa dos anos 1500, para assentar a base forense das capitanias hereditárias…
É por aí que encontramos os motivos da Razão consciente demorar a chegar entre nós e o porquê de não se impor no despudorado cenário político brasileiro, aonde se inverte a observação conceitual das casas legislativas em prejuízo da consciência cívica e da honestidade.
Paralelamente, observamos a magistratura brasileira como peça do mecanismo da Constituição de 88 com os parafusos frouxos, iludindo o entendimento da culpa, se advém do sistema ou da natureza humana; se devemos condenar a legislação cheia de duplas interpretações ou condenar os juízes que arranham a noção pura da Justiça….
O que baixa dos tribunais superiores em desacordo com os anseios nacionais é intolerável. Liberta-se criminosos condenados e impede-se investigações de suspeitos. Agora mesmo, a troika que atua no STF contra a Lava Jato se juntou ao procurador-geral da República Augusto Aras e aos picaretas do Congresso para impedir investigações contra o crime organizado e a corrupção política.
O panorama é vergonhoso. Há 50 deputados na Câmara Federal investigados por práticas delinquentes, com predomínio das suspeitas de corrupção. Contra isto, felizmente, a corrente de pensamento arrazoada cresce para regozijo dos verdadeiros patriotas.
A Razão coletiva do povo brasileiro esteve presente nas manifestações de rua contra a criminalidade institucional nos governos lulopetistas e foi decisiva para a queda do lulopetismo corrupto e corruptor, e para a eleição de Jair Bolsonaro enganador…
Agora se assiste com revolta ensaios conjuntos dos fantasmas de Atibaia, da direita e da esquerda, contra a Lava Jato por uma volta ao passado. A cegueira do fanatismo “vê” diferença entre “roubozão” de Lula da Silva e o “roubozinho” das rachadinhas de Flávio Bolsonaro.
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