José Carlos Werneck
Um grupo de empresários filiados ao Instituto Brasil 200, liderado por Flávio Rocha, dono das Lojas Riachuelo, e integrado por dirigentes simpáticos ao governo Bolsonaro, como Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e João Appolinário, da Polishop, decidiu apoiar o ato pró-governo marcado para o próximo domingo,dia 26.
O Brasil 200 a princípio estava reticente em incentivar a adesão aos atos, mas mudou de posição, segundo seu presidente Gabriel Rocha Kanner, depois de se reunir-se com outros destacados líderes empresariais.
PAUTAS ERRADAS – “Estávamos contrários porque a manifestação surgiu de forma nebulosa, com pautas de ataques às instituições e a favor do fechamento do Congresso. Somos contrários à teses revolucionárias. Acreditamos que as mudanças têm de ser feitas pelas instituições”, ressaltou.
Segundo Kanner, porém, as pautas “evoluíram” e as manifestações trarão agora temas defendidos pelo Brasil 200.
“As manifestações são um fenômeno orgânico e vão ganhando corpo. Defendemos a reforma da Previdência, a reforma administrativa e o pacote anticrime do ministro Sergio Moro e, por isso, daremos nosso apoio”.
Diz Kanner que o cenário atual está repetindo o que aconteceu em 2013, quando os protestos eram pelo aumento do preço da passagem e se tornaram contra a corrupção. Ou nas manifestações pelo impeachment, que começaram com pessoas pedindo a intervenção militar.
NA AVENIDA PAULISTA – Kanner estará na Avenida Paulista e outros também sairão às ruas do país, como é caso de Luciano Hang. O dirigente desmentiu categoricamente que representantes do Governo ou do partido do presidente tenham pedido que o Brasil 200 apoiasse formalmente as manifestações.
O instituto, que se define como apartidário, abriu escritório em Brasília para fazer lobby por políticas liberais e tem a deputada Joice Hasselmann, do PSL de São Paulo, como coordenadora de sua frente parlamentar.
Um empresário próximo ao presidente da República, falou, reservadamente, que alguns executivos ainda avaliam se estarão de fato no ato, já que o presidente disse que não participará da manifestação, por temer que sua presença seja confundida com aval direto às diferentes reivindicações.
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