por Miranda Sá
“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa”.(Martin Luther King)
Anos atrás o jornalista norte-americano Michael Moore fez sucesso com o seu livro “Stupid White Men” (“Estúpidos Homens Brancos”) que correu o mundo e teve boa repercussão no Brasil. Mas aqui a palavra “Estúpido” que antigamente era muito usada, não voltou à moda.
Dicionarizado, “Estúpido” é um adjetivo que, segundo o Caldas Aulete, significa “o que provoca emburrecimento e/ou tédio; que não é inteligente. Figuradamente o vocábulo pode ser modo excessivo; demasiado.
A origem é latina, “stupidus,i”, que derivou de “stupere”, ‘ficar atônito, espantado, inerte ou pasmado diante de algo fora do comum’. Daí saiu estupidez, exprimindo ‘sem ação’, ‘incapacitado’, sem discernimento ou falta de inteligência. E por extensão, ação grosseira, incivil.
Com certa ironia, encontra-se na literatura conclusões de que a estupidez humana obedece a leis constantes, como aquela Lei da Gravitação Universal que a gente decorava no ginásio: “a matéria atrai a matéria na razão da sua massa e inversamente proporcional ao quadrado da distância”…
A toda hora e em todo lugar a regra da estupidez se comprova. É o grafiteiro que rabisca os monumentos ou as vitrines de uma loja; é o vândalo que risca a porta de um carro estacionado; são aqueles que nos trens do Metrô e nos ônibus, fazem os mesmos gestos, repetem as mesmas frases, ou ficam alheados com atenção fixa no celular.
Constata-se também a presença da estupidez no mundo político, onde sempre se observa picaretagens visando o assalto ao Erário, como temos assistido à mobilização dos estúpidos – sempre com apoio da mídia – exigindo “articulação” para aprovação da Nova Previdência. “Articulação” em picaretês é o velho “toma lá, dá cá”…
Na estupidez de alguns parlamentares, o futuro é uma ficção… Não são poucos entre os ditos representantes do povo sem a consciência de que daqui a cinco anos os aposentados e pensionistas ficarão sem receber os benefícios por falta de dinheiro.
E como não pode deixar de ser, os estúpidos se assumem como “especialistas”, “experientes” e “técnicos”, sendo entrevistados pelos jornalistas similares para responder tudo que lhe for indagado. Atuam como os infalíveis juris dos programas de auditório.
Por falar em programas de auditório, lembro-me que o meu pai me contou a história de uma promoção, em Hollywood, do concurso para os imitadores de Carlitos com um prêmio milionário. Sob aplauso de centenas de estúpidos, o júri de “especialistas” pôs Charles Chaplin, que se inscrevera incógnito, em 19º lugar como seu “imitador”…
Pelas coisas descritas, creio que exista uma organização da estupidez como sociedade secreta, tipo Máfia italiana, Yakusa japonesa, Tríade chinesa e mesmo os nossos Comando Vermelho, Primeiro Comando da Capital e Milícia Fluminense…
Os estúpidos são organizados, e estendem seus tentáculos por todo aparelho de Estado. É por causa deles, que assistimos a Justiça negada por magistrados ao soltar bandidos; nos revoltamos com as molecagens de deputados em audiência com um Ministro; e desdenhamos os que fazem campanha para libertar um corrupto condenado e preso.
Eles têm uma audiência do tipo daquela que se comporta nos cinemas diante da logomarca (será que se chama assim?) de uma produtora cinematográfica mostrando um abutre num galho que voa até o anagrama da empresa. De início, o auditório grita “xô” para espantar a ave e depois a acompanha com interjeições inaudíveis…
EXTRAÍDADEBLOGDOMIRANDA
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