Em 2011, rodou pela internet um vídeo que
mostrava uma situação exatamente inversa: bispos alemães estariam se
negando a cumprimentar o Papa. A verdade, porém, é que o Papa estava
apresentando os bispos ao presidente da Alemanha, e sua mão estendida
era um gesto de introdução de cada um dos bispos à autoridade visitante,
que em linha, cumprimentava um a um.
Claramente,
tratou-se de um ato difamatório contra o Papa Bento XVI, que foi
desmoralizado tão logo a assessoria do Vaticano desmentiu a intriga
apenas com a serena explicação de como se processa o ritual.
Quem
feriu o protocolo, sim, foi a presidente Dilma Rousseff, ao
aproveitar-se de uma aparição pública em que se veria de frente a um
grande público sem correr o risco de ser vaiada para fazer um discurso
de palanque nonsense, quando deveria resumir-se a dar as boas vindas ao Papa e aos peregrinos estrangeiros.
Ademais,
ninguém entendeu porque foi inserida no seu artigo uma foto de um negro
escravo sendo açoitado. Que relação houve com o fato? O máximo que
consigo depreender disto é que Joaquim Barbosa seria um "nego fujão",
eis que foi colocado no STF para atender aos interesses do PT e
surpreendeu a petralhada com seu desempenho no julgamento do mensalão.
Eu
mesmo não lhe atribuo tanto créditos assim. Se os mensaleiros foram
condenados, foi por terem pago a diversos deputados para votar em
projetos de lei do interesse do PT, ao passo que ele, assim como os
demais ministros do STF, fizeram ainda pior, ao legislarem
judicialmente, inconstitucionalmente - e graciosamente - os mesmos
assuntos. Portanto, o crime foi pagar, e não fazer de graça.
No
entanto, neste caso, dou-lhe razão, até mesmo porque, enfim, guardadas
as proporções, o que fez pelo Brasil - com a extrema carência de bons
homens públicos - foi algo realmente histórico, e ademais, como se
demonstra pela insidiosa postagem do Blog da Dilma fez, ao associar o
acontecido com outras supostas - e às vezes duvidáveis situações
desabonadores que teriam sido cometidas pelo Sr. Joaquim Barbosa - o PT
anda ávido por detratar-lhe a honra precisamente por aquilo que ele tem
de bom.
Muitas
pessoas têm declarado que registraram queixa no site da Polícia
Federal. Eu não o farei, porque repudio uma tal lei que criminalize o
direito de expressão, tal qual é a que enquadra a chamada "injúria
racial". Considero que há uma diferença enorme entre o que merece a
reprimenda moral e o que deve ser considerado delito.
A
lei que incrimina os cidadãos por injúria racial tem como fundamento a
hegemonia de poder sob o conceito de guerra assimétrica, isto é, a
possibilidade de um dos lados de praticar contra seus alvos as mesmas
iniqüidades que a estes se exige que não pratiquem contra ninguém. Os
petistas e seus sequazes têm abusado tanto de tais auto-atribuídas
prerrogativas que nem sequer se dão ao trabalho de serem um pouco mais
discretos.
Lembro
aqui, caros leitores, só de vista grossa, que o Sr. Lula já chamou os
gaúchos de “veados”, assim como, ora ora, a própria musa do movimento
gayzista, a Sra. Marta Suplicy, também não economizou a detratar de
maneira chula seu rival, Gilberto Kassab, por sua suposta orientação
sexual. Agora, temos mais o exemplo do blog da Dilma. E não pensem,
caros leitores, que tais artimanhas se resumem ao Brasil: nos EUA, nem a
então Secretária de Estado Condolezza Rice escapou dos democratas, que,
tão dedicados a defenderem os direitos dos negros, chegaram ao cúmulo
de publicar charges comparando-a a uma macaca.
Prudência,
recato e severidade seriam esperáveis dos editores do Blog da Dilma, ao
invés de dedicarem à intriga e à fofoquinha mais ralé, não propriamente
em honra à pessoa da Sra. Dilma Rousseff, já bem famosa por seus modos
toscos, mas pelo menos em respeito à gravidade do cargo que ela ocupa.
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