Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 25 de junho de 2012

ERUNDINA REPUDIA MALUF

Este texto recebi por e-mail e é de autoria de Nivaldo Cordeiro
 
A histeria anti-malufista de Luiza Erundina diante da foto de Lula com Maluf, na casa deste último, abençoando Fernando Haddad tem um elemento negativo: a esquerda mais convicta e doutrinária, da qual Erundina é membro, não reconhece ao segmento direitista o direito de existir. Vivemos o apogeu da revolução gramsciana e este segmento pensa que a representação política é monopólio seu.
De positivo destaco a coerência da ex-prefeita. Levou suas crenças às últimas consequências. O melhor mesmo foi o evidente enfraquecimento da candidatura petista, a despeito do apoio de Erundina e seu partido, o PSB. Todo esse tumulto em torno da escolha do vice da chapa mostra que a fragilidade continua e que as divisões internas do PT estão inviabilizando eleitoralmente o candidato de Lula. Tudo porque a candidatura natural de Marta Suplicy foi atropelada pela decisão caudilhesca do ex-presidente.
O caso mostra de forma eloquente que a direita política está mesmo em extinção no Brasil. Analistas partidários pró-PT, como José Nêumanne Pinto (Lula malufou para Maluf lular) passam a mensagem inversa: “Mas Lula está longe de ser o demônio execrado pelos malufistas de antanho como um perigoso inimigo do mercado e da democracia”. Lula é o demônio revolucionário em ação e dizer o contrário é uma ação deletéria, para desarmar os espíritos dos eleitores.
A prova que os nêumannes apresentam de que Lula é “bonzinho” é que ele negocia com Maluf. Ora, estão tirando de Maluf a única coisa de preciosa que ele tem, o tempo de TV. Justamente para enfraquece-lo ainda mais. Assim a revolução pelo voto se completa e a vítima direitista fica sorrindo até o fim de sua morte política.
Emblemático que mais uma vez, mesmo em uma mera eleição municipal, a disputa se dará estritamente entre partidos e candidatos esquerdistas. Esse é o escândalo que salta aos olhos, é a consumação da revolução gramsciana. Não há mais representação política de direita. Todos os partidos são meras sublegendas do antigo Partidão. É a plena falsificação da democracia.

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