Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 18 de abril de 2024

'O capanga militar e seu ditador',

 por Rodrigo Constantino

O comandante do Exército Brasileiro (EB), general Tomås Paiva.| Foto: André Borges/EFE


Foi um pĂ©ssimo dia para que o comandante do ExĂ©rcito, TomĂĄs Paiva, confessasse que verificava sempre com Alexandre de Moraes, nĂŁo com a Constituição, o que deveria fazer. No mesmo dia, veio Ă  tona, pelo ComitĂȘ JurĂ­dico do Congresso americano, as decisĂ”es claramente ilegais e abusivas do mesmo ministro.

"Estava apenas seguindo ordens" foi a desculpa utilizada por todos os nazistas, e Hannah Arendt cunhou a expressĂŁo "banalidade do mal" para resumir essa postura. O militar foi atropelado por deputados como Marcel van Hattem, Ricardo Salles e Luiz Philippe de Orleans e Bragança, que expuseram a conduta vergonhosa da cĂșpula das Forças Armadas.


Talvez seguros da impunidade, os censores alexandrinos sequer colocaram alguns esquerdistas sob censura para disfarçar.


Seguir ordens Ă© o que faz qualquer capanga. Resta saber: quais ordens? Se Alexandre mandasse fuzilar os manifestantes do 8 de janeiro, a ordem seria executada? MissĂŁo dada, missĂŁo cumprida? Basta um cenĂĄrio hipotĂ©tico para mostrar o absurdo dessa mentalidade. Os militares tĂȘm compromisso com a Constituição, nĂŁo com um ministro supremo que se acha acima dela.

A jogada de Elon Musk foi brilhante, e culminou na retirada dos sigilos de inĂșmeras decisĂ”es de Alexandre de Moraes e do TSE por parte do Congresso americano. SerĂĄ que Alexandre vai incluir todos os congressistas republicanos em seus inquĂ©ritos tambĂ©m? O que foi revelado Ă© assustador e explica o sigilo: eram decisĂ”es arbitrĂĄrias clandestinas, criminosas.

Monark, por exemplo, foi alvo de um pedido que faria o AI-5 parecer aquecimento de escoteiro. O youtuber libertĂĄrio disse apenas que defendia o direito Ă  existĂȘncia de um partido nazista – algo que ocorre, por exemplo, nos EUA. NĂŁo era uma defesa do nazismo em si, pois ele defende o mesmo direito aos comunistas – e esses tĂȘm partido e estĂŁo no poder, aliĂĄs. Alexandre exigiu "inclusive o afastamento excepcional de garantias individuais" do rapaz. Bizarro!

Talvez seguros da impunidade, os censores alexandrinos sequer colocaram alguns esquerdistas sob censura para disfarçar. Eram centenas de contas de conservadores sendo banidas, sem qualquer fundamentação jurídica, com base no puro arbítrio. Até memes eram pretexto, ou críticas legítimas ao próprio ministro. "Não gostei, então meto censura": eis o método utilizado. Coisa de tirano mesmo.

O que vai acontecer agora ninguĂ©m sabe. Mas podemos, ao menos, constatar o Ăłbvio, com provas: Alexandre promoveu uma perseguição implacĂĄvel por motivos polĂ­ticos, e agiu totalmente fora da lei. Enquanto isso, vĂĄrios cĂșmplices aplaudiam. Inclusive militares "melancias" – verdes por fora, vermelhos por dentro. Estavam confortĂĄveis no papel de carrascos, de capangas de um ditador.



Rodrigo Constantino, Gazeta do Povo















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