Alex Pipkin, PhD
Na atual sociedade do espetáculo e da bisonha sinalização de virtude, o caminho para o fracasso é bastante curto e rápido.
Não basta ser, todos querem parecer ser apologistas “do amor, da benevolência, da fraternidade, da devoção ao outro”, enfim.
Evidente que o mais importante de tudo é gritar aos quatro ventos a posse da suprema virtude da bondade.
Lamentável que chegamos a esse ponto. Hoje, caridosos de plantão, repletos de ideologias interesseiras em suas cabeças enjauladas, escassas de experiências pragmáticas, concedem legítimos “fast pass” para o fracasso de pessoas, especialmente, dos mais jovens e, por consequência, de todo o conjunto social.
Mais uma vez, tangenciando a pretensão, digo que eles não sabem o que dizem. Aliás, caridosos, normalmente, entendem de tudo, mas não sabem de quase nada.
Evidente, esses não leem nada, escutam de outros em suas bolhas, em seus grupos de pertencimento, ou leem muito, mais muito pouco. São caridosos papais que confundem conceitos e coisas.
Esses não conseguem discernir as diferenças, por exemplo, entre egoísmo e interesse próprio.
Adam Smith, em 1759, em Teoria dos Sentimentos Morais, já afirmava que a busca pelo interesse próprio, ou seja, de determinados objetivos pessoais, inevitavelmente, beneficiaria outros indivíduos.
Em 1776, em A Riqueza das Nações, Smith apontava que o interesse próprio estimularia a cooperação social e, nos mercados, outras pessoas seriam beneficiadas pelas interações voluntárias que ocorrem no seu interior.
Justamente a “mão invisível” do mercado smithiana, tinha a intenção de explicar que em uma economia concorrencial, a busca pelo interesse individual resultaria em melhoria do bem comum.
Um sujeito agindo de acordo com seu interesse próprio, segundo seus próprios objetivos, para que esses fossem alcançados, teria que agir de forma a atender os interesses daqueles que se encontram envolvidos nos relacionamentos voluntários e colaborativos com tal indivíduo.
Nesse grotesco faz de conta atual, progressistas de araque berram pelo fim da economia de mercado. Essa é aquela capaz de gerar emprego, renda, riqueza e prosperidade, e de tirar milhões e milhões de pessoas da linha da miséria e da pobreza.
Esses não querem que os reais trabalhadores, que se associam em relações voluntárias nos mercados, ganhem e fiquem eles próprios com os recursos criados. Desejam que o poderoso e grande Estado se aproprie dos recursos gerados pelos indivíduos, e que esse execute a regra básica da dependência, a redistribuição da renda produzida pelos criadores de riqueza.
O progressismo de araque opera dentro de uma estratégia clara e objetiva.
Trabalha desde as bases.
Na educação, ao invés de privilegiar o interesse próprio do aluno que, sem dúvida, é receber um ensino de qualidade em português, matemática, ciência, computação, história, filosofia, entre outras, a fim de formar pessoas e profissionais competentes, “professores” persistem pregando a ladainha opressora, que de acordo com suas agendas ideológicas pessoais, conduzirá ao bem de todos e, assim, da sociedade.
O objetivo da educação não é beneficiar a sociedade, é sim formar profissionais excelentes em suas áreas de atuação que, dessa forma, estarão contribuindo de maneira eficaz para o genuíno bem comum.
Reitero a educação tem que ajudar os estudantes, não a sociedade.
Qualquer sujeito que faz uso da racionalidade, sabe que uma sociedade não progride sustentada por fantasias e sonhos caridosos.
Aludo o grande e saudoso Roberto Campos: “O mundo não será salvo pelos caridosos, mas pelos eficientes”. Ponto.
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