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Na pandemia, as mortes registradas em casa por doenças que não são classificadas como covid-19 tiveram um salto.
O levantamento foi realizado com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade pela Vital Strategies, organização global composta de especialistas e pesquisadores com atuação em governos, e divulgado nesta segunda-feira, 2, pelo jornal Folha de S.Paulo.
Os números
Em 2020, foram quase 320 mil óbitos para todas as causas de mortes domiciliares, o que representa um aumento de 21% em relação ao ano de 2019, com 265 mil óbitos registrados.
Já no ano passado, foi observado um aumento de 18% em relação a 2019. As mortes domiciliares por covid-19 não fazem parte desse quantitativo.
Segundo o levantamento, os picos de mortes domiciliares aconteceram um pouco depois do aumento dos casos de covid-19.
Os dados apontam, por exemplo, um crescimento de mortes por câncer em ambientes domiciliares e uma redução em ambientes hospitalares. Foram 42,4 mil óbitos em casa em 2020, contra 34,1 mil em 2019, crescimento de 24%. Em 2021, foram quase 40 mil mortes em domicílio.
“Nesses períodos, houve sobrecarga do sistema de saúde e diminuição da cobertura da atenção primária. Muitas pessoas tentaram ir ao hospital e não conseguiram atendimento por conta da sobrecarga, outras nem tentaram”, disse Fátima Marinho, médica epidemiologista e especialista sênior da Vital Strategies.
Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas, que têm como principal causa a diabetes, tiveram aumento das mortes em domicílios a partir de abril de 2020. Pacientes com consultas adiadas e exames cancelados podem ter tido a diabetes agravada por falta de intervenção oportuna.
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