Jornalista Andrade Junior

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

´Invasão de igreja é um ato antidemocrático, só o STF não vê´

 J.R. Guzzo:


Se há uma coisa que não falta neste país hoje em dia é rigor extremado em “defesa da democracia” – obviamente, só nos casos em que se estima que a democracia está sendo colocada em risco pela direita e seus derivados. 

Só o ministro Alexandre Moraes, pessoalmente, mantém vivo e soltando fogo para todo lado um “Inquérito Perpétuo Para Salvar o Brasil de Atos Antidemocráticos” – já prendeu gente por conta disso, mandou o presidente da República depor numa delegacia de polícia e quer a Interpol correndo atrás de brasileiros nos Estados Unidos. 

O Ministério Público não pensa em outra coisa. 

A mídia, as classes intelectuais e as forças do “campo progressista” se escandalizam diariamente com atitudes de “direita” e com o que percebem como sendo uma ofensiva de “ideias nazistas”.

Todos eles, exatamente ao mesmo tempo em que se manifestam excitados em último grau com a “direita”, não dizem uma sílaba sobre atos como a invasão de uma igreja católica de Curitiba por um vereador do PT e um grupo de delinquentes com bandeiras vermelhas. 

Era, segundo eles, um “protesto contra o racismo”. 

Agrediram grosseiramente a liberdade de culto. Gritaram “viva Lula” e sua candidatura à presidência. Isso é crime – ou não é? 

Se não for, o que seria, então, no entendimento do ministro Moraes, do MP e do Brasil que se escandaliza com o avanço do “nazismo”, da “extrema direita” e, mais do que tudo, talvez, com a possibilidade de perderem a eleição de outubro próximo?

Não faz nenhum nexo. Invadir uma igreja e atrapalhar um ato religioso legítimo, plenamente assegurado pela Constituição Federal, e conduzido em paz, é um ato absolutamente antidemocrático – muito pior que o monte de bobagens que o STF procura e não consegue encontrar no seu inquérito sem fim. 

Porque, então, não se levanta uma palha contra os autores desse crime? 

O PT não fez sequer uma notinha desautorizando seu vereador e os malfeitores que estavam em sua companhia. 

Não aconteceu nada com ninguém. 

Todos estão se sentindo perfeitamente autorizados a fazer tudo de novo outra vez. 

Por que não? 

Está autorizado pela autoridade pública. 

Agredir um culto católico não é, na visão do Brasil civilizado-liberal-esquerdeiro que está aí, um “ato antidemocrático”.

Estamos da seguinte forma, portanto. 

No Brasil de 2022 é terminantemente proibido defender possíveis ditaduras de direita. 

É inteiramente lícito, ao mesmo tempo, defender ditaduras de esquerda e praticar atos de banditismo em seu nome.


Gazeta do Povo
















publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2022/02/jr-guzzo-invasao-de-igreja-e-um-ato.html

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