PERCIVAL PUGGINA
Depois de se haver outorgado o título de primeiro ministro de um parlamentarismo branco instituído por ele mesmo, Rodrigo Maia beijou a lona das derrotas. De traidor virou traído. Como seu Botafogo, vai acabar na segunda divisão.
Acreditou que mesmo perdendo o posto deslizaria para o lado, no mesmo nível em que estava como poder paralelo, a fazer sucessor e continuar exercendo influência. Na semana passada, rodeado por companheiro, “aceitou o convite” para ser candidato do DEM à presidência da República.
Ah, Rodrigo, o poder é uma pipoqueira de ilusões! Mas quando desconecta do calor do poder, pode-se dizer como dizem os de língua espanhola: “Si te he visto, no me acuerdo!”. Agora mesmo, enquanto escrevo este breve necrológio de tuas pretensões, ouço que ameaças desfiliar-te do partido de ontem, sentindo-te traído pelo abandono de teus pares ao Baleia Rossi. Se te viram não se lembram mais de ti. Nem a Globo.
Leonel Brizola, de quem pouco se pode aprender em política, foi muito exato, no entanto, quando afirmou que “a política ama a traição e abomina o traidor”. E isso torna tudo muito incerto, inclusive estas minhas reflexões do momento.
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