Jornalista Andrade Junior

sábado, 27 de fevereiro de 2021

O colapso no sistema de saúde brasileiro e a extinção em massa das pequenas empresas que resistem "respirando" por aparelhos,

  escreve Felipe Fiamenghi

A manchete, tão recorrente nos jornais dos últimos dias, já deixou de ser notícia há muito tempo. Há décadas, no mínimo!

Essa é a diferença fundamental, no enfrentamento da pandemia, entre o Brasil e os outros países. O vírus, aqui, atingiu um sistema de saúde que já estava em frangalhos. Qualquer um, com um mínimo de memória, se lembra das inúmeras reportagens mostrando hospitais funcionando com 130%, 140%, 150% da capacidade, com doentes espalhados pelos corredores e muitas vezes até pelo chão.

O primeiro "lockdown", porém, realizado há um ano e estendido por meses, tinha como propósito JUSTAMENTE dar tempo às autoridades para que adequassem o "sistema" aos desafios que enfrentaria. Era exatamente isso que propunha Mandetta, quando dizia que a preocupação era "achatar a curva de contágio".

Apesar das complicações óbvias, normais para um país com dimensões continentais e a 6ª maior população do Planeta, e diante de um cenário onde não existem "números bons", dentro das possibilidades, estamos conseguindo resultados "positivos". Estamos em 28º lugar no ranking de mortes por milhão de habitantes¹, somos o 8º país com o maior número de vacinados² e o 3º com maior número de recuperados³.

O sistema de saúde, porém, não recebeu a atenção que deveria. Isso ficou mais do que claro desde o início da Pandemia. Recursos não faltaram. Pelo contrário. Foram bilhões de Reais distribuídos para estados e municípios. Mas os jornais continuavam revelando aberrações diariamente, como o desvio de verbas no Rio de Janeiro, o desabastecimento de oxigênio em Manaus, ou a desativação de todo um hospital de campanha em São Paulo, enquanto a população continuava confinada sem poder buscar seu sustento.

Agora, novamente, em todo país, voltam a anunciar medidas restritivas. Desta vez ainda mais severas do que as de um ano atrás, incluindo inclusive "toques de recolher" e ordens de PRISÃO para quem desobedecer os decretos. Tudo justificado pela falta de leitos que deveria ter sido solucionada HÁ MESES.

Imaginar cidadãos sendo presos por desrespeitarem decretos municipais é o cúmulo da inversão de valores, considerando que, se existe falta de leitos - após tantos recursos recebidos e tanto tempo passado, são os prefeitos, autores destes decretos, que deveriam estar na cadeia.

Só que mais uma vez a conta vem para o povo; para o pequeno empresário que fechará as portas, para o trabalhador que perderá o emprego. Em alguns lugares virá ainda mais "salgada", como em São Paulo, onde o governador está aumentando descontroladamente os impostos para recuperar a arrecadação, depois de causar uma catástrofe econômica.

Quem acha que o primeiro lockdown foi desastroso, espere para ver o segundo. Com milhares de pequenas empresas respirando por aparelhos, lutando para sobreviver após meses de portas fechadas, desta vez será uma extinção em massa.

FONTES: 1 e 2: "Our World in Data" - 3: "Worldometer".

"A prosperidade ou a ruína de um estado depende da moralidade de seus governantes." (MORE, Thomas)












publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2021/02/o-colapso-no-sistema-de-saude.html 

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