por José J. de Espíndola
As aspas em ‘estudantes’ precisam ser explicadas. São para lembrar que se trata, na realidade, de militantes gramscistas, indivíduos de esquerda que seguem (entendendo ou não) o catecismo de Antonio Gramsci, criador do Partido Comunista Italiano, em 1921.
Segundo Gramsci a infiltração em instituições do ‘Estado Burguês’ - como as universidades, por exemplo - é necessária para miná-las por dentro, enfraquecê-las, desmoralizá-las, para ao fim dominá-las e tomá-las, já que este seria o caminho para a instauração do comunismo sem derramamento de sangue. As frequentes greves, as paradas, são instrumentos importantes nesta ‘luta’ para minar por dentro as universidades. Principalmente se a ‘luta’ for para combater iniciativas modernizadoras para a universidade.
Não se entenda, porém, que havia algum humanismo em Gramsci, ao imaginar o caminho ao comunismo sem derramamento de sangue. Nada disso! Ele apenas sentia que em democracias consolidadas não haveria apoio popular para a implantação do comunismo pelas armas. Parece que, no Brasil, a doutrina de Gramsci tem sido muito bem-sucedida, mormente nas universidades.
Entretanto, uma petição de 21.544 estudantes (cerca de 72% de todo o alunado da UFSC), dizendo-se possuidores de equipamentos digitais e aptos para receberem aulas e tarefas pela internet, não foi suficiente, até agora, para o retorno às atividades acadêmicas, mesmo que a distância.
A UFSC parece, hoje, uma instituição voltada para as causas das esquerdas paleontológicas, jurássicas, gramscistas, sempre muito acolhedora das ‘lutas’ de ‘estudantes’ que detestam estudar e que não poderiam ter lugar numa instituição acadêmica séria.
Falo tudo isso com extremo constrangimento e sofrimento, um dos construtores da UFSC que atrevo me considerar. Mas o faço como luta para reverter o quadro atual e na esperança de que esta universidade possa, um dia, retomar o caminho da seriedade acadêmica e do progresso implantados por Caspar Erich Stemmer, David Ferreira Lima e outros, entre os quais me incluo.
Parece faltar, hoje em dia, uma letra na sigla da nossa universidade, que deveria ser UFGSC. Ou seja, Universidade Federal Gramscista de Santa Catarina.
A maioria de 21.544 estudantes que querem trabalhar – já estão há mais de cem dias parados - precisa entender o seguinte: eles estão deslocados neste ambiente gramscista, dito universitário. Eles não importam na UFGSC atual. Esta universidade não é para eles. Quem importa, por aqui, são os gramscistas de esquerda, com pedido de perdão pelo pleonasmo.
Tempos horríveis!
Para ficar tranquilo com minha consciência, devo explicar que este quadro acima descrito aplica-se, ‘mutatis mutandis’, a quase todas as universidades públicas do Brasil.
Abraham Weintraub, ex-ministro muito reativo e pouco proativo, parece ter entendido o quadro da Educação nacional apenas superficialmente.
A Educação superior no Brasil carece urgentemente de uma reforma profunda que, inclusive, corrija os erros daquela de 1968 e ponha as universidades – essenciais ao desenvolvimento do país – no caminho das grandes universidades do mundo. É urgente pensar-se também nos modelos de universidades de alguns países da Europa, em que as instituições voltadas para áreas de humanas ficam separadas das instituições de áreas profissionalizantes (universidades técnicas), que dão uma visão de mundo bastante diferenciadas.
Mas, parece que sonhar sonho tão relevante é ilusão, nas atuais circunstâncias. O STF do jurista sem obra jurídica, Dias Toffoli, e o Congresso de Maia e Alcolumbre, dois sem graus acadêmicos, boicotariam a bela e importantíssima iniciativa.
publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2020/07/universidade-federal-gramscista-de.html
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