por Marcelo Rates Quaranta
Antigamente, antes da chamada "era PT", o jornalismo até era uma profissão respeitável. Quando sabíamos que o sujeito era jornalista, o víamos com certo respeito, pois o víamos como alguém que se via no dever de informar, isentando-se de conceitos e abstendo-se de opiniões pessoais.
Houve um tempo em que o jornalismo era focado em buscar os fatos e não em criar versões.
As coisas mudaram. A imprensa podre e a extrema imprensa conseguiram apenas uma coisa com a sua postura deserta de ética, o ativismo descarado, a militância patrocinada, a produção desmedida de mentiras e as inúmeras tentativas de manipulação da opinião pública: Transformar essa profissão numa atividade marginalizada, alvo da desconfiança generalizada e acima de tudo desacreditada.
Em resumo, fizeram do jornalismo algo menor e desprezível.
Com o advento das redes sociais o povo passou a ter duas coisas que não tinha antes: Voz e opinião. Antes era uma via de mão única e os julgamentos da população a cerca das notícias estavam limitados às mesas de bares ou encontros casuais. O que os jornalistas não se deram conta ainda, é que hoje os nossos julgamentos repercutem e se espalham na velocidade da luz, as redes medem os fatos com suas próprias réguas, e não aceitam mais as medidas impostas pela mídia.
Os efeitos disso não tardaram a chegar. O antes respeitado e campeão de audiência "Jornal Nacional" passou a fazer concorrência com outros telejornais, e sim a substituir humorísticos como "Os Trapalhões", só que sem a mínima graça.
Programas como esses da Globo News, intoxicados por raposas velhas do ativismo e da militância, parecem muito mais uma reunião de retardados de algum DCE do que propriamente algo jornalístico.
Sabe o que é pior? São esses os jornalistas que servem de norte e referência para uma manada de jovens jornalistas mal formados e que evidenciam uma extrema ignorância, analfabetismo político, e eu diria até uma inocente ou ingênua falta de informação geral. Cometem gafes primárias capazes de corar um aluno de Jardim I. Seus diplomas deveriam ser impressos em papel higiênico, pois só assim cumpririam os fins para os quais se destinam. Só não recomendaria que fosse em papel de seda, pela certeza de que muitos deles fumariam.
A imprensa escrita não fica atrás. As impressoras hoje trabalham muito mais como processadoras de lixo do que como registradoras de conteúdo. A julgar pela Veja, Folha de S.Paulo e afins, justifica-se o fato de as bancas de jornais terem se transformado em camelôs e docerias, onde os jornaleiros estão mais preocupados em vender bugigangas do que jornais.
Se continuar assim, as agências de notícias serão reclassificadas como agências de fofocas e até a ABI vai deixar de ser Associação Brasileira de Imprensa para se adequar à nova realidade, passando a chamar-se "Associação Brasileira dos Idiotas".
Me desculpem os cada vez mais raros bons e honestos jornalistas que, de forma abnegada e honrosamente, se recusam a cumprir e a pactuar com pautas vigaristas ditadas por editores canalhas. Vocês não estão inclusos nesse rol acima. Só lamento por vocês, pois também serão vítimas da destruição que essa gente está causando na profissão.
Eu um dia cheguei a me matricular numa faculdade... Preferi não dar esse desgosto aos meus pais. Se fosse pra causar vergonha, eu teria feito algo mais digno e mais honesto que o atual jornalismo, como ser traficante ou ser ser garoto de programa. De mais a mais, na minha rua já tem uma vizinha fofoqueira que cumpre bem melhor o papel de "informar".
extraídaderota2014blogspot
0 comments:
Postar um comentário