Ouvi, na ultima terça feira algo a respeito dessa falta de juizo ou compostura. Reinaldo Azevedo escreveu um artigo publicado no Estadão de hoje. tire a sua conclusão e, perca alguns segundos repassando o texto a seus amigos.
Rui Falcão, presidente do PT. Ou: Falta de juízo e compostura
Editorial do Estadão de hoje:
Os petistas
ajuizados, que certamente compõem a grande maioria do partido, estão
precisando urgentemente chamar à ordem seu presidente nacional, o
iracundo Rui Falcão. É bem verdade que os destemperos do deputado
estadual paulista que comanda nacionalmente o PT deixaram há muito tempo
de surpreender seus correligionários ou os jornalistas. Notório
ferrabrás, Rui Falcão foi o primeiro a acatar a palavra de ordem de Lula
e a sair por aí esbravejando contra a “farsa do mensalão”. Sua
conhecida subserviência a José Dirceu ajuda a compreender esse
comportamento. Mas agora Falcão extrapolou os limites do tolerável:
acusou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) de serem
“instrumento de poder” a serviço de uma oposição “conservadora, suja e
reacionária”.
É claro que o
destempero do presidente do PT tem a ver com os rumos que está tomando o
julgamento, no STF, da Ação Penal 470 – o processo do mensalão.
Contrariando as expectativas dos petistas mais otimistas, aqueles que
comemoraram prematuramente com champanhe o voto do ministro revisor
Ricardo Lewandowski pela absolvição do companheiro João Paulo Cunha, os
demais votos prolatados pelos ministros da Suprema Corte, por ampla
maioria condenando os envolvidos no escândalo, indicam claramente que,
no que depender desse julgamento, o partido contempla perspectivas
sombrias. Mas nada justifica que seu comandante perca as estribeiras e a
compostura.
Vociferando
no ato público realizado na última segunda-feira em Osasco para lançar o
substituto do condenado João Paulo Cunha na cabeça de chapa petista que
concorre à prefeitura da cidade, Rui Falcão denunciou uma conspiração
para “destruir” o PT. Verbis, como diriam os ministros do STF: “Essa
elite suja, reacionária, não tolera que um operário tenha mudado o País,
que uma mulher dê continuidade a esse projeto, mostrando que o
preconceito que atingia as mulheres não sobrevive mais”.
Por cumprir
seus desígnios malignos, explicou Falcão, a “elite suja” e os
oposicionistas “lançam mão de instrumentos de poder de que ainda
dispõem: a mídia conservadora e o Judiciário”. E, depois da acusação, a
bravata: “Não mexam com o PT, porque quando o PT é provocado, ele
cresce, reage”. Ou seja: a reação dos petistas à condenação de vários
companheiros poderá abalar as estruturas da República.
Mesmo
levando em consideração que os despautérios foram proferidos num
ambiente partidário impregnado de natural sentimento de dor e frustração
pela “queda” de um companheiro proeminente, os termos da manifestação
do presidente do PT são condenáveis sob todos os aspectos. Rui Falcão
disse com todas as letras que o Poder Judiciário, neste caso
representado por seu tribunal maior, se submete ao papel de
“instrumento” da oposição; que cada um dos ministros que até agora
declararam voto de condenação aos réus petistas está a serviço de uma
“elite conservadora, suja e reacionária”.
É o caso de
perguntar: afinal, o que o PT está esperando do STF no julgamento da
Ação Penal 470? Será que o fato de 8 dos 11 ministros que integram a
Corte terem sido nomeados de 2003 para cá, pelos presidentes Lula e
Dilma, levou os petistas a imaginar que a absolvição da companheirada e
de seus cúmplices eram favas contadas? Certamente Lula tem grande
responsabilidade por esse estado de espírito, considerando que depois
de, num primeiro momento, ter-se declarado “traído” pelos mensaleiros e
afirmado que o PT deveria “pedir desculpas à nação” pelos malfeitos,
passou a propagar a tese da “farsa” urdida por seus “inimigos”, na
tentativa, que tudo indica resultará frustrada, de evitar que recaia
sobre seu governo, com o aval da Suprema Corte, o estigma da
improbidade.
Diante das
inevitáveis consequências negativas de seu destempero, não é impossível
que Rui Falcão venha a público para se desdizer, fazer reparos ao
trabalho dos jornalistas ou até mesmo, o que será absolutamente
surpreendente, desculpar-se. Em qualquer das hipóteses, trata-se de um
grave caso de falta de juízo e compostura.





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