Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 29 de julho de 2024

A pequena “grande imprensa”

  Alex Pipkin


A vida é como ela é. Não há utopia capaz de contradizer a realidade objetiva. Somos seres humanos imperfeitos e, portanto, falíveis. Não há nenhuma novidade: muitos sucumbem diante das “possibilidades” e das variadas tentações autodestrutivas para se alcançar a “vida boa”.

Tenho afirmado que um dos grandes cancros desta republiqueta das bananas é, sem dúvida, a falha moral. Faroeste sem leis, ou melhor, com interpretações da lei. E como poderia ser diferente? A alavanca do mal são os incentivos, estes, seguramente, pervertidos, e que fomentam a prática desse respectivo mal.

Objetivamente, a terra do pau Brasil é o cenário perfeito para o exercício da corrupção, visto que por aqui quem reina, soberanamente, é a impunidade. Parece valer a pena “praticar o crime”… Tais incentivos promoveram a banalização tupiniquim da corrupção, já que os indivíduos aceitam passivamente fatos surreais de corrupção, potencializando ainda mais tais ações.

O ser humano deseja alcançar poder e status. Para muitos, é desimportante se os meios para o atingimento de tal meta sejam ilegais. Lord Acton acertou na veia quando afirmou que “o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Fico me questionando se a todos.

Penso que nosso imaginário seja poluído de corrupção, mas, felizmente, a maioria de nós é “barrada” pelo nosso espectador imparcial – nosso próprio juiz moral – e, claro, pelas nossas ligações com o Divino. O grande problema, repito, são os incentivos invertidos e a correspondente e farta convicção de impunidade.

Na seara política, como sabemos, as tentações – e práticas ilícitas – são imensas. Pois acabo de ler artigo no Estadão, “A escalada da desfaçatez”. Nele, há a condenação de Bolsonaro por ter se utilizado da Abin a fim de proteger sua dinastia. De fato, deplorável. Em sua última linha, tal escrito aponta que, se Bolsonaro tivesse logrado êxito no seu intento… o “Brasil estaria perdido”.

Ao imprimir no papel a dissonância cognitiva, o jornalismo nacional pratica, quase que cotidianamente, atos de corrupção. Opiniões revelam o lugar que se ocupa no mundo. Pergunto-me, estaríamos ou estamos perdidos?! O ex-presidiário que se encontra no poder, foi condenado e preso com base em fartas provas cabais atestadas em várias instâncias do nosso poder “judiciário”.

Os negacionistas, incontestavelmente, sofrem dessa mesma dissonância cognitiva! Não é mais possível acreditar nessa pequena “grande imprensa”. Não há como. O que se viu de corrupção nos desgovernos rubros anteriores e o que se vê agora, na sua retumbante volta à cena do crime, penso eu, são meros voos de fantasia da minha mente fértil.

Não, não, o Estadão não está corrompendo pela via do popular “dois pesos e duas medidas”. Talvez seja eu mesmo que esteja sendo injusto e desonesto… é apenas a minha imaginação.










PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/pequena-grande-imprensa/

0 comments:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More