Alex Pipkin
Sou de linhagem hobbesiana. A maldade, e por via de consequência, a rejeição da verdade são imanentes à natureza humana. Porém, como se tornou antiquada a vinculação com o divino, e “moderna” a arte de chocar – obviamente, fazendo alusão à galinha -, o senso moral, a inteligência e a verdade transformarem-se em virtudes pré-históricas. Um horror.
O legítimo ideal coletivista é grosseiramente individualista. Mais ou menos um “quero que os outros – nós, o povo – se explodam; eu quero para mim e para minha tribo”. Ponto final. A moderna virtude parece estar encarnada em malandros maldosos, imorais sem escrúpulos, e em verdadeiras nulidades, intelectualmente falando.
São tantas injustiças e autoritarismos que, de tanto triunfarem, banalizaram-se e agora se vestem, luxuosamente, sob o véu da verdade. O quarto poder, a mídia – antes guardiã dos fatos, das evidências e da verdade -, transfigurou-se em um aparato validador da patifaria, um liquidificador da verdade objetiva.
Veja e escute qualquer programa que envolva analistas de política e economia. É sobrenatural: todos eles possuem a mesma opinião, inclusive, os especialistas convidados. Isso me lembra o personagem Múcio, cujo bordão era o famoso “Tirou daqui, ó!”. Literalmente, todos estão interessados na mesma “verdade”, não desejando criar atritos, uma vez que todos suportam o mesmo sistema.
Claro que não é uma mera coincidência; todos eles são extremamente rigorosos, técnicos e inteligentes, não é mesmo? Surreal. Não aparece uma visão ou voz divergente, capaz de elucidar a verdade dos fatos. Esses “comprados” escolhem recortes dos acontecimentos, “analisando” e opinando somente sobre a parte que lhes interessa.
A bem da verdade, todos os “não especialistas” (risos) sabemos que os fatos sumiram do mapa faz tempo. O que reina livre, leve e solto é o desejo tribal preconcebido de tais especialistas. Quando o desejo entra em cena, nada é capaz de freá-lo.
Nunca pensei que viveria em tempos midiáticos de apoio à falta de liberdade de expressão, de suporte à censura, ao autoritarismo, ao desrespeito à Constituição e ao devido processo legal, enfim, a uma coleção de transparentes atrocidades.
Como exemplos, bastam ser citados a coluna em ZH da “especialista” Rosane de Oliveira sobre o ministro Alexandre “O Grande” e a performista global petista Daniela Lima. Essa, parceira suprassumo da trupe do desgoverno e da injustiça mente descaradamente, sem sequer corar. Escárnio.
Aí me vem à mente outra lembrança. Desta feita, do humorista e compositor Juca Chaves. Dizia ele: “a imprensa é muito séria; se você pagar, eles até publicam a verdade”. Tristemente, bingo!
publicadaemhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/o-liquidificador-da-verdade-objetiva/
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