Carlos Junior
Quando as esquerdas caíram do cavalo após o impeachment de Dilma Rousseff e mergulharam no mais profundo desprestígio junto ao povo após a recessão econômica de então combinada com o advento da Lava Jato, vimos como a criatividade dessa gente é infinita. Chegou ao cúmulo da sra. Marilena Chauí – a intelectual petista por excelência – dizer que o ex-juiz Sérgio Moro foi treinado pelo FBI e a supracitada operação era obra dos americanos para tirar o pré-sal do Brasil. Parece piada, mas não é. Ela realmente disse isso.
Tal quadro chegou em seu apogeu com a prisão do hoje presidente Lula. Era 2018, as esquerdas ainda estavam atordoadas. Não entendiam como perderam o poder após anos de aplicação ipsis litteris da estratégia gramsciana de ocupação dos espaços de formação do imaginário popular. Não entrarei em detalhes, mas a condenação de Lula violou o devido processo legal ao ser conduzida de maneira parcial. Ao invés de encerrar a trajetória do sujeito mais desprezível da nossa história política, revigorou-a com a narrativa da perseguição ao ‘’pai dos pobres’’.
Bom, fiz esse breve retrospecto para falar da escalada autoritária que aflige a direita brasileira. É absolutamente necessário. Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, protagoniza uma barbárie jurídica contra uma corrente de opinião desde 2020. Como foi o caso da prisão do presidente Lula, a história ensina que perseguições políticas constituem um verdadeiro tiro pela culatra.
Entre tantos exemplos, os horrores antes, durante e depois da Guerra Civil Espanhola constituem o melhor. Ao chegarem no poder pela via democrática, os socialistas espanhóis empreenderam uma das mais vis, cruéis e infames perseguições religiosas contra os católicos da história. Assassinaram padres, violentaram freiras e incendiaram igrejas em toda a Espanha. Tal espetáculo diabólico contou com a anuência dos governos esquerdistas, em especial o de Manuel Azaña, que disse preferir ‘’mil igrejas incendiadas que uma só cabeça republicana cortada’’. O mesmo Azaña que havia festejado o fato de a Espanha ‘’haver deixado de ser católica’’. Tal período ficou conhecido como Terror Rojo – a alcunha é autoexplicativa.
Para além dos assassinatos e crimes cometidos contra clérigos católicos, era a alma espanhola – e tudo o que ela representava – a principal vítima dos socialistas eufemisticamente chamados de ‘’republicanos’’. Não que não fossem, mas a impressão que fica é a de uma querela entre defensores da República, das liberdades e da democracia contra fascistas de extrema direita. A realidade é bem diferente. Os socialistas empreenderam uma carnificina religiosa, além de assassinarem seus opositores políticos – caso do deputado Calvo Sotelo.
Diante de tal horror sangrento, as forças ‘’direitistas’’ não ficariam de braços cruzados. A situação chegou ao ponto de um conflito interno, e todos nós conhecemos o resto da história. Sim, pois os crimes do general Franco foram alardeados ad nauseam pelos intelectuais esquerdistas – como se os perseguidos pela ditadura carniceira de Franco não tivessem feito nada no verão passado. Nada justifica uma ditadura ou coisa semelhante, a questão nunca foi essa. Mas é importante lembrar que o lado perdedor do conflito espanhol não era imaculado.
As esquerdas espanholas partiram para a aniquilação dos seus adversários e acabaram provando do próprio veneno. Plantaram o que colheram. Longe de mim celebrar qualquer forma de autoritarismo ou violação aos direitos de qualquer pessoa, mas quem os desrespeita não pode choramingar quando eles não são observados pelos inimigos. A política é o meio civilizado pelo qual os povos resolvem seus problemas sem recorrer ao uso da força. Quando se desumanizam as vozes dissonantes e toda sorte de perseguições são justificadas em nome de um suposto bem maior, as coisas nunca acabam bem.
Pois bem, voltemos ao caso brasileiro. Depois de perder a hegemonia outrora construída na Nova República, a esquerda não sabia o que fazer. A força da internet derrubou o controle hermético das informações, destruindo os cacoetes mentais estabelecidos pela intelligentsia esquerdista. O único caminho tomado como solução para tal situação foi a censura velada: começou nas redes sociais pelas próprias empresas do ramo até chegar ao poder judiciário. Ou ninguém se lembra da exclusão totalmente injustificada da página do MBL no Facebook em 2018? Os germes do totalitarismo estavam postos ali. Era questão de tempo para a situação piorar ainda mais.
Chegamos ao ponto de um único juiz conduzir um inquérito aberto de ofício que nunca acaba, violar o devido processo legal ao ser vítima e julgador ao mesmo tempo, ordenar operações com base em prints do WhatsApp e fazer discursos contra uma corrente política investigada por ele. As esquerdas estão em festa com tal quadro, mas que elas não se enganem: o chicote da perseguição política sempre muda de mão. Vivemos em uma juristocracia com viés claramente esquerdista, o que não garante que amanhã não viveremos o inverso. Como disse, a história ensina isso – e ela não costuma falhar.
Referências:
1.https://www.youtube.com/watch?v=BHMVBGofkq4&list=PLbvPhjxQTsvRbiTbj0Q2Fa38Lq9IsaGX9&index=11
publicadaemhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/o-chicote-da-perseguicao-politica-sempre-muda-de-mao/
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