Jornalista Andrade Junior

sábado, 25 de novembro de 2023

Caixa de Pandora: a vermelha e a minha

   Alex Pipkin, PhD

Como judeu, professor universitário e consultor de empresas, naturalmente, se esperaria que eu me vestisse, completamente, das trajes do otimismo. Pela experiência e dever, teria eu que me manter otimista.

Minha resposta objetiva é um sim e um não. Meu otimismo não é atemporal.

Já afirmei que tenho reservas - e não são pequenas - com relação àqueles apologistas do otimismo sem fim. ?Dialeticamente, otimistas exacerbados são tais como os defensores do apocalipse, ou seja, possivelmente têm intenção de lucrar com suas infladas previsões.

Participei de um programa de debates essa semana.

Marcou-me o nível de otimismo - para mim surpreendente - de colegas pensantes a respeito da condição do país, no curto e no médio prazos. Surpresa.

Primeiro, ainda que trivial, é necessário dizer que somos seres humanos, portanto, imperfeitos, falíveis.

Apesar disso, tenho muita fé, confiança NELE, assim, embora não exista um progresso inevitável, a possibilidade de um mundo melhor, é aquilo que a humanidade tem presenciado ao longo dos tempos.

Há momentos dos “passos para a frente” e, inquestionavelmente, o “dos retrocessos”, como a situação que atualmente vivemos no Brasil, e em algumas partes do mundo.

No “framework” futuro, evidente, sou um otimista. Tenho esperança no triunfo dos valores civilizacionais judaico-cristãos, das liberdades, da defesa dos direitos de propriedade, e do desenvolvimento econômico e social para todos.

No entanto, na perspectiva presente, e no curto prazo, alinho-me aos pessimistas - e/ou realistas.

A Caixa de Pandora vermelha foi aberta com toda intensidade, e novamente. A desfaçatez, a maldade, a mentira, a arrogância, a incompetência, a corrupção, e o insaciável desejo de poder, retornaram ao país. O mal está no (des)comando.

Todo o esforço despendido para se manter as contas públicas em ordem, o vital equilíbrio fiscal, foram rapidamente jogados para o ralo. A gastança com o dinheiro público, vergonhosa e imoral, não surpreende, é apenas um “flashback”.

O rombo de quase R$ 6 bilhões nas estatais, que anteriormente geraram lucros, constitui-se em mais uma prova cabal da incompetência, e do retorno da mazela interminável da corrupção.

O aumento do já balofo Estado brasileiro, que objetivamente deveria ser reduzido e limitado, é o “modus operandi” de governos de visão de mundo coletivistas. Incrivelmente, trata-se da “moderna” Teoria Monetária Moderna… eles creem que dinheiro nasce em árvore…

Essa turma “progressista” só pensa naquilo, em arrecadar e em sugar até a última gota, nada de reduzir custos/despesas. Ademais, o crescimento acontece por meio de uma tributação justa.

O estímulo ao destruidor racha social, em especial, pelo ativismo e ação, nomeadamente, em favor do identitarismo - embora se publicite

“reconstrução e união” -, corrói o tecido social do Pau Brasil e, pior, desfaz os essenciais fios invisíveis da imperiosa confiança entre as pessoas. Sem confiança, “no game”.

As projeções macroeconômicas para a frente não são nada animadoras. Aliás, o índice de aprovação positiva do “pai dos pobres”, vem crescendo como rabo de cavalo.

Não pactuo, desse modo, com um otimismo em relação a atual situação brasileira.

Na verdade, com o tremendo potencial do país, penso que está na hora de pensarmos nas enormes possibilidades de antecipar o futuro - que nunca chega - e, de fato, lutarmos pela reforma dos incentivos institucionais, a fim de que possamos construir uma real prosperidade para todos - não somente para a sempre elite “podre”.

O pensamento “meia boca”, do tipo dos males o menor, genuinamente, no meu sentir, torna-se conivente com o atraso e a incompetência, sendo muito prejudicial.

Rumamos, em velocidade, de encontro ao desenvolvimento e ao progresso.
Quem não enxerga, despindo-se do par de óculos ideológico, que se está indo, notadamente, contra o receituário comprovado do crescimento econômico sustentável?

A chave para o crescimento e para a redução da pobreza tupiniquim - muito embora a narrativa das desigualdades sociais -, encontra-se no crescimento econômico a longo prazo.

Para se alcançá-lo, de acordo com a realidade objetiva, é preciso que os indivíduos e as empresas - não o Estado - sejam os protagonistas, com liberdades para exercitarem a liberdade de perseguirem seus próprios interesses, esses que beneficiam todo o contexto econômico e social.

É fundamental aquilo que mais nos é escasso neste exato e triste momento nacional. Apesar das narrativas empoladas de “democracia e justiça”, nada será conquistado sem a restauração de um legítimo ambiente de Estado de Direito. Por favor, atentem para as atuais circunstâncias.

Pensava eu que, em definitivo, deixaríamos de procrastinar em relação a redução do obeso Estado. Pelo contrário, conforme indicam os números, os fatos e os dados.

O Estado não cria riqueza, apesar de que pode destruí-la rapidamente. Os criadores de riqueza são as pessoas e as empresas, atualmente, desestimuladas pelo câncer do abissal intervencionismo estatal. Urge limitar, a qualquer custo, esse (des)governo perdulário e do compadrio.

É fundamental considerar e agir na direção do estímulo daquilo que, atestadamente, reduz a pobreza e gera o essencial crescimento econômico. A liderança da força motriz econômica precisa estar com o setor privado, devendo os agentes estatais estimularem ativamente o aumento de um empreendedorismo mais dinâmico.

Esses são os pré-requisitos cruciais para o crescimento factual.

Precisa-se, urgentemente, abrir agora e novamente, a Caixa de Pandora!Há condições de abri-lá? Pois é.

alta sair desse envoltório a esperança que me é escassa!

Somente possuído dessa é que eu, e muitos, poderão batalhar contra toda essa ignorância e incompetência, buscando propiciar as condições necessárias para a construção de um país mais próspero para todos.

Como eu gostaria de compartilhar do mesmo otimismo de certos colegas…












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