Percival Puggina
Ano 2022. No Brasil, dois dos três poderes estatais causam danos irreparáveis à segurança da sociedade com o apoio da mídia militante - antiarmas e antipolícia - e uma turba de teóricos marxistas das ciências humanas. Estes incluem sabedorias articuladas de carreiras jurídicas, filósofos, psicólogos, sociólogos, antropólogos palpitantes em segurança pública e comunicadores sociais. Juntos dão apoio silencioso ou apoio explícito ao Supremo Tribunal Federal e ao Congresso Nacional.
Há um preceito na Constituição segundo o qual "todos são iguais perante a lei". Não ria, leitor! Não ria. Não faça bagunça. Deixe os excluídos serem apenas eles. Por fim, o preceito está na cartilha, no artigo 7º, acrescentando zelosamente que “[todos] sem distinção têm direito a igual proteção da lei”. Qualquer concorrente sabe disso.
Se as instituições da República não dão a mínima para o preceito, então estamos falando de vida fora das bolhas e da sociedade em detrimento de qualquer proteção. Pesquisei no Google por "morre durante um assalto". Encontrei 36.000 referências. São policiais, padeiros, vigilantes, secretários, professores, “pessoas comuns” cuja morte não chama atenção, não é percebida na bolha dos poderosos. O registro da página policial é lido inclusive nos salões festivos da cobertura do prédio da república. Nada de ONG pia ou chia. Manchete algumas notícias. Se você é realmente um cidadão comum, se não pertence a nenhuma minoria, nenhum partido intervém e nenhum ministro do STF aparece ou dá prazo.
A insegurança em que vivemos foi planejada e semeada, antes de ser colhida. A nata da notícia nada mais faz do que cobrir a realidade cotidiana de milhões de brasileiros com os olhos da multidão. Suas principais vítimas são a polícia e a classe média, tão odiada pela esquerda em virtude de sua resistência à conhecida "revolução" dos progressistas. Revolução das mãos grandes e dedos ágeis.
Em outra ponta do sistema, temos um Congresso avesso ao direito penal por convincentes razões individuais e coletivas. Há quem precise de seus mandatos para ficar sob a proteção do foro privilegiado, preservando as respectivas investigações e processos criminais na confortável cativa das prateleiras do Supremo. No Congresso há também os solidários com colegas e colegas em dificuldades com a lei. Há aqueles financiados por empresários de boa fortuna e má reputação. Há muitos que dependem da benevolência de um partido malévolo para o custo de sua reeleição.
Você consegue imaginar quantos criminosos, em cada país, exercem influência sobre parlamentares e quantos deles estão sob tal influência? Assim, a prisão após condenação em 2ª instância foi derrubada no STF para viabilizar a candidatura de Lula. Pelo menos até prova em contrário, por uma infinidade de razões semelhantes, o Congresso não vota a PEC nesse sentido.
Para o flagelo nacional, o “nada dá” alastra e a impunidade transforma o crime no negócio mais próspero do país. Em outubro, não é omitido. Os corruptos querem voltar.
publicadaemhttps://www.puggina.org/artigo/impunidade,-causas-e-consequencias__17612
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