editorial do Estadão
A Petrobrás aproveitou a melhora do ambiente internacional para o Brasil – com queda do custo do CDS (credit default swaps, espécie de seguro contra calote) – para realizar uma captação de US$ 3 bilhões em bônus com vencimentos entre 10 anos e 30 anos. Ainda que o valor da emissão seja pouco expressivo para uma empresa de grande porte, permitirá reduzir o custo do endividamento total da Petrobrás, pois os recursos serão empregados na recompra antecipada de papéis em circulação que foram vendidos com juros mais altos. Trata-se de parte da política de ajustes implantada na gestão Pedro Parente e acelerada nos últimos meses, com a chegada de Roberto Castello Branco.
Após divulgar o balanço de 2018, que mostrou a volta dos lucros, a Petrobrás anunciou há alguns dias as primeiras medidas para implantar o Plano de Negócios e Gestão (PNG) válido para os próximos cinco anos.
Um dos objetivos é conferir velocidade ao programa de desinvestimentos, com a inclusão de mais campos maduros de petróleo e gás terrestres e em águas rasas. Outro propósito é cortar gastos operacionais gerenciáveis no valor de US$ 8,1 bilhões (6,6% do valor total de US$ 122,6 bilhões orçado para o período 2019-2023).
E um terceiro objetivo é liberar recursos que estão em caixa para “realocação para usos mais produtivos”, segundo nota da empresa.
Os ajustes da Petrobrás, iniciados no governo de Michel Temer para enfrentar a situação calamitosa deixada pela antecessora Dilma Rousseff, não são isentos de ônus. A venda de campos de petróleo, aliada ao declínio de campos maduros, contribuiu para uma queda da produção do bruto nos últimos dois anos. Mas a valorização do dólar e a alta das cotações da commodity ajudaram a Petrobrás a recuperar rentabilidade e gerar valor para os acionistas, como a empresa pretende.
Os próximos passos deverão ser o lançamento de planos de demissão voluntária para enxugar os quadros de pessoal e uma programação de venda de unidades de refino.
O lançamento de bônus foi um bom teste de mercado após a Petrobrás ter recebido melhor nota das agências de classificação de risco Standard and Poor’s e Fitch Ratings.
O objetivo é transformar a empresa num produtor de baixo custo, disse há dias Castello Branco. Assim será mais fácil de superar as flutuações comuns no mercado de petróleo.
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