FELIPEDEBARROS/INSTITUTOLIBERAL
Recentemente, testemunhamos mais um episódio que evidencia a disparidade entre a capacidade do setor público e a eficiência da iniciativa privada. A queda de uma ponte no Rio Grande do Sul, que conectava os municípios de Nova Roma do Sul e Farroupilha, ressaltou uma triste realidade recorrente em nosso país: a morosidade e ineficiência do Estado.
Ao ser confrontado com a urgência de reconstruir a ponte, o governo estabeleceu um prazo de 1 a 2 anos e um custo estimado de R$ 29 milhões. Esses números, por si sós, refletem uma ineficiência preocupante, uma vez que a demora na reconstrução afeta diretamente a mobilidade e a qualidade de vida da população local.
Contudo, o desdobramento dessa situação é notável. A comunidade, composta por cidadãos engajados e determinados, decidiu assumir o controle da situação. Rapidamente, arrecadaram R$ 9 milhões, menos de um terço do orçamento proposto pelo governo, e, surpreendentemente, reconstruíram a ponte em apenas 6 meses, gastando um total de R$ 6 milhões. Esse feito notável não apenas evidencia a mobilização da sociedade, mas também destaca a eficiência da iniciativa privada quando comparada à burocracia estatal.
Os princípios liberais, que enfatizam a importância da liberdade individual, da propriedade privada e da livre iniciativa encontram nesse episódio um exemplo prático de como a participação direta dos cidadãos e a gestão privada podem superar as limitações do Estado. Enquanto a máquina governamental se arrasta em processos lentos e onerosos, a comunidade, motivada por interesses comuns, demonstrou agilidade e eficácia na resolução do problema.
Além da eficiência evidente, a iniciativa privada muitas vezes se destaca pela otimização de recursos. Enquanto o governo estimava um custo de R$ 29 milhões, a comunidade conseguiu realizar a tarefa por apenas R$ 6 milhões, mostrando que a gestão eficiente dos recursos é uma característica intrínseca ao setor privado.
É impossível não se lembrar da lição do economista americano Milton Friedman ao falar das formas de gastar o dinheiro:
“Existem apenas quatro maneiras de você poder gastar seu dinheiro. Você pode gastá-lo com você mesmo. Quando você faz isso, e você pode realmente ver o que está fazendo com ele, você tenta usá-lo da melhor forma possível. Mas você pode gastar seu dinheiro com outra pessoa. Por exemplo, eu compro um presente de aniversário para alguém. Bem, eu não estou preocupado com a eficácia satisfatória do presente, mas estou atento quanto ao seu custo. Então, eu posso gastar o dinheiro alheio comigo mesmo. E, se eu gasto o dinheiro alheio comigo mesmo, então eu tenho certeza de que terei um bom almoço! Finalmente, eu posso gastar o dinheiro de alguém com outro alguém. E, se eu gasto o dinheiro de alguém com outro alguém, eu não me importo com o custo e não me importo com o que conseguirei satisfazer. E isso é o governo”.
No caso em questão, temos um típico exemplo do Estado gastando o dinheiro de alguém com outra pessoa, esquecendo completamente como podemos racionalizar recursos e empregá-los da melhor forma possível, ao invés de se portar como alguém que gasta seu dinheiro consigo mesmo.
O episódio da ponte no Rio Grande do Sul é um claro lembrete de que, quando os cidadãos se unem e a iniciativa privada é acionada, grandes desafios podem ser superados de maneira mais rápida e econômica.
A lição que fica é que cabe a nós cobrar nossos governantes para que repensem seus modelos de gestão e abracem soluções que valorizem a eficiência e a agilidade, sempre preferindo a iniciativa privada.
*Filipe de Barros é associado do Instituto Líderes do Amanhã.
PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/economia/meu-dinheiro-minhas-regras/
0 comments:
Postar um comentário