Jornalista Andrade Junior

segunda-feira, 22 de julho de 2024

A polarização intolerante nos EUA

 JOANADEMATOS/INSTITUTOLIBERAL


Um crime é uma violação do(s) direito(s) de outros homens pela força (ou fraude). É apenas o início da força física contra outros – isto é, o recurso à violência – que pode ser classificado como um crime numa sociedade livre (distinto de um erro civil). As ideias, numa sociedade livre, não são um crime – e também não podem servir como justificação de um crime.” – Ayn Rand (“Crimes Políticos”, Retorno do Primitivo: A Revolução Anti-industrial, pp. 176)

Todos nós sabemos que o mundo está hoje mais polarizado que nunca, numa guerra de extremos políticos e sociais que escala a nível global. Os Estados Unidos da América não são exceção, envolvidos na maior onda de violência política desde as décadas de 60 e 70. Neste sábado, dia 13 de julho de 2024, assistimos a um grande exemplo disso com o atentado contra o ex-presidente Donald Trump durante um comício na Pensilvânia.

Trump defende o acesso indiscriminado ao porte de armas por parte de civis. Na minha opinião pessoal, tendo a questionar se algumas armas potentes, que superam a utilidade em prol da defesa pessoal (podendo facilmente tornar um atirador inexperiente num assassino em massa), deveriam estar acessíveis a todos pelo seu potencial perigo contra a liberdade e democracia numa sociedade que perpetua o culto pelo tiro e a violência. No entanto, o que defende legitimamente  o candidato presidencial é que cada indivíduo deve ter em sua posse uma forma de se defender, a si próprio e à sua propriedade, não a sua utilização com finalidade de cometer atentados públicos, não devendo de todo ser responsabilizado por esse tipo de incidente.

Os comportamentos do ex-presidente dos EUA podem ser vistos como controversos e insurrectos, tendo sido acusado formalmente de impeachment pelo crime de “incitamento à insurreição” pelos violentos protestos que levaram ao ataque do Capitólio de Washington em 2021. Apesar de ser atrelado aos crescentes eventos de violência por parte da extrema direita no país, é um fato que ele tem se distanciado cada vez mais dos elementos mais radicais do seu partido.

Porém, a violência política a que assistimos no país não é apenas culpa da direita republicana. Os EUA são o berço da esquerda woke, empoderada pelo partido Democrata e pelos grandes veículos de mídia americanos, que utilizam constantemente um discurso intolerante, inflamatório e coercivo para tentar impor suas ideias progressistas sobre a população. Ao referirem constantemente Trump como um “fascista autoritário” que deve ser detido a todo custo para não destruir a América, alimentam temores de forma imprudente na opinião pública, estando eles também a ameaçar a própria democracia. Para não falar que Trump tem sido constantemente um alvo da cultura do cancelamento por parte das grandes organizações e veículos de mídia, que atentam contra a sua liberdade de expressão através de bloqueios e restrições nas suas contas de redes sociais.

No total, já houve 12 ataques a candidatos e presidentes dos Estados Unidos da América com armas de fogo, tendo vitimado mortalmente 5 deles: Abraham Lincoln (1865), James Garfield (1881)William McKinley (1901), Theodore Roosevelt (1912), Franklin Roosevelt (1933), John F. Kennedy (1963)Robert F. Kennedy (1968), George Wallace (1972), Gerald Ford (1975), Ronald Reagan (1981), George W. Bush (2005) e Donald Trump (2024). Curiosamente ou não, 2/3 destas vítimas pertencem ao partido Republicano, mostrando possivelmente uma maior probabilidade dos apoiantes dos Democratas a realizarem esse tipo de crimes. O que será que essa tendência histórica tem a dizer sobre a esquerda norte-americana?

Enquanto os Republicanos apregoam discursos preconceituosos na sociedade, muitas vezes falsos, que podem vir a incitar ao ódio e agressão, as lideranças democratas, que apelam à civilidade e ao controle da posse de armas na população, são as mesmas que, hipocritamente, continuam a encher os cofres do estado com o dinheiro proveniente do mercado do armamento e a enviar bilhões de dólares (e bombas) para os países em guerra pelo mundo fora – e é assim que, no maior caldeirão multicultural do mundo, a intolerância fervilha de ambos os extremos opostos, deixando a indagar se manter-se-á intacto até as eleições presidenciais de novembro ou se vai existir mais sangue por derramar.

*Joana de Matos Monteiro é integrante do Ladies of Liberty Alliance Portugal.






















PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/a-polarizacao-intolerante-nos-eua/

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