Jornalista Andrade Junior

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

A guerra cultural invadiu todos os redutos

  Alex Pipkin 


Era 2021. Um amigo meu, judeu como eu, também amigo de Facebook, dizia-me que “esse negócio de ideologia e de guerra cultural não importam…”. Faz tempo que ele não interage comigo; talvez tenha se cansado de discutir sobre política, economia e negócios.

Embora respeite sua inteligência, devo reiterar o que eu afirmava e confirmar que ele estava completamente equivocado. Trivialmente, são os fatos e as evidências do desalentador mundo real político e empresarial.
Tudo tem um começo e trágico fim. Foi Gramsci quem afirmou que a tomada do poder coletivista deveria ser precedida por uma transformação cultural, que acarretaria uma mudança de mentalidade social. Tais mudanças seriam realizadas pelos intelectuais e “acadêmicos”- digo ungidos -, principalmente no seio das universidades.

Não há nada mais transparente que a constatação da defesa de bandeiras ditas “progressistas”, tais como a defesa de minorias identitárias e a ideologia de gênero, por “intelectuais”, universitários e/ou por esses, sentados em cafés “da hora”, em Paris ou em New York.

É justamente esse “progressismo sem progresso” que me faz ser, cada vez mais, cético e pessimista. Esses apologistas do coletivismo me fazem concluir sobre a fragilidade de nossa própria civilização. Nenhuma novidade. Quando se joga na lata do lixo os valores civilizacionais judaico-cristãos, não se esperaria nada distinto.

Vive-se num mundo do negacionismo dos valores virtuosos, no “moderno” multiculturalismo, não o da convivência harmônica, mas da coerção e da intolerância radical. A civilização retrocede a passos largos. O peçonhento relativismo moral, de que não existe o certo e o errado, corrompe-nos, definitivamente.

Nesta lógica ilógica progressista, como aceitar que os desumanos terroristas do Hamas são simplesmente diferentes, não sendo eles, verdadeiramente, monstros de carne e osso, praticantes secretários da barbárie, do ódio e do terror?

As universidades do pensamento canhoto único, transformaram jovens idealistas em militantes do ódio, do rancor, da inveja e do animalesco. Não, não é de agora, como no caso do “professor-militante marxista” do Colégio Anchieta, defensor do Hamas, que esses vermelhos imorais encharcam as mentes e os corações de meninos e de meninas com mentiras, distorções, interesses ideológicos e muita cólera e bestialidade. A formação de “mentes revolucionárias” é um processo conhecido e antigo.

Não há mais limites para que os instintos humanos sejam exteriorizados de forma selvagem. O vale tudo impera, já que os valores morais e éticos foram subvertidos. Vejam, o Hamas não é, objetivamente, um grupo terrorista, é apenas um “grupo político”, com seus “combatentes”… horror!

Sendo assim, jovens guerreiros sociais saem às ruas para advogar a favor de assassinos de bebês, de crianças, de mulheres, de jovens, de adultos e de idosos, claro, judeus. A hipocrisia esquerdista devastadora também rompeu os portões empresariais. Grandes empresas e seus “estadistas” (risos) agora advogam pela teoria radical de gênero, pelos transgêneros, pelas minorias identitárias etc. e tal.

É mesmo? Nunca se viu e/ou se sentiu tanto o silêncio desses “salvadores da pátria”, como no presente massacre israelense. Ativistas do ativismo caolho, “progressista”, sem dúvida, fazem a diferença nesse mar de lama e sujeira, defendendo o indefensável, ou seja, terroristas assassinos.

Também aqui não há novidades. Empresas utilizam a ideologia de esquerda para fins cínicos e efêmeros, porém, o mercado, felizmente, já está percebendo a olhos nus a abissal incongruência entre as narrativas bom-mocistas empregadas e a respectiva prática operacionalizada por elas.

A guerra cultural é sanguinária e tem a cor do sangue, pautada essencialmente sobre o vazio de princípios, de um relativismo moral que, além de sangrar, destrói-nos. Como judeu, o momento é chocante. O antissemitismo está nas ruas, nas empresas, os sinais estão em toda parte. Surreal perceber que o ódio e a intolerância, instigados pelo relativismo moral, possuem vozes e canais livres. Esqueceu-se o “nunca mais”. Eu, jamais!

Pois a ex-grande mídia faz sua nefasta parte, impulsionando e invertendo o certo, a fim de alcançar seus objetivos mercantilistas e ideológicos. Funesto. Não sei… Fato positivo é que os consumidores já estão boicotando produtos e serviços de empresas que mentem defender essas bandeiras ditas “progressistas”.

Não parece haver outra saída. Só a pressão popular poderá auxiliar a trazer a verdade de volta ao campo civilizacional. Muito difícil!

Chegamos neste alarmante ponto da história. Muitos, como eu, estão indignados com a erosão dos valores civilizacionais e a escassez de limites, aqueles que sempre balizaram o comportamento humano saudável, e que formam a base da vida em um estado liberal de verdade. Será possível trazer de volta esses valores virtuosos que construíram a civilização ocidental?










PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/a-guerra-cultural-invadiu-todos-os-redutos/

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