Medidas do governo têm a intenção de reduzir dependência energética do país das importações da Rússia
Revista Oeste
A Alemanha decidiu retomar as atividades em usinas de carvão, anunciando um pacote de incentivos para estimular empresas a adotarem a energia alternativa. O movimento acontece em meio à crise do gás, deflagrada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
O governo alemão anunciou as medidas no domingo 19, depois que a Rússia começou a interromper o fornecimento de gás, em retaliação às novas sanções da União Europeia.
A estatal russa Gazprom culpou a falta de peças de turbinas, que ficaram presas no Canadá, em razão das sanções, para justificar a interrupção. Autoridades europeias rejeitaram a explicação.
A principal intenção do estímulo ao carvão na Alemanha é reduzir o consumo de gás e garantir que o país tenha reservas suficientes para passar o inverno.
Estratégia contra russos
O corte gradual do fornecimento de gás da Rússia faz a Europa considerar um cenário de escassez, colocando pressão adicional sobre as economias, que já estão lutando com a inflação alta.
Nos últimos dias, o Nord Stream, principal canal de combustível russo para a Europa, registrou uma queda acentuada no fornecimento de gás.
“Obviamente, é estratégia de Putin nos abalar, aumentar os preços e nos dividir. Não vamos permitir isso. Vamos nos defender de forma resoluta, precisa e ponderada”, afirmou Robert Habeck, ministro da Economia da Alemanha.
A Alemanha importa cerca de 35% de seu gás natural da Rússia, bem abaixo do patamar de 55% anterior à guerra. A maior parte do combustível é usada para aquecimento e fabricação, de acordo com estimativas do governo alemão.
No ano passado, a geração de energia usando gás natural representou cerca de 15% do total de eletricidade pública na Alemanha.
Preocupação ambiental
O pacote de medidas para resgatar a cultura de carvão pode ajudar a combater a dependência do gás russo, mas preocupa ambientalistas alemães. O entendimento é que o país possa se atrasar no cumprimento de metas para redução de emissões de carbono.
“Isso é amargo”, disse o ministro da Economia alemão, sobre a necessidade de depender do carvão. “Mas nesta situação, é necessário reduzir o consumo de gás. Os depósitos de gás devem estar cheios no inverno. Isso tem a maior prioridade.”
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