por Carlos Júnior
O ano de 2021 foi recheado de fatos e características ruins – em praticamente todos os aspectos. Na política nacional, tivemos a famigerada CPI da Pandemia, um show de horrores com objetivos claros: desgastar a imagem do presidente Bolsonaro e perseguir médicos, jornalistas e empresários conservadores que pensavam diferente dos megalomaníacos do G7.
Coube a tipos como Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (REDE-AP) comandarem o espetáculo mais deprimente da nossa República nos últimos tempos.
Dentre tantas narrativas mentirosas produzidas pelo circo oposicionista, uma delas foi desmentida recentemente. Após denúncia do deputado Luís Miranda (DEM-DF), os aloprados reverberaram uma suposta prevaricação do presidente Bolsonaro na compra da vacina Covaxin – algo que nem mesmo ocorreu.
Era o começo da queda, disseram.
Pois bem, a Polícia Federal concluiu que não há indícios para incriminar o presidente da República, ou seja, não houve prevaricação. Mais uma história da carochinha caiu por terra.
Quantas pessoas vocês viram encher a boca e apontar o dedo contra o presidente Bolsonaro para acusá-lo de prevaricar no caso Covaxin? Quantos almofadinhas da grande mídia repetiram as palavras de Renan Calheiros como verdade inquestionável?
A imprensa brasileira não fez o mínimo esforço para apurar o caso, checar as informações e confrontar as versões com os fatos. Não. O importante é mudar o mundo, derrotar o fascismo imaginário e trucidar Jair Bolsonaro junto com seus seguidores. Nessa bizarrice ímpar, até a senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi alçada ao posto de especialista em improbidade administrativa – ela falou até em impeachment pelos ‘’fatos apurados’’ na CPI. É de uma mediocridade sem paralelo.
Tal sanha megalomaníaca da grande mídia brasileira lembra muito bem o que foi feito com o ex-presidente americano, Donald Trump, no Russiagate. O suposto conluio da campanha republicana com o governo russo nas eleições de 2016 foi vendido como verdade do Evangelho pelo Partido Democrata, e como a imprensa americana é sua extensão fiel, o público assistiu a longas audiências e depoimentos dos envolvidos no caso com cobertura especial pela CNN, ABC e demais canais esquerdistas.
Donald Trump teria recebido uma ajudinha dos russos para vencer Hillary Clinton e eles interferiram decisivamente no processo. Tal foi a mentira espalhada aos quatro cantos pela grande mídia americana. Sem o menor pudor e apreço pelo compromisso com a verdade, os porta-vozes do beautiful people levaram adiante o conto do vigário que desaguou numa investigação federal.
Nada foi encontrado que pudesse incriminar o então presidente, mas o estrago já tinha sido feito: a maioria republicana no Congresso foi perdida nas midterms de 2018, tendo o Russiagate um papel crucial na derrota.
Em ambos os casos, a imprensa jogou a verdade dos fatos para as cucuias e embarcou em narrativas irreais com o objetivo de destruir um dos lados. Mesmo com a visível fragilidade das versões acusatórias, ela embarcou na onda. O resultado não poderia ser outro: desmoralização completa. A grande mídia nunca mais terá a credibilidade outrora ostentada.
Até os anos 1960, o jornalismo tinha como missão primordial retratar a realidade através das notícias. A descrição precisa dos fatos com o menor subjetivismo possível era uma busca constante, fazendo-o um irmão caçula da ciência histórica. Se determinado acontecimento relevante não fosse noticiado em um jornal, a concorrência faria tal tarefa e jogaria tal veículo no limbo do descrédito. Garantida pelo esmero com os fatos e pela pluralidade de vozes, a verdade estava presente no trabalho jornalístico e a imprensa gozava de uma respeitabilidade merecida.
Mas tal quadro mudou drasticamente. Com a nova geração de jornalistas advinda das universidades, a preocupação em retratar a realidade foi deixada de lado. A nova missão é mudá-la. Através de técnicas sutis e outras mais trabalhosas – e igualmente cretinas – como a PNL, essa nova forma de fazer jornalismo busca a mudança de valores, crenças e opiniões do seu público, pouco importando o cuidado com a verdade dos fatos. Isso explica o porquê de determinadas notícias não estarem na grande mídia, pois elas são incômodas demais ao consenso hegemônico.
Outro fator responsável por essa mudança foi a uniformidade dos meios de comunicação. Se no século passado existia uma disputa de versões com um colunista dizendo algo e o de outro jornal falando o oposto, em tempos recentes essa divergência praticamente sumiu. Todos os veículos dizem as mesmas coisas da mesma maneira.
Nada difere a Folha de S. Paulo do Estadão ou da Veja. Essa padronização é resultado da concentração da grande mídia mundial em poucas mãos – um fenômeno espantoso.
Isso sem falar na hegemonia esquerdista vista no jornalismo, processo empreendido com sucesso gigantesco no Brasil. O único a desafiar praticamente sozinho esse quadro foi Olavo de Carvalho – ele acabou demitido de inúmeros jornais por tratar de temas inconvenientes ao mainstream. Pouquíssimos portais conservadores conseguem vida longa neste país, e além da concorrência natural com a grande mídia, as supremas perseguições politicamente motivadas deixam a tarefa ainda mais complicada.
Tanto o Russiagate quanto o caso Covaxin serviram para jogar a milionésima pá de cal na imprensa. Ninguém com mais de dois neurônios e boa fé consegue acreditar nas bobagens apresentadas pela grande mídia como fatos inquestionáveis.
Para não perder o costume: o jornalismo profissional morreu.
publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2022/02/o-que-aconteceu-com-o-jornalismo-por.html
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