Cynthia Decloedt e Fernanda Guimarães, O Estado de São Paulo
E o arsenal nessa missão já existe dentro do banco. Lassalvia lembra que o BB possui nada menos do que 10 mil gerentes e a ampla capilaridade de toda a rede de atendimento do banco, uma carta na manga valiosa na hora de alcançar os investidores, que a cada dia precisarão mais buscar diversificação, em um mundo de juros baixíssimos. Do outro lado, outra força já existente dentro da instituição que começará a ser utilizada é a sua base de clientes na área de atacado do banco, o que mostra a capacidade de originação das operações de mercado de capitais. A joint venture com um banco estrangeiro ajudará a fechar o cerco na hora de conquistar os mandatos das emissões junto às companhias, visto que, segundo ele, existe uma demanda para bancos com braços no exterior.
O aumento exponencial do número de investidores pessoas físicas no Brasil, que mais do que dobrou em um ano, já próximo da marca de três milhões de CPFs, já implicaram em um crescimento de 143% no número de operações feitas por meio do home broker da instituição no mesmo período. O volume mensal de negócios cresceu 86%, totalizando R$ 69,54 bilhões no primeiro semestre. E a participação do BB nas ofertas também já vem crescendo, segundo Lassalvia. Das mais de 40 operações na rua, o BB está no sindicato de 20. E a presença, segundo ele, será cada vez maior. “Estamos preparados para esse movimento de mercado de capitais e o banco vai dar muita ênfase para essa joint venture ser muito robusta”, destaca.
Para alcançar o posto entre os maiores bancos em originação de renda fixa local, Lassalvia afirma que o BB está “preparando” seu balanço para ser mais ativo. As operações de renda fixa, normalmente, contam com a garantia de colocação das instituições que estruturam a emissão, o que implica em “comprar” os papéis caso não haja demanda suficiente para o total da oferta. Segundo ele, o BB vinha focado na distribuição, lembrando que tais decisões estão, normalmente entre as instituições financeiras, relacionadas a estratégias de alocação de recursos em diferentes linhas de negócios, sob uma ótica de retorno.
A linha de “produção” está grande, de qualquer forma, incluindo emissões de empresas que querem captar lá fora. Segundo ele, o banco tem mandato para mais de 100 operações de emissão de títulos de dívida e securitização, entre as quais foram mapeadas 80 com potencial de oferta de papéis com compromissos de sustentabilidade. Ainda dentro do grupo das 100, pelo menos sete são de títulos de dívida (bonds) para o mercado externo, de acordo com ele.
O Banco do Brasil e o UBS assinaram em novembro de 2019 um acordo vinculante para o estabelecimento de uma parceria em negócios de banco de investimentos e corretora institucional que atuará em países da América do Sul, incluindo Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai. Com sede em Zurique, o UBS terá participação controladora de 50,01% desta sociedade e isso lhe permitirá maior flexibilidade.
publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2020/09/banco-do-brasil-quer-estar-entre-os.html
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