#vamosmudarbrasilia
Papéis sigilosos da BR foram achados com empresa suspeita de pagar propina.
Investigação interna da Petrobras identificou que a senha pessoal de
Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da área internacional da companhia, está
vinculada a dois documentos sigilosos que foram repassados a executivos
da holandesa SBM Offshore, fornecedora da estatal que está sob suspeita
de pagar propina. Os documentos tratam do plano diretor de
desenvolvimento integrado do pré-sal da Bacia de Santos e da contratação
de uma embarcação da empresa McDermott, concorrente da SBM. Nesta
quarta-feira, Zelada prestará depoimento na CPI da Petrobras. Senha de Jorge Zelada era usada para vazar documentos da estatal - Divulgação...
No dia 17 de julho, o juiz Flavio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª
Vara Criminal do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia oferecida pelo
Ministério Público do Rio contra Zelada e outros oito acusados de violar
a Lei de Licitações dentro da Petrobras para favorecer a Construtora
Norberto Odebrecht na realização de obras no exterior. O ex-diretor não
foi localizado pelo GLOBO.
No caso da SBM, a primeira investigação feita pela Petrobras por meio
de uma comissão interna de apuração concluiu seu trabalho no dia 1º de
abril sem apontar qual seria a origem dos documentos repassados a
executivos da empresa holandesa. A comissão solicitou, então, que a área
de Segurança Empresarial da Petrobras tentasse fazer a identificação.
Foi esse órgão que chegou à senha de Zelada.
“Vale ressaltar que os DIPs confidenciais constavam de dois diferentes
arquivos PDF, gerados em datas distintas, e encontrados em posse de
terceiros. A chave SG9W foi identificada como pertencente ao
ex-empregado e ex-diretor Jorge Luiz Zelada”, ressalta o gerente
executivo jurídico da Petrobras, Nilton Antonio de Almeida Maia, em
documento enviado à Controladoria-Geral da União (CGU) em 16 de maio
deste ano e obtido pelo GLOBO. A chave SG9W é a senha de acesso ao
sistema.
Não foram encontrados registros de saída dos arquivos por nenhum e-mail
corporativo da Petrobras. Os técnicos afirmam que os arquivos podem ter
sido salvos em mídia removível, enviados por e-mail pessoal ou
repassados por e-mail corporativo, que teria sido apagado em sequência.
VIAGEM PARA A ARGENTINA
O primeiro e-mail, que trata da contratação da empresa concorrente da
SBM, foi gerado com a senha de Zelada em 23 de outubro de 2010, às
0h51m. Pelo horário, a suspeita é que tenha sido gerado por um sistema
remoto. O documento foi encaminhado pelo representante da SBM no Brasil,
Julio Faerman, a outro executivo da empresa, Francis Blanchelad, no dia
28 do mesmo mês. O outro documento foi gerado com a senha de Zelada em 7
de abril de 2011 e repassado a cinco altos diretores da SBM no dia 18
daquele mês.
A auditoria da Petrobras destacou a conclusão da SBM de que não é
possível identificar o pagamento de propina, mas apenas de comissões de
US$ 139 milhões a Julio Faerman. Relata, porém, que um sócio de Faerman
ofereceu em 2011 uma viagem à Argentina a Zelada e a outro então
dirigente da estatal, Renato Duque.
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