por Ivan Kleber
Durante o período eleitoral de 2022, a mídia europeia, analistas e atores políticos fingiram acreditar — e ajudaram uns aos outros a se iludir — que a versão apresentada por Lula na sua campanha estava comprometida com os valores e princípios impostos às sociedades ocidentais no século 21 (leia-se “globalismo”). Esse “fingimento” era justificado ante a necessidade de derrotar o “mal maior”, representado pela figura do então presidente Jair Messias Bolsonaro, cujos apoiadores, em boa medida, davam voz à insatisfação do Brasil “profundo” e cristão com esse modelo de sociedade. Uma espécie de pacto não assinado foi estabelecido, e o “establishment” europeu fez a sua parte para alavancar Lula ao poder.
Diante do conturbado processo eleitoral, e dos 70 dias de manifestações que se seguiram a ele, Lula fazia face a uma imensa contestação interna, que marcaria o seu início de governo. Era muito importante, pois, conseguir uma consagração como grande líder internacional, tentando dessa forma obter uma legitimidade proveniente do exterior. Foi a partir desse pressuposto que tomou forma o embrião do “Lula/Janja 2023 Tour”.
Porém, Lula fez outros “acordos não assinados” com forças que visam um controle das ações, como os regimes alinhados ao Foro de São Paulo. Em suma, Lula “vendeu” o mesmo terreno para vários compradores, e já nos primeiros meses de governo do petista ficou evidente para quem seria entregue a sua fidelidade, com críticas ácidas aos Estados Unidos e um alinhamento mal disfarçado com a Rússia, na questão da invasão da Ucrânia. Fora o alinhamento, quase incondicional, à ditadura comunista chinesa.
Conforme publicado pelo jornal inglês Financial Times em 21 de junho de 2023, a administração Biden não mediu esforços para “apoiar a democracia brasileira”, tentando evitar a imagem de uma interferência nas eleições. O envolvimento do Departamento de Estado, da CIA, da Casa Branca e até mesmo do Pentágono no pleito eleitoral acabou por beneficiar Lula.
No artigo, Tom Shannon, ex-funcionário do Departamento de Estado dos Estados Unidos, afirma que “as pessoas entendem que haverá diferenças políticas, mas há um tom de raiva e ressentimento subjacente a tudo, o que realmente pegou as pessoas de surpresa”, referindo-se à postura de Lula em relação aos Estados Unidos. “É como se Lula não soubesse ou não quisesse reconhecer o que fizemos por ele”.
Embora Lula tenha recebido o apoio de dois blocos “antagonistas”, seu compromisso e fidelidade pertence acentuadamente a um dos dois: ao bloco russo-chinês e, de maneira profunda, ao Foro de São Paulo. A constatação dessa realidade vem inevitavelmente abalando a popularidade de Lula nos Estados Unidos e na Europa.
Muitos elementos da centro-direita e até mesmo sociais-democratas começam a abandonar a doce ilusão na qual tinham se lançado. As atitudes de Lula, sobretudo na questão da invasão da Ucrânia pelo regime de Vladimir Putin, são consideradas cínicas e em choque com o consenso reinante na União Europeia.
No Velho Continente, Lula ainda goza de certo prestígio na classe política remanescente dos vários partidos comunistas que existiam na Europa antes da queda do Muro de Berlim, e com partidos socialistas ditos democráticos. A esquerda “raiz”, marxista, dificilmente abandonará Lula, e nesse terreno ele “joga em casa”.
Mas é na nova geração de militantes de esquerda (pós-queda do Muro de Berlim, em 1989) que Lula começa a encontrar uma resistência, em tese inesperada, mas não surpreendente.
Para essa militância, é como se Lula não fosse um revolucionário de vanguarda. Slogans como “vamos acabar com a fome” ou “precisamos aumentar os direitos da classe trabalhadora” tinham seu efeito lá no fim dos anos 1980, mas, nos dias de hoje, uma gravata colorida durante o mês do “orgulho LGBTQ+” seria mais apropriada. Nas sociais-democracias ou no que chamamos de centro-esquerda a situação não é muito diferente.
Mas, afinal, como um presidente que se elegeu falando em “defesa da democracia, meio ambiente e combate à desigualdade” pode ter problemas para dialogar com essa “nova esquerda” ou com a esquerda moderada?
O propagandista de Putin
A proposta de Lula, feita durante a campanha eleitoral, de resolver o conflito entre a Rússia e a Ucrânia em uma mesa de bar não ganhou a devida relevância na Europa. Porém, em janeiro, o chanceler alemão Olaf Scholz descobriu, durante sua viagem ao Brasil, que Lula estava falando sério.
Um importante contexto: com 16 meses de guerra, o apoio da comunidade e dos cidadãos à causa da Ucrânia continua muito forte em alguns países, como no Reino Unido, sendo uma questão que une partidos de direita e de esquerda. Os europeus entendem (principalmente no leste do continente, nos países da ex-União Soviética) que a Rússia precisa ser derrotada no campo de batalha. Apesar da forte propaganda russa, Vladimir Putin está longe de ser um personagem popular na Europa.
Isso posto, e conhecendo o apoio alemão à causa ucraniana, Lula deveria ter, na entrevista coletiva concedida ao lado de Scholz, contornado as questões relacionadas ao conflito. Apesar de estar em seu primeiro mês de governo, não foi assim que as coisas ocorreram. A entrevista coletiva foi considerada uma “Zoff”, ou uma “confusão”, pelo jornal mais lido da Alemanha, o Bild Zeitung. O jornal também destacou que Scholz teve que ouvir Lula “espalhando alegremente a propaganda de Putin”, em reportagem publicada no dia 31 de janeiro de 2023.
A revista Stern foi mais direta e publicou que o plano de paz proposto por Lula (na mesa de bar ou não) iria falhar.
Um plano de paz que, bem analisado, nada mais era do que o eco do plano de paz proposto por Moscou. Essa atitude de Lula foi o primeiro de uma série de desencantos que foram se avolumando.
No dia 23 de junho, a Revista Oeste repercutiu a matéria do jornal francês de esquerda Libération que acusou o presidente brasileiro de ser um “falso amigo do Ocidente” e uma decepção, patenteando assim o desapontamento de muitos setores europeus e norte-americanos com Lula. É necessário recordar que, já em 13 de abril, o jornal americano Washington Post destacou que o Ocidente esperava ter um amigo em Lula, mas que ele tinha planos próprios.
Portugal: “Lugar de ladrão é na prisão”
O Partido Socialista que governa Portugal estava disposto a colaborar decididamente no processo de legitimação internacional de Lula. Em uma articulação de bastidores entre autoridades daquele país e a diplomacia brasileira, foi decidido que Lula seria o primeiro presidente estrangeiro a discursar na sessão solene da Assembleia da República que comemora a “Revolução dos Cravos”. Como tal decisão foi tomada à revelia da própria Assembleia da República, gerou-se uma grave crise institucional, na qual diversos partidos, da direita ao centro-esquerda, decidiram boicotar a presença de Lula, pela atitude de desrespeito e de abuso em relação ao parlamento.
Além da matéria do jornal Libération que traz o petista como uma decepção, o jornal Le Monde destacou que a imagem de Lula está manchada no Brasil e que ele busca fortalecer sua popularidade no exterior
Próceres do Partido Socialista, com o aval tácito do presidente português, tentaram driblar a situação embaraçosa e organizaram uma sessão no Parlamento, anterior à sessão solene, na qual Lula discursaria. O partido de direita Chega, hoje o terceiro partido português, decidiu organizar protestos fora do Parlamento. Seus deputados, de pé, ergueram cartazes com os dizeres “Chega de corrupção”, “Lugar de ladrão é na prisão”, e alguns exibiram a bandeira ucraniana, durante o discurso de Lula. A tournée que o presidente iniciava pela Europa estava indelevelmente manchada.
Ainda em Portugal, tivemos o episódio embaraçoso em que Lula fez de conta que não conseguia ouvir ou entender os questionamentos de uma jornalista portuguesa sobre a posição do Brasil no conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
O abraço a Maduro não passou despercebido
A confirmação de que Lula não abandonaria seus aliados do Foro de São Paulo veio com a recepção calorosa oferecida ao ditador venezuelano Nicolás Maduro. Que obviamente não passou despercebida pela mídia internacional e colaborou para arranhar a já deteriorada imagem de Lula na Europa e nos Estados Unidos. Em 30 de maio, novamente o jornal Washington Post colocou Lula contra a parede.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
O Papa e o outro ditador
Em sua apelativa “marcha pelo prestígio”, uma parada no Vaticano era quase obrigatória. Seria uma boa oportunidade para impulsionar a passagem de Lula pela Itália, além de uma ida à França para mais um fórum internacional.
A visita a Roma não teve o sucesso e a repercussão esperados, pois a “incompatibilidade de agendas” fez com que Lula não se encontrasse com a primeira-ministra Giorgia Meloni, enquanto visitava líderes da oposição. Além disso, sua ida ao Vaticano repercutiu menos do que o almejado, pois neste momento o papa Francisco I também não está entre as figuras mais populares no Velho e no Novo Continentes, e em particular no Brasil. Para ofuscar um pouco mais a passagem de Lula ao Vaticano, outro líder de esquerda da América Latina visitou o papa Francisco I na mesma semana.
Na sua empreitada para “normalizar” os integrantes do Foro de São Paulo na Europa, Francisco I recebeu o presidente cubano Miguel Díaz-Canel na terça-feira 20, ou seja, um dia antes da visita de Lula ao Pontífice. A visita de um presidente brasileiro ao papa geraria notícias, mas, diante da presença do ditador cubano no Vaticano, a “notícia” da semana foi a visita de Canel, deixando a passagem da dupla Lula/Janja em segundo plano.
França: o jantar dos impopulares
Das capitais europeias, com certeza Paris é onde Lula pode se sentir mais à vontade. A cidade é administrada pela prefeita Anne Hidalgo (Partido Socialista) e é forte reduto da esquerda francesa radical, além da indisfarçável benevolência de Emmanuel Macron.
Apesar desse cenário favorável, a passagem de Lula por Paris marca definitivamente o fim da “lua de mel” da imprensa europeia com o petista. Além da matéria do jornal Libération que traz o brasileiro como uma decepção, o jornal Le Monde destacou que a imagem de Lula está manchada no Brasil e que ele busca fortalecer sua popularidade no exterior. A matéria ainda diz que o petista não é mais o ícone intocável do qual o presidente francês Macron sonhava em se aproximar.
Apesar do conselho velado do jornal francês, Macron buscou se aproximar de Lula e o convidou para uma recepção de gala.
Acontece que Macron atravessa um dos momentos mais delicados de sua presidência, com apoio de apenas 30% dos franceses, fruto da maneira como ele impôs a uma impopular reforma da Previdência (aproveitando uma lei da Constituição Francesa), dando-lhe poder para “passar” a reforma, mesmo sem ser aprovada pelo Parlamento francês.
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