Na cúpula da Celac, os dois governantes falaram sobre a complacência com os regimes ditatoriais da Venezuela, da Nicarágua e de Cuba Redação Oeste
m discursos na cúpula Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizada na terça-feira 24, em Buenos Aires, os presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, falaram o que todos os líderes da esquerda têm silenciado: que a Celac acolhe, sem qualquer reprimenda pública e sem qualquer ação efetiva, as três ditaduras da região.
Enquanto a população da Venezuela, de Cuba e da Nicarágua foge, em massa, de seus países, para evitar a truculência e a miséria impostas pelos regimes ditatoriais, os chefes de governo têm assento na Celac. Miguel Diáz-Canel, ditador cubano, foi a Buenos Aires; Nicolás Maduro, ditador venezuelano, alegou questões relacionadas à própria segurança para não comparecer; e Daniel Ortega não esteve presente, mas enviou representantes, assim como Maduro.
Organizações como Celac não podem “ter o caráter de um clube de amigos ideológicos”, afirmou, em discurso na terça-feira Lacalle Pou, presidente de centro-direita, cujo mandato no Uruguai começou em 2020.
Sem citar nenhum dos países especificamente, o uruguaio foi contundente: “Fala-se de respeito à democracia, às instituições e aos direitos humanos. Mas há países aqui que não respeitam a democracia, nem as instituições, nem os direitos humanos.”
Nas três ditaduras, opositores são perseguidos e presos; suspeita-se da lisura das eleições; há fome e índices econômicos catastróficos; e saída em massa da população para países vizinhos e para os Estados Unidos. Todos esses problemas foram ignorados durante a cúpula.
Foi exatamente isso que o presidente do Paraguai abordou em seu discurso, focalizando a crise migratória da Venezuela, “uma realidade que não pode ser ignorada”.
“Assim como nos preocupa o que ocorreu no Peru e no Brasil, também nos preocupa — e este é o foro onde temos de dizer — o êxodo maciço que vemos na Venezuela”, declarou Benítez, citando a agência das Nações Unidas para refugiados (Acnur), que considera a migração venezuelana como a segunda maior do mundo, depois da Síria.
“Não podemos olhar para o lado, quando mais de 7 milhões de venezuelanos deixaram suas casas pedindo refúgio” na região, lembrou Benítez, também de centro-direita, cujo mandato como presidente do Paraguai termina neste ano.
Eleições livres na Venezuela
Alinhado com a esquerda latino-americana, o presidente do Chile, Gabriel Boric, mencionou, num tom mais leve, os regimes totalitários do continente, cobrando a libertação dos presos políticos na Nicarágua e a realização de eleições livres na Venezuela.
“Expressamos nossa disposição de colaborar no diálogo dos diferentes setores desse país [Venezuela] a encontrar uma saída que permita a realização de eleições livres, justas e transparentes”, afirmou Boric. Sobre a Nicarágua, o chileno disse que é “dever” do governo de Ortega avançar para a liberdade dos presos políticos, porque “somente com liberdade e dignidade se fortalecem a democracia e o bem-estar do povo”.
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