Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

‘Americano’ e ‘aborto’: as novas palavras proibidas Universidade criou guia contra 'linguagem nociva'

 Cristyan Costa


Contra o “racismo” e o “colonialismo”, a Universidade Stanford, na Califórnia, lançou o guia Eliminação de Palavras Nocivas. Trata-se de uma cartilha com palavras proibidas na instituição e “potencialmente prejudiciais” aos alunos.

O documento tem dez seções: capacitista, etarismo, colonialismo, culturalmente apropriativa, baseada em gênero, linguagem imprecisa, racismo estrutural, consideração em primeiro lugar, violência e considerações finais.

A cartilha com as palavras proibidas estava disponível para qualquer pessoa entrar. Depois da repercussão do caso, contudo, a Stanford restringiu o acesso.

Linguagem imprecisa

No capítulo que trata da “linguagem imprecisa”, a palavra “americano” foi classificada como “preconceituosa”. No lugar, o guia sugere o uso do termo “cidadão americano”, que abrange “todas as pessoas dos Estados Unidos”. Também a palavra “aborto” sofreu censura. Por causa de “discriminação moral”, o documento quer que as pessoas falem “terminar/encerrar a gravidez”.

Capacitismo

Adiante, no tópico “capacitista”, a cartilha orienta os estudantes a usarem “estacionamento acessível” no lugar de “estacionamento para deficientes”, “morte por suicídio” em vez de “suicídio” e “revisão anônima” para dizer “revisão cega”. O guia também estabelece que as pessoas devem usar “não iluminado” como substituto para “surdo” e “pessoa com transtorno de abuso de substâncias” ao referir-se a “viciado”.

Gênero

Conforme a Stanford, os alunos têm de evitar as palavras “calouro”, “bombeiro” e “deputado”, porque a “linguagem binária de gênero” não inclui todos. Por isso, os estudantes devem optar por termos “neutros”.

Racismo estrutural

Tornaram-se proibidos os termos “chapéu preto”, “marca negra” e “ovelha negra”, por causa de “conotações negativas para a cor preta”. Deve-se evitar ainda mudar “imigrante” para “uma pessoa que imigrou”, “prisioneiro” por “uma pessoa que está/foi encarcerada” e “sem-teto” por “uma pessoa sem moradia”.

O índice também desaconselha o uso de linguagem com palavras “violentas” e preconceituosas contra animais. Esses termos incluem “bater em um cavalo morto”, “puxar o gatilho”, “alerta de gatilho” e “matar dois coelhos com uma cajadada só”.

TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também lançou uma cartilha que recomenda “banir do vocabulário brasileiro” 40 palavras ou expressões “preconceituosas” e racistas. No documento, o TSE lista “esclarecer”, “escravo”, “meia-tigela” e “nega maluca”. O texto sugere ainda excluir o termo “feito nas coxas”.

Divulgado em 30 de novembro, durante o encontro Democracia e Consciência, o manual apresenta mais hipóteses que fatos concretos para justificar a censura aos termos escolhidos pela Corte. Produzido pela Comissão de Igualdade Racial do TSE, criada em abril deste ano, o conteúdo é dúbio e bastante impreciso.








publicadaemhttps://revistaoeste.com/mundo/americano-e-aborto-as-novas-palavras-proibidas/

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