diz Carlos Júnior
Há também uma tentativa clara de polir a imagem de Lula ao apresentá-lo aos eleitores como um candidato moderado. Líder histórico da esquerda brasileira e símbolo máximo do PT, sua representativa para além da base esquerdista foi derretida com as condenações judiciais na Operação Lava Jato. Firmar alianças com a parte do Centrão benquista pelos mercados e aparenta ser conservadora seria a solução para reverter tal perda.
Adianto logo que tal tentativa é engodo puro. Lula já fez isso uma vez – e colou. Mas as suas ações como presidente não deixam a menor margem para dúvida: ele é um radical esquerdista comprometido com a causa do Foro de São Paulo.
Na eleição de 2002 havia um temor generalizado por parte dos mercados com a possibilidade da vitória de Lula. Para acalmá-los e ampliar o eleitorado petista, sua campanha resolveu fazer a Carta aos Brasileiros – uma espécie de compromisso assumido com o setor financeiro no sentido de preservar contratos historicamente contestados por setores do PT. Com o mesmo objetivo, Lula escolheu José Alencar como vice, político experiente advindo do setor empresarial, filiado ao Partido Liberal (PL).
Com esse quadro, a narrativa de que ‘’Lula mudou’’ foi dominante no mainstream. O Fórum Econômico Mundial até mesmo elogiou sua ‘’conversão ao capitalismo’’ em detrimento ao passado como pregador socialista. Tal visão é absoluta enganosa e distante da realidade. Lula jamais abandonou os objetivos de longo prazo da extrema esquerda, e se fez algumas concessões momentâneas aos elementos da sociedade considerados inimigos pela revolução, fez justamente para preservá-la e mesmo ampliá-la.
Lula fundou junto com Fidel Castro o Foro de São Paulo, organização política de esquerda com o objetivo confesso de ‘’recuperar na América Latina aquilo que foi perdido no Leste Europeu’’, ou seja, implementar um regime comunista de dimensões continentais. Das reuniões do grupo saíram chefes de Estado, ministros, diplomatas e tutti quanti. As atas das reuniões estão na internet para quem quiser ler e tirar suas próprias conclusões. Por anos a grande mídia brasileira omitiu a existência do Foro, ridicularizando quem falava da sua existência com a corriqueira desconversa de outros assuntos. O único a furar a bolha foi o filósofo Olavo de Carvalho em seus artigos no Diário do Comércio – uma das razões que justificam o ódio colossal da esquerda brasileira por ele.
Alguns desavisados podem colocar as duas versões lulistas na mesa como prova de que a segunda é falsa, que Lula não tem nenhum traço ideológico de esquerda, sendo a atribuição a ele mera paranoia direitista. Mais uma prova da completa inocência dos falsos apaziguadores. Coitados, vivem no mundo do sr. Pondé – o direitista de estimação do beautiful people que fez um artigo na Folha provando que Lula é a melhor opção para os conservadores.
Concessões momentâneas ao capitalismo são partes da estratégia comunista desde sempre. Lênin delegou à iniciativa privada a economia soviética com a NEP (Nova Política Econômica) como forma de ludibriar as potências ocidentais, além de criar o proletariado que a Rússia nunca teve. Karl Marx dizia que o socialismo seria implementado após o capitalismo desenvolver suas potencialidades até o esgotamento. No caso brasileiro, além de seguir ipsis litteris o que os comunistas sempre fizeram, havia no Foro de São Paulo o papel do Brasil como provedor de recursos aos demais países do eixo vermelho. Portanto, era indispensável manter a economia de mercado para alimentar os aliados quando eles experimentassem na prática o fiasco econômico do socialismo.
Vivemos em nosso país uma criminalização explícita do conservadorismo e a consequente tentativa de bani-lo da vida pública. Tal infâmia foi empreendida pelos poderes Legislativo Judiciário através de inquéritos ilegais e CPIs destinadas a perseguir políticos, jornalistas e intelectuais conservadores. A mídia independente é uma das primeiras marcadas para morrer pelos tarimbados do establishment, pois a liberdade de expressão só vale para os benquistos por eles. Com uma eventual volta da esquerda ao governo a tendência é piorar ainda mais. Se a liberdade de expressão corre sério perigo agora, nem imagine o que vem depois.
Os companheiros do sr. Lula conseguiram retomar o poder na Argentina. Conseguiram piorar uma situação que já era ruim o bastante. A ditadura venezuelana controla o país com mão de ferro, quadro igualmente visto em Cuba e Bolívia. Nesses lugares a esquerda jogou a maior parte da população na pobreza, reprimiu violentamente os opositores e transformou a vida dos seus cidadãos em um inferno. Todos esses governos – e ditaduras em alguns casos – são apoiados historicamente pela esquerda brasileira. Em atos, declarações e até mesmo financeiramente. Dispenso os talentos de adivinhação para antever o que irá acontecer no Brasil se essa turma voltar ao poder. A realidade é clara como o sol de Teresina.
Lula não é moderado coisíssima nenhuma. Sua militância histórica, suas ações na presidência e seus compromissos com o Foro de São Paulo desmentem o mito do ‘’Lulinha paz e amor’’ – história da carochinha que só ludibria os idiotas do mercado dispostos a isso. Se você tem o mínimo de amor pelo país, pela liberdade e pelos seus irmãos brasileiros, não caia nessa.
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