Jornalista Andrade Junior

domingo, 13 de outubro de 2024

'Besta quadrada não tem cura'

Augusto Nunes:


 Aconselhado pelo chanceler de bolso, Lula declara guerra às Forças Armadas do Brasil 




A animadora: enfim fora encerrada a licitação, que atraiu 18 participantes, aberta pelo Exército para a compra de 36 obuseiros. Como a aquisição desses blindados com canhões está prevista no Orçamento, e portanto não é preciso arranjar dinheiro, só falta combinar com o país vitorioso a data da assinatura do contrato, certo? Errado, acaba de revelar o ministro da Defesa, José Múcio. “Venceram a concorrência os judeus, o povo de Israel”, confirmou num encontro de grandes industriais. “Mas, por questões ideológicas, não podemos aprovar.” 


Celso Amorim, chanceler de bolso do presidente Lula, ordenou a suspensão da compra tão logo soube que tudo estava resolvido. Instado a examinar o assunto, o Tribunal de Contas da União achou necessário preservar a segurança jurídica e desautorizou a contratação do segundo colocado na licitação. Segundo o TCU, não existem embargos da ONU ou tratados subscritos pelo governo federal que impeçam negociações desse gênero com países em guerra. Mas decisões de Lula e Amorim estão acima de embargos ou tratados. Como o Supremo ainda não achou tempo para tratar também de obuses e derivados, os militares (e o ministro da Defesa) que esperem sentados.


Quem vê as coisas como as coisas são sabe que o conflito em curso no Oriente Médio tem sua origem na repulsiva invasão de Israel por terroristas do Hamas, apoiados pelo Hezbollah e financiados pelo Irã. Portadora de miopia vigarista, a dupla formada por um analfabeto funcional e um diplomata de galinheiro se recusa a comprar sequer um capacete fabricado em Israel (ou trocá-lo por um rojão Caramuru). Motivo: “O Brasil não faz negócios com agressores”. Se é assim, como explicar o veto que impediu a entrega de ambulâncias aqui produzidas à Ucrânia, estuprada pela ofensiva das tropas do amigo Vladimir Putin?


Porque nesse caso a culpa deve ser repartida meio a meio por agressores e agredidos, alegam o mestre e seu discípulo de estimação. Como ensinou o único deus da seita, quando um não quer dois não brigam. Além de debochar do besteirol despejado pelo súdito de Putin, o presidente Volodymyr Zelensky nem se permitiu comentar a pornográfica “proposta de paz” formulada por Lula. Resumindo o palavrório, a nação agredida doaria oficialmente à agressora os territórios ocupados, os russos voltariam para casa e não se falaria mais nisso. Zelensky tampouco se surpreendeu com outra ultrajante revelação de José Múcio. Também está engavetada a venda de munição à Alemanha, que até onde se sabe não invadiu nenhum país nem parece preparar-se para repelir invasões. É apenas mais um caso de ranço ideológico: “Fizemos o negócio, um grande negócio”, garante o ministro. 


“O governo não faz porque senão a Alemanha vai mandar para a Ucrânia, a Ucrânia vai usar contra a Rússia, e a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes.


Parteiros da política externa da canalhice, nascida em 2003, Lula e Amorim não perderam uma só chance de reafirmar a opção preferencial pela infâmia. Até 2010, quando repassou o esconderijo no Planalto a Dilma Rousseff, Lula fez invariavelmente a escolha errada. Fantasiado de potência emergente, o Brasil acoelhou-se com exigências descabidas do Paraguai e do Equador, hostilizou a Colômbia democrática para afagar os narcoterroristas das Farc, meteu o rabo entre as pernas quando a Bolívia confiscou ativos da Petrobras e rasgou o acordo para o fornecimento de gás. Confrontado com bifurcações ou encruzilhadas, o governo do PT nunca fez a escolha e engoliu sem engasgos os caprichos e desejos de parceiros bandidos. Quando o Congresso de Honduras destituiu legalmente o presidente Manuel Zelaya, por exemplo, o Brasil se dobrou às vontades de Hugo Chávez. 


Decidido a reinstalar no poder o canastrão que combinava um chapelão branco com o bigode preto-graúna, convertido ao bolivarianismo pelos petrodólares venezuelanos, Chávez obrigou Lula a transformar a Embaixada Brasileira em Tegucigalpa na Pensão do Zelaya. Para afagar Fidel Castro, deportou os pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux, capturados pela Polícia Federal quando tentavam fugir para a Alemanha pela rota do Rio. Entre a civilização e a barbárie, Lula cravou sem hesitações a segunda opção. Com derramamentos de galã de novela mexicana, recitou juras de amor ao faraó de opereta Hosni Mubarak, ao psicopata líbio Muammar Kadafi, ao genocida africano Omar al-Bashir, ao iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad, ao ladrão angolano José Eduardo dos Santos e outras figuras repulsivas. Coerentemente, o último ato do mitômano que se julga capaz de liquidar com conversas de botequim os antagonismos milenares do Oriente Médio foi promover a asilado político o assassino italiano Cesare Battisti.


A herdeira Dilma Rousseff manteve o país de joelhos e reincidiu em parcerias abjetas. Entre o governo constitucional paraguaio e o presidente deposto Fernando Lugo, ficou com o reprodutor de batina, que aumentava o rebanho das dioceses que pastoreava com mais um filho do bispo. Juntou-se à conspiração que sonhava afastar o Paraguai do Mercosul para forçar a entrada da Venezuela, rendeu-se aos caprichos do lhama-de-franja que reina na Bolívia, presenteou a ditadura cubana com o superporto que o Brasil não tem e transformou a Granja do Torto em residência de verão de Raúl Castro. Rebaixou-se a mucama de Chávez até a morte do bolívar-de-hospício que virou passarinho. E até hoje ninguém sabe se o que houve entre ela e Nicolás Maduro foi namoro, amizade ou uma versão sul-americana de Bonnie & Clyde criada por Woody Allen. 


Ao virar ministro da Defesa de Dilma, Amorim fez o que pôde para aprofundar o fosso que hoje separa o Brasil de Israel. Não foi difícil induzir um cérebro despovoado de neurônios a acreditar que a histórica amizade com a única democracia da região só atrapalhava a consolidação das ligações com parceiros mais lucrativos. Que tal flertar sem camuflagens com o Irã dos aiatolás atômicos, bandos terroristas que acordam e dormem pensando no sumiço de todos os judeus ou psicopatas aglomerados num hospício itinerante batizado de Estado Islâmico (que Dilma logo passaria a chamar carinhosamente de Isis)? Em 24 de setembro de 2014, a presidente baixou em Nova York decidida a aproveitar os holofotes atraídos pela Assembleia Geral da ONU para matar de vergonha o Brasil que pensa e presta


O papelão chegou ao clímax na entrevista coletiva em que planejava criticar os ataques aéreos dos Estados Unidos a regiões da Síria subjugadas por fundamentalistas islâmicos. À vontade, esbanjou fluência no dilmês castiço sem conseguir dizer coisa com coisa. Confira o vídeo que reproduz um dos melhores piores momentos, abaixo reproduzido em negrito, sem correções nem retoques: “Hoje a gente querer simplesmente bombardeando o Isis dizer que você resolve, porque o diálogo não dá, eu acho que não dá, também, só o bombardeio, porque o bombardeio não leva a consequências de paz.”


O discurso lido na tribuna da ONU, escrito por alguém menos impiedoso com o português, tentou explicar o que a visitante estava querendo dizer. “Lamento enormemente isso”, recitou. “O Brasil sempre vai acreditar que a melhor forma é o diálogo, o acordo e a intermediação da ONU. Nos últimos tempos, todos os últimos conflitos que se armaram tiveram uma consequência: perda de vidas humanas dos dois lados.” O malandro desfile de platitudes foi pulverizado por réplicas desmoralizantes. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, foi além da enfática aprovação dos bombardeios. Pediu que fossem intensificados. “Assassinos só entendem a linguagem da força”, concordou o presidente americano Barack Obama. 


“É preciso dialogar com eles”, miou Dilma mais duas vezes. Desistiu ao constatar que ganhava força no plenário da ONU a ideia de entregar à governante brasileira a missão de dialogar com serial killers especializados em transmitir ao vivo, por redes sociais, a morte por degola de qualquer ser humano que não pertencesse ao deserto. Passados dez anos, a passagem pela sede da ONU avisa que, no momento, é a cabeça baldia de Lula que implora por reparos. 


Em Nova York, ele reiterou que é Israel o responsável pela guerra desencadeada por um ataque do Hamas, que o Hezbollah só quer defender o Líbano, que é o genocídio em andamento na Faixa de Gaza que impede a soltura dos reféns judeus, que no Irã só há gente boa, que os aiatolás (embora sejam persas e xiitas) disparam um míssil por minuto para garantir a paz eterna entre árabes sunitas ou pertencentes a outras ramificações do islamismo, que é Israel o culpado por todos os pecados do mundo. Foi por isso que Lula se negou a ouvir o discurso do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Foi por isso e muito mais que o governante israelense o considera “um anão diplomático”. A cabeça baldia de Lula requer cuidados urgentes. 


Faz 78 anos que vem acumulando todo tipo de lixo tóxico. Algumas avarias talvez possam ser abrandadas com a remoção do colosso de ideias de jerico. Mas não custa avisar que uma perfeita besta quadrada não tem cura. 11/10/2024, 11:06 Besta quadrada não tem cura - Revista Oeste https://revistaoeste.com/revista/edicao-238/besta-quadrada-nao-tem-cura/ 


Augusto Nunes, Revista Oeste
















publicadaemhttps://rota2014.blogspot.com/2024/10/augusto-nunes-besta-quadrada-nao-tem.html

0 comments:

Postar um comentário

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More