Jornalista Andrade Junior

sábado, 12 de outubro de 2024

Casamentos, CEOs e as ilusões do progressismo

  Lucas Berlanza 


Não tenho nada de aproveitável a dizer sobre casamentos, tampouco sobre CEOs – até porque não gosto de linguagem corporativa (no lugar de “CEO do Instituto Liberal”, o estatuto diz “presidente da Diretoria Executiva”).


No entanto, ressalto que, em nosso livro Escravos do Amanhã – As Ilusões do Progressismo, meu co-autor Hiago Rebello aborda, de seu ponto de vista de historiador, o problema de supor que a situação da mulher ao longo da História seria de uma opressão linear absoluta que, de súbito, encontra um episódio pleno de emancipação em todos os âmbitos valorizados pelas teóricas feministas.


Ele relaciona, por exemplo, a tolerância com a homossexualidade feminina entre os germânicos antigos, existindo, porém, “ao lado de uma maior violência e da sujeição da mulher”; por sua vez, o Cristianismo, “acusado de ser um empecilho para o progresso com relação às liberdades e à igualdade da mulher, foi o que deu às mulheres mais dignidade como seres humanos”. Com base na obra de Jacques Le Goff (1924-2014), Hiago relaciona uma série de grandes mulheres que, ao contrário do que se imaginaria, se destacaram politicamente no período medieval. O ponto central dele é criticar a ideia de que o “movimento feminista” seja a única força histórica de emancipação feminina, quando, por vezes, suas franjas impõem às mulheres determinados padrões de vida em vez de exaltar sua liberdade de escolha.


Dito isso, é evidente que, em diversos aspectos e por bastante tempo, tratou-se a mulher por uma ótica inadmissivelmente subalterna e opressiva. A contestar bisonhamente suas conquistas, a humanidade seria privada de grandes realizadoras que, por suas ações, comprovaram suas inclinações vocacionais para tais gêneros de contribuição com a coletividade.


Não podendo elas votar, ser candidatas, empreender, exercer funções de liderança fora do lar, como ainda há – sim, há – quem pregue, estaríamos privados de grandes políticas, empresárias, esportistas, artistas e outras figuras de relevo cujas vidas são a prova de que sairíamos perdendo.










PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/casamentos-ceos-e-as-ilusoes-do-progressismo/

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