Mauricio Nunes
Recentemente vi uma entrevista de uma influencer jovem, com seus 20 anos de idade e milhões de seguidores, onde a moça afirmava que a sua geração reclama de tudo, não gosta de nada e se considera superior a qualquer outra geração do passado.
Achei corajosa a postura da menina, que eu sequer sabia que existia. Ela foi ao menos justa no comentário.
Eu acho divertido, por exemplo, a galera que inocentemente acredita que Lady Gaga inventou o discurso e as canções LGBT, ou que Pablo Vittar é uma espécie de visionário e provocador, mesmo fazendo o que Ney, David Bowie, Boy George, Little Richard, e tantos outros já fizeram com mais talento e muito mais elegância, afinal isto só comprova uma total e completa ignorância histórica das plateias de hoje.
Eu poderia listar, no mínimo, uns 100 artistas declaradamente gays e que criaram obras belíssimas com esta temática e que NINGUÉM sequer se importou, pois o lance era cantar junto, se emocionar, vivenciar, curtir a ARTE, não o panfleto, que convenhamos sempre foi algo careta e piegas.
Não há liberdade na militância.
Esta é uma regrinha básica que todo "jovem dinâmico" deveria compreender, mas dizer o que de quem bate palmas até para personagens caricatos como Greta Thumberg?
No Brasil, duas grandes estrelas do rock, imortalizadas e respeitadas tanto em vida quanto em morte, criaram hinos gays que eram (e ainda são) cantados por milhões de pessoas numa época em que, repito, ninguém dava a mínima para isto, pois gays, heteros, trans (Roberta Close) eram recebidos com carinho, respeito e completa admiração por todos, portanto qual história contaram pra esta molecada ressentida dos dias atuais?
Será que eles entendem a letra de "Daniel na Cova dos Leões"?
Alguma destas "celebridades envocadinhas" sabe o real significado da frase "aquele gosto amargo do seu corpo ficou na minha boca por mais tempo"?
E quanto "teu corpo é meu espelho e em ti navego"? Renato cantou isto em estádios lotados com coro de milhares de pessoas, sendo elas gays, heteros, não importa, todos gritavam em uníssono declamando juntos um belo poema musicado, que nitidamente fala sobre o amor entre duas pessoas do mesmo sexo.
Viram? Não era necessário usar palavrões ou frases de baixo calão. O amor sempre será AMOR, não importa o sexo dos envolvidos, e isto é que deve ser respeitado sempre.
Quem se incomoda com a cama do outro, provavelmente tem problema na própria.
Cazuza, homossexual assumido, porém completamente anti-bandeiras (o que é de se admirar ainda mais), cantou em pleno Rock in Rio a música "Narciso", onde a letra diz claramente "eu tenho tudo o que você precisa, e mais um pouco, nós somos iguais na alma e no corpo", claramente se referindo a uma paixão homossexual.
TODO MUNDO cantou junto e vibrou com Cazuza em plena cidade do rock aos olhos do mundo para tristeza de apenas alguns "malas" faias e companhia Ltda.
Entendem quando a gente diz que não haverá nada como os anos 80?
Músicas, letras, poesia, atitude, tudo estava ali, em excesso e muito bem digerida pelo público.
O que há hoje além de ódio, baixaria, reclamação sobre tudo?
E o que dizer da cereja do bolo do progressismo: conflitos entre gerações, credos, raças e opções sexuais?
Não caiam nesta balela, por favor.
Deixem a preguiça de lado e usem esta maravilha que vocês tem nas mãos (o celular, calma, tô falando do seu smart phone) e vão em busca de informações para que se aprenda com a história, para que assim possam descobrir a verdade além do cenário patético e burro que vendem para vocês.
Acreditem, vocês se surpreenderão.
* Texto Original A Toca do Lobo
** Marício Nunes, o autor, é jornalista, roteirista, dramaturgo, artista, criador da imperdível A Toca do Lobo e autor, entre outros de Playcenter, o ABC do Rock e Fragmentos de Uma Mente em Construção.
publicadaemhttps://www.puggina.org/outros-autores-artigo/texto-de-a-toca-do-lobo__17937
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