Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sábado, 30 de abril de 2022

'Democracia, riscos e liberdade',

 Salim Mattar

A democracia somente corre riscos quando o país é governado por homens. Uma verdadeira nação, democrática e republicana, deveria ser governada por leis. A democracia corre os mais sérios riscos quando os homens começam a “interpretar” as leis e cercear as liberdades. Interpretações que criam impunidade e privilégios não são legítimas, e, portanto, incompatíveis com o Estado de Direito. Democracias correm riscos principalmente quando o Judiciário extrapola seus limites e desrespeita o Estado de Direito.

Está cansativo presenciar tanta desarmonia e atos pontuais por parte dos Três Poderes, que têm como consequência trazido indignação ao povo e com impactos diretos, devido à insegurança jurídica, na economia do país, no momento com tantos desempregados e desalentados. Os Três Poderes são constituídos de servidores públicos que deveriam servir ao povo, mas, infelizmente, salvo exceções, presenciamos prioridades nas disputas de poder, deixando em segundo plano o combate à pobreza e à extrema pobreza, num momento em que vemos brasileiros comprando ossos para saciar a fome.

Nossas autoridades deveriam perceber que o povo, os verdadeiros senhores da nação, tem presenciado com desgosto essa desarmonia desagregadora entre os Poderes da República. Precisamos de mais civilidade dos líderes e das demais autoridades constituídas, que têm o dever de zelar pelo fiel cumprimento da Constituição. Essas pessoas, ocupando funções como servidores públicos, remunerados e mantidos pelos pagadores de impostos, deveriam ser um admirável exemplo de retidão e comportamento para todos os cidadãos.

Precisa a Suprema Corte entender que o povo brasileiro deseja viver num país democrático e republicano e tem o direito de se manifestar, clara e diretamente, nas redes, na mídia ou nas ruas quando achar que qualquer autoridade ou Poder esteja se excedendo, desrespeitando ou mesmo “interpretando” a Constituição, afrontando o Estado de Direito. Banir plataformas de comunicação, ou redes sociais, o controle da mídia e o cerceamento do direito de expressão não são atitudes coerentes com o ambiente democrático, pois afronta a liberdade. Os cidadãos têm absoluta legitimidade para criticar, independentemente da opinião de autoridades. E não cabe à Justiça ou a qualquer autoridade dizer que crítica tem ou não legitimidade. Deveriam as nossas autoridades aceitar que estão sujeitas às críticas públicas, ser mais humildes e reconhecer que o povo não se amedronta e não se submete a questionáveis interpretações da Constituição emanadas não por anjos, mas por homens, que podem cometer falhas em seu juízo de julgamento. E, mesmo quando for uma decisão inconstitucional, ela deve ser cumprida?

A liberdade de expressão é o pré-requisito de uma sociedade civilizada, democrática e republicana

O povo brasileiro é, por natureza, pacífico e ordeiro. Mas não é submisso! E não se permitirá ser submisso mesmo com pressão de qualquer das instituições. No momento, esse povo está indignado e inconformado com atos provenientes de nossa mais alta Corte e também consciente de que bravatas não colocam em risco a democracia. O povo está apreensivo com a consequência de atos pontuais que conduziram à prisão de cidadãos sem o devido processo legal, colocando em risco o Estado de Direito. Quando instituições perdem credibilidade e respeitabilidade e apelam para a força, colocam a democracia em risco. A postura ativa do povo em prol de pautas sociais, econômicas, políticas ou mesmo ideológicas é garantia de saudável democracia e engajamento cívico, bem como grito de alerta para que as nossas autoridades possam agir melhor corrigindo eventuais desvios, rumos e comportamentos.

As pessoas devem dizer o que pensam e serão expostas ao julgamento público, pois as ideias absurdas naturalmente se exalam. A liberdade de expressão é o pré-requisito de uma sociedade civilizada, democrática e republicana e significa que qualquer cidadão pode, livremente, se manifestar sobre qualquer tema, e o combate se dará com palavras e ideias. Não podemos aceitar que homens de toga se comportem como os únicos guardiões da democracia e da verdade, julgando, a seu bel-prazer, monocraticamente, o que seja certo ou errado, o que pode ser ou não ser dito, o que coloca ou não coloca a democracia em risco e o que é ou não ato antidemocrático. Até porque foram essas mesmas pessoas que retrocederam na legislação, na jurisprudência e no combate à corrupção.

O maior Poder da República é o povo. O povo é soberano, tem de exercer seus direitos, manifestar-se e não pode se calar. As instituições são subordinadas ao povo. Nenhuma instituição é o maior Poder da República. Vemos com frequência nossas autoridades defenderem as instituições. Mas não temos visto essas mesmas autoridades defenderem a liberdade, sendo que ela está acima das instituições. As instituições existem para garantir a liberdade individual.

Liberdade é inegociável e não pode estar sob julgamento.

Isso é democracia!


Salim Mattar é empresário e presidente do Conselho do Instituto Liberal


Revista Oeste

















publicadaem


‘O pior racista é o negro vitimista’

 Paula Leal, Revista Oeste


Para o pastor e pré-candidato a deputado federal Wesley Ros, o negro precisa se libertar e superar o autopreconceito


Wesley Ros é pastor, cantor gospel, compositor e produtor musical. Aos 45 anos, ele é hoje um dos pastores evangélicos mais influentes das redes sociais. Em junho de 2020, Ros gravou um vídeo manifestando sua opinião sobre racismo, na esteira do que aconteceu com George Floyd, morto por um policial na cidade de Minneapolis, nos EUA, em maio daquele ano. O discurso foi na contramão dos movimentos antirracistas que se insurgiram na época, como o Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), ao criticar a vitimização de grupos que usam a cor de pele como justificativa para a falta de oportunidades. “Era necessário que alguém que pensasse fora da bolha vitimista falasse alguma coisa”, disse Ros. A publicação viralizou nas mídias sociais. 

Desde então, ele ganhou milhares de seguidores e passou a compartilhar suas opiniões e a defender abertamente pautas de direita, como a não legalização das drogas e do aborto. Em dezembro passado, foi a Brasília e realizou uma apresentação musical no Palácio da Alvorada. Na plateia estavam o presidente Jair Bolsonaro e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, além de políticos e ministros. Ao término do show, Bolsonaro convidou o pastor para ser candidato a deputado federal por São Paulo: “Negão… Bora pra São Paulo? Se os bons se omitirem, os maus prevalecem”, disse o presidente. “Na hora fiquei meio sem entender o que ele estava dizendo”, confessou o pastor. “Não sabia o que fazer, só abracei o presidente.” Ros aceitou o convite e hoje é pré-candidato a deputado federal por São Paulo pelo PL, partido de Bolsonaro. 

Nesta entrevista, o produtor musical fala sobre a atuação de movimentos antirracistas, critica o discurso da “dívida histórica” em razão dos tempos da escravidão para justificar ações inclusivas e diz que não vai aceitar receber cota do fundo eleitoral pelo fato de ser negro. “Se for obrigado a receber, recebo e faço uma doação”, disse.  

A seguir, os principais trechos da entrevista.

Em junho de 2020, na esteira da morte de George Floyd, um vídeo em que o senhor fala sobre racismo viralizou nas redes sociais. Por que o senhor resolveu gravar o vídeo? 

Desde a morte do George Floyd, começou nos Estados Unidos uma onda de manifestações, para que as pessoas ficassem com ódio dos brancos. Em um protesto nos EUA, por exemplo, manifestantes jogaram uma tampa de ferro de esgoto na cabeça de um policial, que era branco, e ele morreu. O foco era contra policiais, de preferência brancos. Então, tive de me posicionar. Essa onda se espalhou por alguns países, inclusive no Brasil, com o episódio do Carrefour [em novembro de 2020, um homem negro foi morto por seguranças dentro de um supermercado da rede em Porto Alegre]. Pessoas tocando fogo no Carrefour e aquela situação toda. Era necessário que alguém que pensasse fora da bolha vitimista falasse alguma coisa. Caso de racismo existe? Existe. Algo que, inclusive, já aconteceu comigo. A ideia do vídeo era não maximizar o vitimismo. Quis  apontar o racista e não generalizar que todo branco é racista. Acho que meu recado foi muito bem dado.

Como foi a repercussão desse vídeo nas redes sociais? 

Ganhei muitos seguidores. Com isso, pude maximizar o que penso sobre a convivência entre negros e brancos e externar minhas opiniões políticas. Na época, os principais blogs entraram em contato para me entrevistar. Vi o carinho das pessoas. E não foi pela minha cor. Foi pelas minhas opiniões. Quantos negros chegaram para mim dizendo que pensavam diferente, que abri a cabeça deles, como um machado no cérebro. Mas também sofri um pouco de cobrança, de perseguição nas redes sociais. Esses que já têm carteirinha de militante disseram que eu estava negando o movimento, que eu era negro com discurso de branco. Esses são os verdadeiros racistas.

“A cota deveria ser social. Existem brancos embaixo de pontes, brancos na cracolândia, existe branco passando necessidade”

Como o senhor responde a negros que dizem que os brancos têm uma dívida histórica em razão da escravidão e que é preciso compensar esse período com ações inclusivas?

O negro tem uma licença para ser racista. Qual é? Jogar a culpa na dívida histórica. ‘Estou atacando o branco, mas não é um ataque. Sou a vítima, porque o branco tem uma dívida comigo’. E por isso o negro se acha no direito de atacar o branco. E o branco não pode se defender, mesmo sofrendo racismo por parte do negro. Quem é o verdadeiro racista nessa história?

O que o senhor pensa sobre a política de cotas nas universidades?

A cota deveria ser social. Existem brancos embaixo de pontes, brancos na cracolândia, existe branco passando necessidade. Tá cheio de negão milionário e de branco pobre. Esse discurso de dívida histórica pode ter funcionado por um determinado tempo, hoje não mais. Não há por que cobrar uma dívida do branco se não foi ele que fez e não é o negro de hoje que está amarrado num tronco. Isso não faz sentido. Além disso, é uma depreciação quando o negro entra em uma universidade e diz que conseguiu com a ajuda do branco. O mesmo branco que ele critica. 

O Brasil é um país racista?

Nos Estados Unidos, existiam bairros negros e brancos, escolas para negros e para brancos. No Brasil não houve isso. Você sai na rua e vai encontrar negros e brancos em qualquer esfera da sociedade. Aí vem o discurso: ‘Mas o negro não tem chance’. Como assim? Ele tem chance no funk e ganha milhões, tem chance no rap, no samba e ganha milhões, tem chance no futebol. Se existem setores em que o negro pode crescer e se tornar milionário, por que não na intelectualidade? Não é que não tem oportunidade, é que muita gente escolhe não estudar. É o negro que cresce com essa mentalidade ‘não tenho, não sou, não posso, não consigo’. A cadeira do intelectual branco, por exemplo, quem fundou foi um negro, Machado de Assis [o escritor fundou a Academia Brasileira de Letras, em 1897]. O pior racista é o negro vitimista. Porque ele sempre acusa o branco. E não é um branco, é branco, no coletivo.

O senhor já disse que não acredita na existência da raça negra e que isso seria uma criação afro para distinguir preto de branco e dizer que preto tem raça e o branco não. Por quê?

Os movimentos de minorias sempre cobram que eu defenda a raça. Mas que raça? ‘A negra’, eles dizem. Mas eu não sou da raça negra, sou da raça humana. O cara que se ofende por ser chamado de negão precisa rever seus conceitos. Ele é preconceituoso. Porque essa mesma pessoa que se ofende, muitas vezes, é aquela que veste uma camiseta escrita “100% preto”, mas se sente ofendida quando um branco a chama de preto.

O senhor tem bastante contato com a classe artística. Como o senhor avalia o engajamento dos artistas em defesa de movimentos negros e antirracistas?

Veja o exemplo da música cantada pelo Seu Jorge no filme Marighella, ‘a carne mais barata do mercado é a carne negra’. Ele já foi casado com quatro mulheres, e as quatro são brancas. Por acaso, ele estava em promoção quando elas chegaram para casar com ele? Olha os carros que ele tem, quanto custa um show dele? R$ 300 mil, R$ 400 mil? Ele é carne barata? Isso é tripudiar em cima dos negros, fazer deles palanque para alcançar fortuna e chamar todos os brancos de racistas. Menos as mulheres dele. Não entendo essa hipocrisia. A Ludmilla, funkeira, disse que precisou se mutilar para ser aceita na sociedade e que, por isso, fez cirurgia para afinar o nariz. Aí eu pergunto: e branco não faz também? É questão de estética. Ludmilla se mutilou não porque não foi aceita na sociedade, mas porque ela não se gosta. Ela se mutilou porque não se aceita negra. Por isso que ela usa peruca, alisa o cabelo. Quantas mulheres se cuidam, fazem dieta, alisam cabelo, fazem cirurgia plástica independentemente de serem brancas ou pretas? O negro precisa vencer o seu autopreconceito para depois dizer que algum branco é preconceituoso. 

Como o senhor define o negro que não pensa como o senhor?

Chamo de prisioneiro de uma senzala ideológica. Não se pode mais amarrar fisicamente os pulsos dele, os pés dele, então ele permite que amarrem seu cérebro. No fundo, ele ainda é um escravo. 

O senhor foi convidado pessoalmente pelo presidente Jair Bolsonaro para ser candidato a deputado federal. Por que aceitou o convite? 

Nunca tinha passado pela minha cabeça entrar na política. Nunca trabalhei em gabinete, na esfera pública. Meu negócio sempre foi a música, o palco, gravar artistas. Quando Bolsonaro me convidou, foi uma grande surpresa. E capitão não pede, capitão ordena. E o soldado que é inteligente obedece. O presidente me abriu os olhos para encarar o pedido como uma missão, um propósito. Para mim, lucrativamente, é andar para trás. Abrir mão das minhas agências, produções, shows, para ganhar o salário de deputado federal, é preciso ter muito amor no coração. Mas entendi o chamado de Bolsonaro e que ele precisa de ajuda. 

Por ser negro, o senhor terá direito a cotas do fundo eleitoral do seu partido. Como enxerga esse benefício?

Meu partido vai dar cota para que eu receba verba partidária só porque sou negro? Não quero. ‘Mas é obrigatório.’ Se for obrigado a receber, recebo e faço uma doação. Veja, isso foi um projeto da Benedita da Silva [em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral acatou o projeto da deputada federal do PT para que os partidos destinassem recursos do fundo eleitoral de maneira proporcional à quantidade de candidatos negros e brancos]. O que a deputada quis com isso? Ela quis vender a ideia de que está ajudando a comunidade negra com essa iniciativa. Ela quis mostrar que os brancos sempre estiveram no poder na política e que seu projeto vai promover mais candidatos negros. Benedita ganhou o que queria: votos. Negros escravizam negros. Como lá atrás. A história se repete, só que agora é na ideologia.

O que o senhor pretende realizar caso seja eleito deputado? 

O político hoje não tem de ter bandeira, ele precisa atender o Estado que o elegeu e os eleitores que confiaram nele. Vou dizer que sou simpatizante a alguns temas, como a cultura e o foco em investimentos na periferia. Simpatizo também com a ideia de instalar escolas cívico-militares. Por que não? Eu gostaria de ver meus filhos hasteando a bandeira, cantando o Hino Nacional. Juntando todas as emendas a que um parlamentar federal tem direito, ele consegue movimentar cerca de R$ 60 milhões por ano. Dá para fazer muita coisa. Acho que serei uma peça fundamental caso isso se concretize, porque vou mostrar para os meus irmãos de cor que é possível pensar diferente daquilo que eles aprenderam a vida toda em um universo totalmente vitimista. E quero fazer por todos. Não pelos negros, mas pelas pessoas. 


Paula Leal, Revista Oeste















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'Elon Musk e os donos de morro digitais',

 por Bruna Frascolla

O Direito não surgiu dentro de um Estado onde todos eram cidadãos. O paterfamilias romano era o árbitro e senhor da sua casa, que compreendia os servos, a mulher e os próprios filhos. Ele era uma espécie de monarca dentro de sua propriedade e, fora dela, um cidadão sujeito à autoridade da República ou do Império. O Brasil herdou algo disso, seja nos costumes ou na legislação.

Onde o poder privado reina, o Estado não bole. E para se ter uma boa ideia de como era o interior brasileiro, tomemos nota de que no Segundo Reinado não havia mapa do Semiárido brasileiro, embora essa seja uma região ocupada por lusófonos desde pelo menos o século XVII. Os mapas foram encomendados por D. Pedro II ao polímata Theodoro Sampaio, e seriam de grande valia à República para debelar Canudos. Se o Estado nem sabia os caminhos das brenhas do Semiárido, tem-se uma ideia do poder que um coronel estava habituado a exercer em sua propriedade privada.

Ao menos até o século XX, entendia-se que modernização implicava o crescimento do Estado sobre esses enclaves privados. Com a universalização da cidadania, são iguais, perante o Estado, o coronel e seu cortador de cana analfabeto. Ambos estão sob a autoridade estatal, e o coronel não é livre para açoitá-lo num tronco ou vendê-lo.

No entanto, a modernização fez com que o exercício do poder privado sobre cidadãos teoricamente livres chegasse às cidades. À figura rural do coronel, somou-se a figura urbana no dono do morro. Mas ainda assim os políticos e os intelectuais dirão que tal estado de coisas não é o ideal. E, por mais que haja uma bandidolatria da parte dos intelectuais, muita tinta já correu para tratar do “Estado paralelo”. A apologia do tráfico é algo envergonhada e disfarçada. O jeito de elevar o tráfico é rebaixar o Estado legítimo, dizendo que é racista etc., sem dizer palavra sobre as barbaridades do tráfico. Quanto ao seu financiamento, tampouco esperem uma campanha pela conscientização do custo humano do uso de drogas ilícitas: mais fácil se preocuparem com baleia do que com favelado. Há campanha para parar de comer carne e salvar animaizinhos, mas parar de usar droga, nem pensar!

Assim sendo, a mobilização de políticos para que entes privados exerçam seu poder discricionário sobre a população deverá ser recebido com muita surpresa. E era exatamente o que os governos vinham fazendo com as Big Techs.


Donos de morro digitais

Vejam bem: o Estado brasileiro não pede para coronéis e donos de morro criarem códigos de conduta privados e aplicarem aos cidadãos brasileiros que adentrem seus territórios. Ninguém diz: “Seu Traficante, Allan dos Santos entrou no seu morro e transitou livremente! Você não tem um código que pune discurso de ódio com micro-ondas? Como você não o executou? Se ele pisar aí mais uma vez e escapar impune, vou mandar a polícia tomar conta do seu morro e acabar com o seu negócio!”. Mas no Judiciário, no Legislativo e na academia, muitos dizem que as Big Techs têm que punir quem faça isso e aquilo.

O Estado Democrático do Brasil tem leis que punem calúnia, injúria e difamação. Não existe nenhuma lei focada nessa coisa vaga chamada de “discurso de ódio”, mas existem limitações legais à liberdade de expressão. Ninguém pode defender a superioridade de uma raça, por exemplo. Tampouco se pode fazer apologia de crimes. Assim, o Estado brasileiro deveria se modernizar para fazer valer suas leis na internet. Como não temos censura prévia, a internet deveria acarretar apenas uma explosão de crimes de calúnia e difamação, que sobrecarregaria o Judiciário. Problema de gestão, não de surgimento de crimes novos.

No entanto, a corporação jornalística vinha nos oferecido um senso comum artificial segundo o qual Mark Zuckerberg (Facebook, Instagram e WhatsApp), Jack Dorsey (Twitter) e Pavel Durov (Telegram) tinham que aplicar em seus respectivos morros digitais um código censor que os progressistas tiraram da cabeça deles e que não foi sancionada por lei nenhuma no Brasil. Agora, com a compra do Twitter por Elon Musk, a coisa parece mudar de figura. A burocrata não-eleita Jen Psaki já veio a público falar de regulação de redes sociais nos Estados Unidos. A União Europeia, idem, através de um tal Thierry Breton, outro burocrata não-eleito.

Elon Musk foi claro e sucinto em seu tuíte a respeito do assunto: “Por ‘liberdade de expressão’ entendo simplesmente o que condiz com a lei. Sou contra a censura que vai além da lei. Se as pessoas quiserem menos liberdade de expressão, vão pedir ao governo que passem leis com esse efeito. Portanto, ir além da lei é ir contra a vontade do povo.” Na mosca.


Preocupação com a salvaguarda de dogmas

Eu posso encontrar com facilidade no Twitter violações à liberdade de expressão que deveriam preocupar as autoridades brasileiras. Uma delas foi coberta pela Gazeta: a propaganda explícita do Comando Vermelho. Logo após a matéria, as contas foram apagadas. Mas voltou a haver um monte de contas do Comando Vermelho e ninguém reclama. Isso não tira o sono dos ministros do Supremo, nem de jornalistas esclarecidos. Perigoso mesmo é Allan dos Santos.

Na verdade, o curioso é que todo mundo sabe qual é a lei de censura não escrita. Isso ficou bem claro no primeiro dia após a compra do Twitter: uma chuva de tuítes com a expressão “testando” violava a censura. Tuitavam que homem é homem e mulher é mulher, ou que ivermectina é bom. Resumidamente, ficou muito claro que os dogmas do identitarismo e da “seita da vacina” (para usar a expressão de Guilherme Fiuza) se converteram numa ortodoxia capaz de punir hereges.

Os CEOs eram donos de morros digitais que agiam a mando de governantes. Governantes estes que traíram os seus povos e adoraram ter censores intermediários. Vamos ver agora se a União Europeia e os Estados Unidos dispõem de randolfes para dar um jeito na situação.


Guerra de bilionários

Assim como um cidadão esclarecido dos anos 40, nós não temos como saber agora o que está acontecendo no mundo. Dada a informação disponível, podemos considerar que o vago corpo doutrinário ESG está afinado com o corpo censório abolido no Twitter. O ESG, sigla de Governança Ambiental e Social, reúne identitarismo e ambientalismo neomaltusiano. Por mera observação, vemos também que todo identitário é da seita da vacina (embora nem todo fiel da vacina seja identitário), de modo que ambas as coisas devem estar conectadas. E sabemos ainda que Bill Gates e Klaus Schwab são os principais difusores do ESG mundo afora.

O ESG é feito para regular empresas e pessoas a partir de rankings identitários de “inclusão” e de créditos de carbono. São critérios que não estão claros para ninguém – exceto, talvez, para Bill Gates. Elon Musk tem postado contra ele no Twitter, e até vazou uma conversa privada entre ambos, com ele cobrando de Bill Gates satisfação por investir na queda da Tesla. Ao que parece, a Tesla, de Musk, apesar de produzir carros elétricos (que são propagandeados como “energia verde”) teria uma nota ESG baixa, e por isso Bill Gates se preparava para a desvalorização da empresa. Musk também usou o Twitter para chamar o ESG de “demônio encarnado”. No mais descobrimos também que ele é contra o neomaltusianismo de Bill Gates, já que lastima a queda da natalidade na pandemia e acha que a humanidade tem que evoluir para ficar de luto pelos não-nascidos.

Aí vem briga de cachorro grande, e é provável que só daqui a alguns anos entendamos o que está se passando agora.


Gazeta do :povo














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REALIZAÇÕES DO GOVERNO BOLSONARO

 ANDRADE JUNIOR

Aqui mais uma pequena parcela do muito que o Governo vem realizando e que os veículos de imprensa não mostram para o povo, afinal, o governo está trabalhando para o futuro do nosso país. Depois de ver, se concordar, não esqueça de compartilhar com seus amigos para que um número maior de pessoas tomem conhecimento do que vem acontecendo. 


 















VALE O QUE ESTÁ ESCRITO

 ALEXANDRE GARCIA


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‘Ingenuidade’ e ‘ato falho’: Marco Aurélio critica Barroso por acusação contra Forças Armadas

 Terra Brasil Notícias


O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, criticou nesta sexta-feira (29) o ministro Luís Roberto Barroso por acusar as Forças Armadas de serem orientadas a atacar o processo eleitoral.

Marco Aurélio disse ainda que Barroso cometeu “ingenuidade pura” ao fazer a acusação e que a fala foi um “ato falho”. 

“Ingenuidade pura pensar que Exército, Marinha e Aeronáutica – os militares, portanto – se engajarão numa aventura. Foi um ato falho do ministro Luís Roberto Barroso que não veio a contribuir para a pacificação que o clima está a reclamar. Foi um ato falho”, afirmou o ex-ministro.











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Comunicado ao STF sobre Silveira é fake news

 DIÁRIO DO PODER

Não passou de mais uma “fake news” a história de que “deputados” e até mesmo o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teriam “comunicado” ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o deputado Daniel Silveira não permaneceria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e nem em qualquer outro colegiado permanente. A mentira ainda não foi admitida pelos grandes veículos de informação que a divulgaram. Mas, ao ser indagado pela coluna, ontem, Arthur Lira foi enfático: “É fake!”

Não seria digno

A mentira, de resto juvenil, parte do princípio igualmente falso de que o Congresso precisa dar conta ao STF de suas decisões.

Decisão é do líder

A indicação para comissões é prerrogativa exclusiva dos líderes, e o líder do PTB decidiu manifestar dessa maneira seu desagravo a Silveira.

Meio deputado

O presidente da CCJ, Arthur Maia (PP-BA), disse ontem que Silveira não pode ser um “meio deputado”, impedido de integrar comissões.

Sem confirmação

Não houve um só ministro que tenha confirmado, mesmo em “off”, haver recebido “aviso” sobre a permanência de Silveira em comissões.







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No PT, quem não é larápio?

 DIÁRIO DO PODER


Sobra alguém?


A versão mais recente do estatuto do PT de Lula e outros acusados de afanar o alheio prevê que a “incidência reiterada de conduta pessoal indecorosa” rende expulsão do partido. 

Menos, companheiros, menos.












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Lula e Alckmin querem o Brasil de vermelho

 Ana Paula Henkel: 

OSPINGOSNOSIS

Lula e Alckmin querem o Brasil de vermelho

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