por Carlos Júnior
Desde o começo do governo, essas forças tentaram de tudo para derrubar o presidente Bolsonaro. As tentativas de miná-lo indefinidamente, sabotar medidas importantes e limitar atribuições constitucionalmente privativas ao Poder Executivo exemplificaram bem o mal estar do establishment. Nenhum outro governo foi tão achincalhado como o atual.
Difícil apontar quem mais sabotou o governo. O STF rasgou a Constituição inúmeras vezes e virou partido de oposição, como disse o jurista Ives Gandra; Rodrigo Maia usou a posição de presidente da Câmara para pautar o que queria e sentar em cima das MPs do governo, além de criar atritos desnecessários e estúpidos; governadores fizeram da pandemia um ótimo palanque com seus respectivos interesses. O que não faltou foi gente para atrapalhar o governo e atrasar o país.
Diferente do STF e dos governadores, o sr. Maia saiu de sua posição. Teremos paz com a queda do sabotador da Câmara, pensei. Entretanto, tem-se agora um aspirante ao mesmo papel: o vice-presidente da casa, Marcelo Ramos (PL-AM). Ele é o Rodrigo Maia 2.0, sem tirar nem pôr.
O sr. Ramos dedicou boa parte do seu tempo a algo que é a especialidade dos politiqueiros medíocres: aparecer e angariar holofotes por declarações desnecessárias. Escolhido como presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência por Maia, ele nunca perdeu a oportunidade de alfinetar o governo, ameaçando até mesmo a viabilidade da reforma.
Certa vez, o sr. Ramos falou que as manifestações governistas que explicitaram o descontentamento da população com o Congresso atrapalhavam a reforma, mas logo em seguida garantiu que iria blindá-la. Dualidade típica de quem implora por atenção.
Além de legítimo sabotador da escola Rodrigo Maia, o sr. Ramos também é um mentiroso. Ao comentar a fala do presidente Bolsonaro sobre as eleições de 2022 com a perspectiva do voto impresso, o deputado apontou a declaração como uma ameaça de fechamento do Congresso. Ora, não há a menor correlação entre uma coisa e outra, e o voto com a possibilidade de auditorias futuras é um pilar fundamental da democracia.
Garantir eleições limpas e confiáveis foi um dos maiores desafios do Império – basta ler o livro A Democracia Coroada do historiador João Camilo de Oliveira Torres para compreender isso.
O presidente Bolsonaro já repreendeu publicamente um apoiador seu que pediu o fechamento do Congresso e do STF. Colocar na sua conta essa intenção não é apenas analfabetismo funcional: é mentir e tentar ludibriar a população de forma irresponsável e leviana.
Agora temos a questão da LDO e do fundão eleitoral. Não entrarei na discussão se os parlamentares governistas votaram ou não pela aprovação do último – isso é insignificante no momento. O que é surpreendente nessa situação é que o deputado Ramos capitaneou a aprovação do fundão é o mesmo que falou da necessidade de conter uma pressão do governo para romper o Teto de Gastos. O liberalismo do sr. Ramos é o de ocasião: quando lhe interessa, vale; quando não, é dispensável.
Com a pressão popular e a sinalização de veto por parte do presidente Bolsonaro, Ramos reagiu. Declarou-se oposição ao governo – alguém surpreso? – e já falou em trabalhar pelo impeachment de Bolsonaro. Típica atitude de criança mimada: tirou o doce da boca, começou a espernear. Mais uma prova de que o país não é nenhum pouco importante ao sr. Ramos, tampouco a parte expressiva da população que apoia o governo.
Marcelo Ramos já foi filiado ao PC do B e ao PSB. Hoje paga de liberal moderado. Mas essa tentativa de posar como centrista não engana ninguém. Desde o começo, o sr. Ramos tenta atrapalhar as iniciativas de um governo eleito democraticamente que marcou o rompimento com a hegemonia esquerdista da Nova República – fato justificador das tentativas insanas de derrubá-lo. As pautas conservadoras praticamente não andaram, e as reformas liberais estão sendo vendidas como se fossem iniciativas do Centrão.
Que o sr. Ramos paute o impeachment quando tiver a oportunidade. Assim encerraremos de vez a discussão, o governo sairá fortalecido e a base conservadora terá união. O país agradece, e o deputado voltará ao merecido status anterior de total insignificância. Não precisamos de outro Rodrigo Maia. Já temos figuras abjetas demais na vida pública deste país com muito poder.
Referências:
publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2021/07/marcelo-aziz-ramos-e-o-rodrigo-botafogo.html
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