Jornalista Andrade Junior

quarta-feira, 28 de julho de 2021

"A epopeia da Joice Hasselmann"

 Fabio Freitas Jacques. Engenheiro

Jornal da Cidade

sinalização contra a travessia inadequada

Peguei as notícias por cima, mas como sou leitor de Agatha Christie e assíduo telespectador do canal ID, me considero habilitado a desvendar os trágicos acontecimentos que lenharam completamente a deputada Joice Hasselmann.

Como não fiz uma pesquisa aprofundada sobre todos os eventos peço o perdão caso algum deles tenha sido esquecido ou tenha uma versão um pouco diferente daquelas abaixo listadas.

Vamos à sequência dos fatos.

1. Joice desperta caída no corredor com a cara numa poça de sangue.

2. Joice se arrasta até o banheiro e se depara com outra cena sangrenta.

3. Joice constata que tem dois dentes quebrados e o corpo cheio de hematomas.

4. Joice liga para uma amiga para se informar sobre dentistas.

5. Joice liga para o marido que se encontrava dormindo à 10 metros de distância.

6. O marido, médico especialista, não constata nem a pancada na nuca e nem as fraturas na face. Os hematomas e o corte no queixo não o impressionam e resolve assisti-la domiciliarmente.

7. Joice e marido providenciam a limpeza completa das cenas do suposto acidente.

8. Na segunda-feira o marido deixa Joice sozinha e viaja para o Piauí.

9. Joice resolve na terça ir ao hospital para exames.

10. Joice entra no hospital com nome falso.

11. Os médicos acham que ela deve ter tido umas cinco quedas e levado chutes.

12. Joice esquece de dar parte na Polícia Civil ou na PF e apela para a polícia legislativa.

13. Joice dá entrevistas, fala como se tratasse de outra pessoa e não ela e se assegura de isentar o marido de qualquer culpa.

14. Os médicos não fazem registro na Polícia Civil como manda a lei certamente porque o flagrante já não existia mais após três dias.

15. Nenhuma pista ou impressão digital foi colhida porque a própria Joice providenciou a eliminação de qualquer prova.

16. Em entrevista, o marido disse que não levou a Joice a um hospital porque não viu sintomas neurológicos mesmo que ela continue não dizendo coisa com coisa.

17. Joice apela para a medieval teoria do ataque de um súcubo e diz que foi atacada por alguém que entrou no apartamento (e ela pede que a polícia investigue todas as entradas e saídas ocorridas no mês anterior). Isto me lembra a famosa história da Dolly Oesterreich que mantinha seu amante Otto escondido no sótão sem que seu marido de nada desconfiasse. Onde alguém poderia ficar longo tempo escondido em um apartamento funcional em Brasília.

18. Durante a coletiva de Joice e o marido, Oswaldo Eustáquio entrevista os guardas do edifício funcional e os mesmos afirmam que ninguém entra e ninguém sai sem ser identificado e que é impossível escalar as paredes do prédio. Acham que nem o Homem Aranha conseguiria realizar esta proeza.

19. Joice de mãos dadas com o marido, afirma que o mesmo não faria mal nem a uma mosca, enquanto ele diz que se achasse necessário levá-la a um hospital e ela se negasse, a levaria “nem que fosse arrastada pelos cabelos”. Sinal vermelho.

Conclusão lógica a que chegaria qualquer detetive com um mínimo de capacidade investigativa: Foi Jair Bolsonaro.












publicadaemhttp://rota2014.blogspot.com/2021/07/a-epopeia-da-joice-hasselmann.html

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