MIRANDA SÁ
“A vida é muito bela para ser insignificante ” (Chaplin)
Humphrey Bogart, um dos mais intelectualizados atores do cinema-norte-americano, casado com a não menos preparada atriz Lauren Bacall, e foi protagonista do clássico “Casablanca” contracenando com Ingrid Bergman, deixou-nos um perfeito axioma sobre a vida, dizendo: – “Envelhecer não é uma coisa tão terrível, quando se pensa na alternativa…”.
Despertei para isto ao receber a mesma lição de um motorista de táxi, aonde entrei desajeitado carregando sacolas de supermercado e me desculpando, e exclamei: – “Envelhecer é uma merda! ”… E o chofer, que também já deixara a juventude para trás, consolou-me com a singeleza do homem comum: – “O pior é não envelhecer…”.
O amor pela vida para o gênero humano é muito mais do que o instinto animal da sobrevivência; é a consciência de um milagre, seja na felicidade ou mesmo na desdita; o fenômeno natural de nascer, aprender a viver e conviver com os semelhantes, discernindo o que é bom ou ruim para comportar-se socialmente, é uma dádiva.
Não sei por que é difícil para muitas pessoas entenderem que possuem um pensamento lógico que lhes atribui a faculdade de avaliar o seu próprio comportamento para manter uma conduta coerente com os outros.
É preciso compreender e se convencer de que a nossa passagem pela vida é curta demais diante da eternidade, por isto é preciso valorizá-la, como ensinou o nosso epigrafado, Chaplin: “A vida é um teatro sem ensaios. Cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche, sem aplausos”.
… E o admirável Bernard Shaw, Prêmio Nobel de Literatura, excelente em todas atividades que teve como dramaturgo, romancista, contista, ensaísta e jornalista, pôs na boca da estátua do deus egípcio Ra, na peça “César e Cleópatra”, o discurso: – “Não me eternizei como pedra para fazer-vos recuar comigo dois mil anos; o caminho dos deuses é o caminho da vida e só. Não preciso reverências”.
Como diz a palavra divina, o caminho da vida deve ser seguido conscientemente, observando que o importante é viver o presente, o dia de hoje, como lembrou num dos seus livros Chico Xavier: – “O ontem já se foi e o amanhã talvez não venha. ”
É glorioso o pretérito perfeito do verbo viver, é uma festa para a matéria e o espírito que deve nos alegrar por toda existência, se soubermos evitar a tragédia de que a perspectiva de vida morra dentro de nós.
Assim, é que vejo a realidade no isolamento social em solidariedade aos que venham precisar de serviços de Saúde e em defesa da vida. Torço pela corrida do bem pela vacina contra o novo coronavírus, desprezando o negativismo desumano e cego diante das mais de 120 mil mortes por covid-19 no Brasil.
Neste país abençoado por Deus, mais do que os políticos egocêntricos, carreiristas e em grande parte corruptos, temos pastores evangélicos politiqueiros e medíocres padres católicos ávidos de propaganda pessoal, assumindo o lugar dos vendilhões do Templo que Jesus Cristo expulsou.
Enfrentando esta súcia, venho me acomodando à realidade virulenta, e disposto a me adaptar a ela obedecendo às instruções médico-científicas, desprezando o “achismo” da politicagem populista que antecipa insensatamente a campanha presidencial de 2022.
Assim, desqualifico os picaretas redivivos do “baixo clero” e do “centrão”, em plena consciência de que com eles ou sem eles, viver é um privilégio dos seres humanos. Por isto, digo “Não” à canalhice herdada “dos aventureiros, degredados, patifes e oportunistas que queriam fazer fortuna e voltarem “fidalgos para Portugal”, como lecionou outro dia o nosso @RadioRockPuro.
Dessa maneira, escapo do castigo que os corruptos e seus cúmplices sofrerão com a praga de Albert Schweitzer: “A tragédia do homem é o que morre dentro dele enquanto ele ainda está vivo. ”
PUBLICADAEMhttps://www.mirandasa.com.br/
0 comments:
Postar um comentário