Pauta moral e da família pesam no 2ª turno,

 diz Alex Catharino Família, Deus e moralidade prometem invadir as propagandas de forma ainda mais intensa

Iara Lemos, Revista Oeste

Os últimos dias que antecedem o segundo turno das eleições gerais deste ano devem ter uma intensificação da pauta moral e da família nas campanhas dos dois candidatos que disputam a Presidência da República. Família, Deus e moralidade prometem invadir as propagandas de forma ainda mais intensa, a despeito de comportamentos antes pregados por partidos como o PT, do candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

Os temas viraram foco desta eleição, sobretudo pelo peso do voto evangélico. O próprio Lula, sob pressão, divulgou uma carta aos evangélicos, na última quarta-feira, 19. No documento, o ex-presidente se compromete com a liberdade religiosa e diz ser, pessoalmente, contra o aborto. “Trata-se de um tema a ser decidido pelo Congresso Nacional”, observou.

A elaboração da carta contou com a articulação da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que é da Igreja Assembleia de Deus. Ainda assim, Lula enfrenta resistências no meio. Boa parte dos pastores mais influentes do país é aliado de seu adversário, o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL).

“Os evangélicos são uma grande força e eles estão majoritariamente rompidos com o PT. Os pastores, a grande maioria deles, está com o Bolsonaro principalmente pelas pautas progressistas”, afirma Alex Catharino, especialista da Fundação da Liberdade Econômica.

No início deste ano, durante uma palestra na Fundação Perseu Abramo, em São Paulo, Lula deu uma declaração pró-aborto: “Mulheres pobres morrem tentando abortar, enquanto madames vão a Paris”. Para o especialista, esse será um ponto ainda a ser mais fortalecido por Bolsonaro.

“Em algumas igrejas é forte a campanha ‘PT nunca mais’ e o bolsonarismo soube utilizar isso a seu favor, utilizando tanto a questão do aborto quanto as questões de gênero, que são pontos que devem influenciar muitos votos para esse público, que tem medo da ala mais radical do PT”, diz Catharino, que complementa:

“Por mais que o PT busque defender uma maior pauta econômica, a pauta ‘moral’, dos ‘valores da família’ vai ter um grande peso nesse segundo turno”.

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