por Rodrigo Constantino
Criar uma empresa estatal no Brasil é moleza. Difícil é privatiza-la! Salim Mattar, quando assumiu a Secretaria de Desestatização, fez um levantamento da quantidade imensa de empresas ou participações que o estado Leviatã ainda possui, sem qualquer sentido ou necessidade. E constatou essa dificuldade para vende-las. O sistema protege seus interesses.
Seu sucessor, Diogo Mac Cord, enfrenta desafios similares. É como Leônidas de Esparta, mas em vez de 300, são apenas uns três contra todo o império da mamata. A bola da vez é a Eletrobras, empresa que sempre foi feudo político. O PT entrou na Justiça com ação para suspender a sua privatização, e também ingressou em paralelo com ação no TCU pedindo a suspensão da venda.
É preciso entender o que é o TCU, pois muita gente confunde esse "tribunal" com um órgão técnico e jurídico. Na prática é um órgão político, em que senadores influentes utilizam para uma "aposentadoria especial". Tanto que o tucano Anastasia foi o mais recente escolhido, disputando com gente como Kátia Abreu. E nem é todo o TCU criando problemas, mas sim um ministro!
Vital do Rêgo Filho, mais conhecido como Vitalzinho, é um médico e político brasileiro filiado ao Partido Socialista Brasileiro. Foi senador pela Paraíba, deixou o cargo para assumir como ministro do TCU. É da turma do MDB que é próxima de Lula. Em 19 de maio de 2016, o ministro Teori Zavascki determinou a abertura do inquérito que investiga Vital do Rêgo Filho pela operação Lava Jato, por suposta cobrança de propina de empreiteiras quando, no cargo de senador, comandava a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras no Congresso. É ele quem pode, agora, pedir vistas para atrasar o processo de desestatização da Eletrobras.
Vale notar que, antes dele, outro ministro ligado ao pessoal petista fez o mesmo e conseguiu ganhar tempo. O corpo técnico do TCU já dirimiu todas as dúvidas e não enxerga qualquer problema no processo de desestatização. A equipe técnica do Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, já elucidou todas as questões, mostrando que não há impactos negativos com a venda. O que Vital do Rêgo Filho alega, segundo alguns jornalistas, é que pode haver prejuízo pelo timing da venda, já que o próximo balanço seria bem positivo. Como ele poderia saber disso? Possui alguma "Inside Information"? Isso é crime, ainda mais em se tratando de empresa com ações listadas nos Estados Unidos, sob o escrutínio da SEC, a CVM americana.
É tudo muito bizarro! É como Paulo Guedes diz: os "monstros do pântano" agem para impedir o progresso do Brasil e, assim, manter as suas boquinhas. O que estamos presenciando é a luta por sobrevivência de um sistema carcomido, corrompido, que chafurda na coisa pública como se fosse "cosa nostra". Quando a turma lulista diz que o petróleo é "nosso", temos de levar a sério: eles juram que é tudo deles! Petróleo, Correios, Eletrobras etc. O que não querem é perder suas mamatas, seus esquemas, sua fonte ilegal de recursos.
Novamente: não há qualquer obstáculo técnico para a venda da Eletrobras. Não é disso que se trata. Nem mesmo temos o TCU contra. O que temos é um político do TCU, um órgão político, tentando criar dificuldades para atrasar a venda, na esperança de que ela seja melada depois, por falta de tempo hábil em ano eleitoral. Ou a população coloca pressão política em cima desses políticos, ou os "monstros do pântano" vencem a batalha e o Brasil segue na rota do atraso.
Gazeta do Povo
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