Jornalista Andrade Junior

domingo, 7 de dezembro de 2025

Drama civilizacional  

Sílvio Lopes  


Drama civilizacional

  Pela vez primeira da história da civilização, temos uma geração menos inteligente do que a anterior. Trata-se de um fato científico comprovado pelo psicólogo e professor emérito britânico de nome Richard Flynn. Ele desenvolveu diversas e aprofundadas pesquisas sobre inteligência humana, psicometria e diferenças de quociente de inteligência, o conhecido QI.


No estudo científico, ele esquadrinhou um fenômeno devidamente provado e comprovado( a partir daí chamado Efeito Flynn), que apontava um aumento do QI em cerca de três pontos a cada década durante grande parte do século 20, em países desenvolvidos. Tudo bem, até aí.


Do começo do século 21 em diante, vários estudos desse porte apontam para uma inexorável reversão do Efeito Flynn. Ou seja: as gerações mais jovens estão num processo de queda livre no seu QI. Estão "emburrecendo" dramaticamente. Uma tragédia humana sem precedentes.


Se por um lado tais gerações estão cercadas de informações, de outro ( esse é o drama!), a maioria das pessoas não sabem o que fazer com elas. Sequer sabem distinguir o que  carrega valor(verdade), das que espalham mentiras. Hoje, diante desse estudo e suas conclusões, é inevitável citar o Brasil e seu povo como exemplo retumbante dessa hecatombe civilizacional. 


No livro "A Quietude é a Chave", o escritor e filósofo  americano Ryan Holiday, concluiu que " estamos superalimentados, mas subnutridos". Muita informação, pouca sabedoria, ele quis dizer. 


O Brasil, por certo, é exemplo maiúsculo dessa patologia distópica. Uma população refém de Big Brothers, da idolatria a nulidades literárias e artísticas e avessa à formação intelectual mínima, jamais irá contribuir para tornar esta uma grande nação, mas, no máximo, num vasto albergue, como vaticinara( aliás,  com propriedade), Umberto Eco.


Quando assistimos a elite política e jurídica deste país se aliarem a criminosos do mais baixo estirpe e a perseguirem e aprisionarem gente honesta, lembro de Ruy Barbosa na sua famosa "homilia do desapontamento": "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra; de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto".


Que tristeza!


*        O autor, Silvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante














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