Jornalista Andrade Junior

domingo, 2 de fevereiro de 2025

Da normalidade do comportamento universitário

  Instituto Liberal 


Recentemente, um programa de streaming mostrou o interior da máquina universitária pública – só se surpreendeu com a imundície, doutrinação, consumo orgiástico de drogas e ausência de comprometimento com a excelência quem andou por outros planetas nas últimas seis décadas. Creio que nada de novo foi exibido para a maior parte do público a que se destina (insidiosamente denominado de “direita” pela bandidagem esquerdista que controla a educação brasileira). Este artigo detém-se, portanto, num aspecto específico da série (já que se trata de dois programas): o do comportamento do jovem universitário brasileiro dentro da bolha da educação superior pública.


Os dois episódios da série não mostraram tudo o que realmente ocorre no ambiente universitário federal (ou estadual, ou ainda municipal quando cabe). Por falta de tempo, por temer impressionar os mais sensíveis, por exigências da direção, os dois programas tiveram por foco essencialmente a doutrinação ideológica e o clima inquisitorial para com os não-conformistas (i.e. profissionais do ensino superior federal com filiação religiosa ou simplesmente avessos à esquerda). Tanto que apenas três acadêmicos em atividade expuseram seus rostos e opiniões; já estão em final de carreira, logo, têm poucos danos laborais a esperar dessa nova exposição. Um deles teve, comprovadamente, danos neurológicos causados pela insalubridade do ambiente de trabalho bolchevizante.


E os alunos – cúmplices nesses processos e, em muitos casos, em plena ação criminal ao depredarem instalações, impedirem colegas de se manifestarem, cobrarem de modo violento benesses das reitorias, decanatos e afins e, crime dos crimes, invadindo a propriedade pública impunemente e sequestrando professores em sala de aula? Qual o seu papel? Já chegam com vocação criminosa à universidade pública ou são incitados paulatinamente lá dentro?


Como o ensino médio foi tomado pela esquerda já se vão muitas décadas, creio que chegam já vocacionados para a subversão e o crime. Mas não o executam na mesma escala no ensino médio – principalmente se vindos da rede particular (lá os professores podem ter o discurso facinoroso da esquerda, mas têm um horário a cumprir; têm de restringir as ofensas aos seus patrões e coordenadores também – é o mundo real, enfim, em que as normas civilizatórias ainda se impõem sem grande estranhamento).


Na bolha universitária pública, essas normas são transgredidas deliberadamente e, amiúde, travestidas de conhecimento científico.


Os slogans já surrados do infame maio de 68 ainda valem na bolha federal: é proibido proibir. Numa pichação recente fotografada por um amigo do autor deste artigo, lê-se: “Aqui é como deve ser”. Pichado em branco num declive de tijolos marrons, torna-se ainda mais vulgar – se “isso é o que deve ser”, a higiene e a ordem são o que se deve combater. Isso é ensinado abertamente em sala de aula e, com frequência, vemos professores envolvidos sexualmente, politicamente, toxicologicamente ou tudo isso ao mesmo tempo com seus alunos (ou “alunes”, como preferem, ferindo o bom-senso e a norma culta ao mesmo tempo). Aqui entramos noutra questão decorrente dessa: a universidade “pública, gratuita e de qualidade” deve ter por alvo os menos favorecidos, certo? Ao menos, esse é o discurso oficial, do estado bolchevique petista ou de seus prepostos, petistas, do PCdoB ou do PSOL, nas reitorias e demais instituições burocráticas universitárias.


Mas isso não é, nem jamais foi, o que se vê de fato. A infâmia das cotas não se sustenta pela “evidência empírica” (ah, horror desses neo-hegelianos que são os marxistas, apoiados em sua metafísica fuleira) de que o grosso dos alunos das universidades públicas vem da classe média. É isso o comportamento por eles aprendido em casa? Certamente que não. Seus pais, ainda que num esquerdismo em geral oportunista (beneficia seus empregos públicos), não toleram o comportamento vandalizante em casa. Não, na sala de estar desses jovens (melhor, da casa de seus pais, de onde sairão talvez na faixa dos quarenta anos de idade), não se pode pichar que “Aqui é como deve ser”. Nem passaria pela cabeça de qualquer desses adolescentes senis fazê-lo.


E quanto aos que vêm de camadas menos favorecidas socioeconomicamente?


Nesses, o espanto das famílias ao verem no que seus filhos se transformam depois de cinco ou seis ou dez anos de amestramento esquerdizante é ainda maior. Dois exemplos: um colega meu foi surpreendido ao chegar para trabalhar numa sexta-feira ao ver os degraus de seu departamento cobertos de… fezes humanas. Produto da happy hour das quintas, orgias toleradas pelas administrações universitárias. O faxineiro, evidentemente de nível socioeconômico mais baixo, interpelou meu colega – “E aí professor? Meus filhos não fazem isso não!”. Meu colega corou de vergonha. O faxineiro tinha razão.


Outro: o motorista de um ônibus fretado (com dinheiro público, é claro) para um “encontro nacional dos estudantes de socio-antro-biologia” comentou com um deles, dessa vez aluno: “Filho meu não entra nessa universidade, meu amigo. Tive muito trabalho criando eles para trazer aqui para essa orgia de uma semana inteira”. E, de fato, foi uma orgia de uma semana inteira, de nenhum interesse acadêmico, mas de acelerada e promíscua atividade sexual.


Podem-se concluir estas breves reflexões com uma pergunta – a conduta bárbara desses jovens que jamais irão crescer é fruto da idade? Não creio – afinal, o próprio termo “adolescência” foi banalizado nos tristes anos 60 do século passado para justificar a chamada “contracultura”, com sua imundície, vulgaridade, seus excessos e promiscuidade. Seria algo do meio, então? Não, pois, nos meios de classe média (para não falar naqueles acima dela), tais abusos são coibidos logo na infância; e, nos meios menos favorecidos, a universidade pública deixou de ser a esperança de um futuro melhor para se tornar uma desgraça a ser evitada por aqueles que desejam um futuro de decência a seus filhos.


Afinal, seres humanos minimamente civilizados não defecam nos degraus de escadas, mesmo quando seus professores lhes incitam a destruir foucaultianamente a civilização como a conhecemos. Que, ao fim e ao cabo, é a única capaz de dar respostas aos problemas que tornam a vida digna de ser vivida.


*Rafael Hitlodeu é colaborador do Instituto Liberal.




















publicadaemhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/da-normalidade-do-comportamento-universitario/

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