Jornalista Andrade Junior

sábado, 23 de outubro de 2021

ESTAMOS ENTRANDO NUMA CRISE ENERGÉTICA PRODUZIDA POR NÓS MESMOS

 Cory Morgan, The Epoch Times

A grande transição do óleo para o verde esta destruindo o mundo  que entra  numa crise  energética produzida por ele mesmo.

India e China estão  varrendo o mundo em busca de carvão para queima, enquanto a Alemanha está oferecendo aos seus cidadãos tutoriais de como cozinhar sem eletricidade*  antevendo apagões para um futuro próximo.  Os preços do gás natural, óleo e  carvão estão altíssimos..

A expressão “Energy  Poverty” (pobreza energética) foi  empregada no passado para os pobres ou países subdesenvolvidos. Hoje, cidadãos em alguns dos países mais ricos do planeta, estão usando a expressão para si mesmos.

O inverno ainda não chegou nesses países que precisam de energia para aquecimento por questões de sobrevivência.

Enquanto isso, o Canadá continua mantendo fechadas suas vastas reservas de recursos que o mundo necessita tão deseperadamente.

A província de Alberta fechou todas as suas minas de carvão, British Columbia , outra província Canadense, coloca empecilhos em todos os projetos de terminais de liquefação de gás natural (LNG), além de um cuja construção se arrasta sem conclusão a vista. Quebec por sua vez além de  paralisar  um projeto de  terminal  de LNG em construção por quase um década, esta considerando proibir todo e qualquer projeto de aproveitamento de óleo e gás em seu território PARA SEMPRE.

Enquanto isso, as obras de expansão do oleoduto Trans Mountain seguem a passo de tartaruga e se mantem há anos de sua conclusão.

Enquanto o Canadá tem algumas das maiores reservas de petroquímicos do planeta,  é  incapaz de contribuir com alguma ajuda na acelerada demanda mundial por produtos energéticos. O pais aleijou sua produção e capacidade de exportação tão severamente que precisará anos para poder responder ao atual surto de demanda.

 

Líderes precisam deixar de lado sua ideologia e encarar a realidade

Como o mundo entrou nessa confusão?

Como se não bastasse  tudo  que produziu essa situação, a pandemia do Covid 19 adicionou sua parcela de culpa no caso. Os lockdowns de 2020  levaram a uma queda na demanda por energia. Com a volta das viagens e retomada do comércio em 2021 os produtores de energia não estão sendo capazes de incrementar sua produção na velocidade exigida pela demanda.

Décadas de ingênuas politicas ideológicas sobre energia no mundo todo redundaram  nesses desafios à segurança energética

A pandemia  produziu um enorme estrago nas cadeias de distribuição e a distribuição de energéticos nao é exceção.

Os choques de demanda induzidos pela pandemia expuseram quão frágil se tornou a distribuição de energéticos.    Décadas de Ingênuas Politicas Ideológicas sobre energia no mundo todo redundaram  nesses desafios à seguranca energética.  Países se comprometeram a não razoáveis metas de redução de emissões para si próprios na sua ânsia de combater a mudança de clima, enquanto centrais convencionais de produção de energia foram simplesmente fechadas em antecipação a novas e “limpas’ fontes que  nunca se materializaram.

Com a alta dos preços de óleo, o Presidente  Biden vai de chapéu na mão à OPEP implorar a eles que aumentem a produção. Aparentemente, nunca ocorreu a Biden reconsiderar o fechamento do oleoduto Canadense (Keystone XL) para aumentar a própria produção.

Enquanto isso, a Governadora Gretchen, do estado de Michigan, se mantém na firme resolução  de fechar o oleoduto “Line 5” da Enbridge, que além de acentuar a falta de energia do Estado custará milhares de empregos.

Canadá está ligeiramente melhor. Quando propostas de novos oleodutos levando de Alberta para o leste do país são rejeitados, petroleiros estrangeiros entregam o produto em Quebec. Virtude absurda, rejeitar o produto doméstico e importar  estoques estrangeiros... Apesar de ser abençoado com abundantes fontes de energia, o Canadá corre o risco de enfrentar a mesma crise que grassa na Europa.

As mais “verdes” nações de ontem são as mais vulneráveis à escassez de energia de hoje, como evidenciado pela situação alemã. Eles estão buscando aumentar suas importações de carvão este ano, se isso for possível.

Apesar de ter que enfrentar a pior crise de energia nunca vista desde os anos 70, não parece que os líderes do mundo entenderam ainda a mensagem.  A Conferência de 2021 sobre mudança climática da ONU, marcada para o final deste outubro em Glasgow Escócia , ainda  tem como alvo uma nova redução de consumo de óleo a qualquer custo. E esses custos estarão terrivelmente altos em pouco tempo.

O mundo terá um choque de realidade energética no próximo ano.  Esperemos todos por um inverno ameno porque os moinhos de vento e as fazendas de energia solar na Europa não serão capazes de suprir a demanda por energia durante uma frente fria e sem as térmicas a gás e carvão para suprir o déficit .

Apagões à parte, os preços de produtos ao consumidor subirão rapidamente. As estufas da Holanda ja estão sendo paralisadas por falta de gás. Elas são as grandes produtoras de hortaliças  durante o inverno europeu. A profusão de fertilizantes também dependentes de gás natural segue subindo seus preços. Os preços de alimentos deverão explodir, enquanto outros produtos que dependem de transporte também apresentarão aumentos.

A crise energética deste ano  não tem escapatória, pois já está em marcha.

Nossa única esperança é que o mundo aprenda a partir desta e limite esta crise a um único ano. Os líderes precisam esquecer suas ideologias e enfrentar a realidade. Um dia iremos certamente mudar dos combustiveis fósseis para as fontes renováveis de geração, mas é claro e cristalino que não chegamos lá ainda. Há tempo para  trazer de volta nossa produção de combustíveis fósseis. Podemos estabilizar nossos suprimentos de energia e manter nossos elevados padrões de vida a que estamos acostumados.

Estamos entrando numa crise produzida por nós mesmos enquanto mantemos um olho cego para nossas soluções óbvias.

O Canadá poderia estar bem colocado para suprir o mundo da energia necessária, mas será que vamos nos permitir isso?

Eu acho que não.    

*       Na Alemanha como na America do Norte os fogões em sua maioria são elétricos.

**     Cory Morgan é um colunista e empresário baseado em Calgary Alberta Canadá.

***    Tradução feita por Jorge Abeid, engenheiro brasileiro, empresário no Canadá.










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