Jornalista Andrade Junior

FLOR “A MAIS BONITA”

NOS JARDINS DA CIDADE.

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CATEDRAL METROPOLITANA DE BRASILIA

CATEDRAL METROPOLITANA NAS CORES VERDE E AMARELO.

NA HORA DO ALMOÇO VALE TUDO

FOTO QUE CAPTUREI DO SABIÁ QUASE PEGANDO UMA ABELHA.

PALÁCIO DO ITAMARATY

FOTO NOTURNA FEITA COM AUXILIO DE UM FILTRO ESTRELA PARA O EFEITO.

POR DO SOL JUNTO AO LAGO SUL

É SEMPRE UM SHOW O POR DO SOL ÀS MARGENS DO LAGO SUL EM BRASÍLIA.

sábado, 31 de maio de 2025

Marco Rubio e as sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes

 Lucas Berlanza 


A declaração do secretário de Estado do governo Trump, Marco Rubio, de que há grandes chances de sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes reaqueceu a discussão no Brasil sobre essa possível ação externa contra o nosso autoritarismo judiciário.


O programa do jornalista William Waack na CNN é um dos poucos produtos jornalísticos brasileiros aos quais ainda presto atenção. Waack, entretanto, foi infeliz ontem ao proclamar, quase como um esquerdista das antigas ou um nacionalista obtuso, que o assunto é “só nosso”. Não existe essa de assunto “só nosso”. Não faz o menor sentido acreditar que os EUA não devam se importar com um arremedo de ditadura sem vergonha se desenvolvendo no quinto maior país do mundo, localizado no mesmo grande continente americano.


Para além disso, também é desaconselhável ignorar que as decisões censoras de Moraes afetam os interesses de empresas e cidadãos norte-americanos. O argumento do “assunto nosso” não aparece, curiosamente, quando Luís Roberto Barroso faz apelos ao encarregado de negócios dos EUA por declarações firmes a favor do sistema eleitoral brasileiro e contra o suposto golpe bolsonarista. Não aparece quando os EUA de Joe Biden fazem visitas diplomáticas e gestos no sentido de constranger as autoridades brasileiras em atendimento aos pedidos de um representante do Judiciário, ou quando ONGs financiadas por grupos bilionários impulsionam campanhas no Brasil para favorecer os interesses eleitorais de Lula — como mostra a reportagem “Operação ‘Tio Joe’: a influência dos EUA na eleição brasileira de 2022”, brilhante trabalho do jornalista David Agape.


Poucos — a não ser os mesmos esquerdistas jurássicos — dirão, por exemplo, que a Venezuela é assunto apenas de Maduro. Como dizia Carlos Lacerda, em opinião que analiso em meu livro Lacerda: A Virtude da Polêmica, não raras vezes esse dogma da “autodeterminação” é usado apenas para defender a posição cômoda determinada pelos tiranos para si mesmos, consagrando a escravização em vez da efetiva vontade dos povos.


Ninguém quer — certamente não eu — que os EUA enviem tanques e dominem o Brasil.












PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/marco-rubio-e-as-sancoes-dos-eua-contra-alexandre-de-moraes/

IOF

 DEPUTADOPROFCLAUDIOBRANCHIERI/INSTAGRAM



Lula prometeu justiça social, mas está entregando mais imposto — e o mais perverso de todos: o IOF. Invisível, silencioso e implacável, esse imposto drena o bolso dos brasileiros, especialmente dos mais pobres.



O abacaxi está em nossas mãos

    Dartagnan da Silva Zanela

  Dia desses, eu estava folheando um velho caderno de anotações, relendo alguns apontamentos feitos há muito tempo, e entre uns rabiscos aqui e uns borrões acolá, eis que me deparo com algumas observações sobre o ensaio "La misión pedagógica de José Ortega y Gasset", de Robert Corrigan.

Corrigan faz algumas considerações não a respeito da obra do grande filósofo espanhol, mas sim sobre o professor Ortega y Gasset e sua forma de encarar a vocação professoral.

O autor de "La rebelión de las masas" via sua atuação junto à imprensa como uma continuação de suas atividades educacionais, onde apresentava suas ideias, marcava posição frente a temas contemporâneos e, é claro, embrenhava-se em inúmeros entreveros.

Ele afirmava que, para realizarmos com maestria a vocação professoral, é necessário que tenhamos nosso coração inclinado para um certo sacrifício heroico, para que se possa realizar algo maior do que nós mesmos: o ato de levar a luz do saber para os corações que se veem enredados nas sombras do desconhecimento ou que estejam subjugados pelas trevas da ignorância presunçosa.

E todo aquele que, hoje, se dedica de corpo e alma ao magistério sabe muito bem que tudo à nossa volta conspira contra essa hercúlea tarefa, tendo em vista que muitíssimos jovens e adultos encontram-se ébrios deste licor que é a onisciência virtual que, a cada dia que passa, é mais e mais consumida de forma indiscriminada por todos, independentemente da faixa etária.

Sobre esse ponto, lembro-me de que Ortega dizia que a grande missão da educação é levar os indivíduos a deixarem de ficar gravitando em torno daquilo que lhes parece meramente agradável, para passar a orbitar junto à realidade. E, se o mestre espanhol está certo — e creio piamente que está —, algo me diz que estamos, a cada dia que passa, reduzindo severamente as perspectivas da educação em nosso país, infelizmente.

De mais a mais, para que, de fato, algo possa ser feito, antes de qualquer coisa, temos de reconhecer o quão maculados fomos em nossa formação, pouco importa a idade que tenhamos, porque esse mal, em alguma medida, habita em nós.

Por isso, o remédio é amargo e não será fornecido nem pela iniciativa privada, nem pelo Estado, porque não há solução em massa para essa encrenca.

Em resumo, o abacaxi é esse e está em nossas mãos.

*        O autor, Dartagnan da Silva Zanela, é professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de "A QUADRATURA DO CÍRCULO VICIOSO", entre outros livros.











publicadaemhttps://puggina.org/outros-autores-artigo/o-abacaxi-esta-em-nossas-maos__18475


Pavinatto revela o que vai acontecer depois do Moraes ser Sancionado

 PAVINATTO/YOUTUBE


Pavinatto revela o que vai acontecer depois do Moraes ser Sancionado

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Aumento de impostos: O início do fim do governo Lula?

 brasilparalelo/youtube


Aumento de impostos: O início do fim do governo Lula?

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A IOF PROVOU: TEMOS UM HOSPEDEIRO, NÃO UM GOVERNO

 fernãolaramesquita/youtube


A IOF PROVOU: TEMOS UM HOSPEDEIRO, NÃO UM GOVERNO

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Alexandre de Moraes quer a CABEÇA de Eduardo Bolsonaro! PERSEGUIÇÃO judicial ESCANCARADA!

 rubinhonunes/youtube


Alexandre de Moraes quer a CABEÇA de Eduardo Bolsonaro! PERSEGUIÇÃO judicial ESCANCARADA!


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Os interesses internacionais pela Amazônia | Aldo Rebelo

 

BRASILPARALELO/YOUTUBE



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sexta-feira, 30 de maio de 2025

O direito de dizer não

  Lexum


Nos últimos dias, o relator do Projeto de Reforma do Código Civil, Dr. Flávio Tartuce, tem reiterado em entrevistas públicas que esperava dos críticos um esforço para “debater assuntos e fazer proposições”. À primeira leitura, a frase soa como um convite ao diálogo. Mas, sob o verniz da diplomacia, o que se desenha é a tentativa de disciplinar a crítica, convertendo o dissenso em descortesia e reduzindo o contraditório a um apêndice decorativo do processo legislativo. O recado implícito é claro: só é legítimo criticar o projeto se a crítica aceitar, desde o início, as premissas da proposta. Arquivá-la? Nem pensar.


Mas o debate jurídico não se curva a condições prévias. E é exatamente esse o ponto que Tartuce parece rejeitar. O que muitos juristas têm feito, com profundidade técnica e engajamento intelectual, é analisar os dispositivos, questionar a coerência normativa, denunciar riscos à segurança jurídica e ponderar efeitos econômicos. O resultado desse processo — que é sim propositivo — tem sido, em muitos casos, a conclusão de que o projeto merece ser rejeitado. Isso não é um boicote, é uma proposição firme, honesta e orientada ao bem comum.


A contradição entre o discurso de abertura e a prática de obstrução institucional revela-se com ainda mais nitidez no episódio que veio à tona na semana passada. Um evento crítico à proposta, que seria realizado na sede da OAB-RJ, foi abruptamente transferido para o campus da PUC-Rio após a seccional recuar da autorização. Segundo os organizadores, teria havido pressão de juristas ligados à redação do projeto no intuito de impedir o uso do espaço. O motivo? O evento teria perfil crítico. Em nome da pluralidade, silenciou-se o dissenso.


Esse episódio é revelador. Não se trata apenas de disputa simbólica por um auditório. Trata-se da manifestação de um padrão: o desconforto com a crítica que não se submete ao roteiro aprovado. O gesto de impedir, enfraquecer ou deslocar um debate crítico é a face prática da mesma lógica que condena o pedido de arquivamento como “desrespeitoso”. O que se pretende não é debate, mas adesão. O que se pede não é reflexão, mas colaboração forçada.


Ao afirmar que o projeto apenas confirma a doutrina e jurisprudência majoritárias, Tartuce sugere que o texto é fruto de uma razão já consolidada, imune ao erro, blindada contra o revés. Nesse cenário, criticar é visto quase como um ato de heresia institucional. Mas a verdade é outra: um projeto que amplia cláusulas vagas, fragiliza a liberdade contratual, flerta com a punição civil e reedita o dirigismo judicial não pode se esconder atrás do nome da tradição. Ele precisa enfrentar o crivo do tempo, do pensamento e da dissidência.


O direito de dizer não é parte essencial da vida democrática. E esse “não”, quando vem acompanhado de argumentos, dados, história e prudência, é um ato de afirmação cívica. Arquivar o projeto não é negar o progresso. É impedir um retrocesso disfarçado de modernização. É preservar a liberdade contra a expansão sutil do controle normativo. É resguardar a ordem jurídica da tentação de reescrever o Direito com a tinta da retórica e a pena da ideologia.


Esse tipo de modernização compulsória, que rejeita o consentimento e impõe um ideal supostamente virtuoso como se fosse um imperativo técnico, não é novo — e não é neutro. Em outro texto, intitulado Progressismo sem Consentimento: o erro político de impor virtudes, observei como a linguagem do bem pode se converter em instrumento de coerção institucional, especialmente quando deixa de ser um valor compartilhado e passa a ser uma agenda compulsória. O projeto de reforma do Código Civil carrega esse mesmo vício: fala em progresso, mas recusa o dissenso; promete evolução, mas exige adesão irrestrita. Nesse contexto, o direito de dizer “não” não é um obstáculo — é a única salvaguarda contra o avanço do normativo sobre o voluntário, do dirigismo sobre a liberdade.


A sociedade brasileira não precisa de reformas impostas como destino. Precisa de reformas construídas com liberdade, respeito à crítica e disposição real para ouvir. Dizer não, neste momento, é a forma mais elevada de responsabilidade. É recusar a imposição do inevitável. É reafirmar que o Direito não serve ao poder, mas à razão.


Em tempos menos digitais e mais de fumaça e baionetas, Getúlio Vargas também convocava os intelectuais a “contribuírem com o Brasil” — desde que respeitassem os contornos já traçados pelo Estado Novo. A crítica era tolerada apenas se moderada, e toda proposta que escapasse da moldura oficial era tachada de indisciplinada, irresponsável ou inoportuna. Sob a máscara da participação institucional, ocultava-se a recusa ao contraditório real. A dissidência era lida como traição. Hoje, com menos farda e mais verniz acadêmico, o discurso de Flávio Tartuce repete essa lógica: quem não melhora o projeto boicota; quem não propõe ajustes é desrespeitoso; quem pede o arquivamento comete heresia legislativa.


*Leonardo Corrêa – Advogado, LL.M pela University of Pennsylvania, Sócio de 3C LAW | Corrêa & Conforti Advogados, um dos Fundadores e Presidente da Lexum.









publicadaemhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/justica/o-direito-de-dizer-nao/

O significado evasivo da igualdade de oportunidades

 Por Wanjiru Njoya


Quando os esquerdistas argumentam a favor da igualdade de oportunidades, eles frequentemente presumem que o significado dessa expressão é autoevidente. Insistem que não estão exigindo igualdade de resultados, apenas igualdade de oportunidades. O objetivo, ao defender a igualdade de oportunidades, geralmente é garantir que todos tenham uma posição inicial igual na vida, ou ao menos que ninguém seja explicitamente impedido de participar das atividades que escolher. É isso que as pessoas de esquerda querem dizer quando afirmam que todos devem ter igualdade de oportunidade para receber educação ou para ter acesso a um bom sistema de saúde. Eles querem dizer que ninguém deve ser arbitrariamente impedido de participar dessas esferas. Frequentemente, isso é expresso no princípio da não discriminação — a ideia de que ninguém deve ser excluído com base em sua raça, sexo ou qualquer outra característica pessoal.

No entanto, embora a igualdade de oportunidades seja fácil de explicar em teoria, na prática é difícil alcançar um consenso sobre se tais condições realmente existem. A Stanford Encyclopedia of Philosophy observa que:

“Apesar de sua familiaridade e aparente popularidade, a ideia de Igualdade de Oportunidades se mostrou, ao mesmo tempo, contestada e evasiva. (…) uma quantidade considerável do trabalho filosófico que reflete explicitamente sobre a noção de Igualdade de Oportunidades envolve desmembrar e distinguir a variedade de ideias diferentes que se abrigam sob esse rótulo”.

É por isso que, apesar de décadas de aplicação das leis antidiscriminação, muitos esquerdistas ainda reclamam que a “igualdade de oportunidades” ainda não foi alcançada. O que querem dizer é que simplesmente aspirar ao ideal de igualdade de oportunidades não é suficiente, quando aspiramos a um objetivo, esperamos que essa aspiração cause uma diferença real no que observamos na prática. Como afirmou Joseph Stiglitz em 2013: “o abismo entre aspiração e realidade dificilmente poderia ser maior. Hoje, os Estados Unidos têm menos igualdade de oportunidades do que quase qualquer outro país industrializado avançado”.

Para os liberais preocupados com a igualdade de oportunidades, essa não deve ser uma aspiração vazia ou a simples expressão de um sonho utópico. Existe uma expectativa de que, na prática, as pessoas de fato passem a desfrutar de oportunidades cada vez mais igualitárias. Inevitavelmente, essa preocupação leva a um foco crescente na medição das disparidades de resultados, na comparação dos desempenhos de grupos favorecidos e desfavorecidos, e no acompanhamento das taxas de participação de diferentes grupos. O objetivo declarado seria verificar se, na realidade, as oportunidades são mesmo iguais. Por exemplo, Stiglitz quer saber: “Será que a criança de pais pobres ou com pouca escolaridade tem a mesma probabilidade de receber uma boa educação e ascender à classe média quanto alguém nascido em uma família de classe média com diploma universitário?”. Assim, de forma sutil, uma preocupação com os resultados acaba se infiltrando nas discussões sobre igualdade de oportunidades.

Neste ponto, insistir que oportunidade não é a mesma coisa que resultado torna-se algo fútil, por duas razões. Primeiro, os debates sobre justiça e igualdade nem sempre são meramente semânticos. Seria algo bastante insincero responder a Stiglitz simplesmente apontando-lhe o dicionário. Segundo, mesmo que nos apeguemos ao significado estrito das palavras, o termo “oportunidade” ainda se mostra um obstáculo particular. A palavra é definida pelo Cambridge Dictionary como “uma ocasião ou situação que torna possível fazer algo que você quer ou precisa fazer, ou a possibilidade de fazer algo”. Em teoria, é “possível” que qualquer pessoa entre em uma loja e compre produtos, mas, se essa pessoa não tem dinheiro, então não é “possível”, em nenhum sentido real, fazer isso. Pode-se até dizer que é impossível, devido à falta de recursos. Assim, a distinção entre oportunidade e resultado, embora seja muito clara do ponto de vista conceitual, revela-se difícil de sustentar nas condições do mundo real. Visto sob essa ótica, logo se torna evidente que, para muitas pessoas de esquerda, a palavra “oportunidade” significa a possibilidade real e concreta de alcançar objetivos desejados, não apenas a possibilidade teórica de fazê-lo.

Há três maneiras possíveis de resolver esse debate. A primeira opção é continuar promovendo a teoria da “igualdade de oportunidades” sem se importar com o que ocorre na prática. Quando pessoas como Stiglitz se queixam da ausência de “igualdade de oportunidades”, poderíamos simplesmente insistir que as oportunidades de todos devem ser consideradas iguais enquanto nenhuma barreira explícita for identificada. Se entendermos igualdade de oportunidades como uma aspiração puramente teórica, então não importa se os objetivos das pessoas estão sendo realizados. O que importa é a própria aspiração, a declaração do ideal. Essa costuma ser a resposta típica dada àqueles que alegam não ter alcançado seu potencial devido à raça, sexo ou gênero, pode-se simplesmente pedir que apontem alguma barreira específica que tenha impedido seu progresso. Se não puderem indicar nenhuma, então suas oportunidades devem ser consideradas iguais às de qualquer outra pessoa. Essa forma de tratar o problema agrada a muitos conservadores, mas o problema é que ela não é politicamente atraente: passa a impressão de que o problema está sendo ignorado ou que as preocupações das pessoas estão sendo descartadas com desdém.

Uma segunda opção, que é politicamente mais atraente, está sendo adotada na maioria dos países desenvolvidos atualmente: legisla-se em favor da igualdade de oportunidades, ao mesmo tempo em que se medem, sem pudor, as diferenças nos resultados e conquistas, e se aplicam cotas e metas de forma ilegal. Esse parece ser o compromisso incômodo com o qual a maioria das jurisdições acabou concordando, mas tem a desvantagem de ser desonesto e, pior ainda, incompatível com o ideal de igualdade formal.

Uma terceira opção seria adotar uma postura “totalmente socialista” e fazer um esforço mais contundente para, de fato, igualar as oportunidades de todos. O problema com essa abordagem é evidente, o socialismo não funciona e sempre termina em tirania e conflito. Por que é impossível realmente igualar as oportunidades? Parte da dificuldade está relacionada ao que se entende por “oportunidade”. Em seu livro Liberty, Market and State: Political Economy in the 1980s [Liberdade, Mercado e Estado: A Economia Política nos anos 1980, em tradução livre], James M. Buchanan descreve o conceito formal ou teórico de “oportunidade” ao dar o exemplo de um meeiro que tem a oportunidade de se tornar presidente — não há nenhuma lei que proíba meeiros de concorrer à presidência, portanto, eles têm, em teoria, a mesma oportunidade de se tornarem presidentes. Mas Buchanan reconhece que a maioria dos defensores da igualdade de oportunidades está preocupada com algo além da mera ausência de barreiras legais. Eles buscam “justiça”. É pouco provável que se sintam satisfeitos com o argumento de que, “em teoria”, possuem a mesma chance de alcançar seus objetivos. No entanto, como observa Buchanan, alcançar a igualdade de oportunidades “na prática” é impossível por várias razões. É possível que um corredor vença uma maratona sem jamais ter treinado? Sua possibilidade de vencer é igual à de corredores que se prepararam? Buchanan dá o exemplo de um jogo — todos os jogadores têm, “em teoria”, a mesma “oportunidade” de vencer, desde que as regras sejam aplicadas igualmente para todos. Na realidade, porém, a “oportunidade” de um jogador forte e bem preparado não é igual à de um jogador fraco e doente. Buchanan aponta a dificuldade de oferecer ajuda extra ao jogador mais frágil com o objetivo de “equalizar” sua chance de vitória:

“Não existe um agente externo, senhor supremo ou déspota benevolente capaz de identificar previamente as diferenças entre os jogadores e ajustar suas posições de partida (...). Podem ser estabelecidas regras constitucionais que definam estruturas institucionais dentro das quais alguma equalização das posições iniciais possa ser incentivada. No entanto, se for adotado esse caminho constitucional, em vez de uma via política para a implementação, deve-se reconhecer a incapacidade de realizar qualquer tipo de ‘ajuste fino’ diante de oportunidades que podem ser amplamente desiguais”.

Assim, no contexto da igualdade de oportunidades para vencer um jogo, como aponta Buchanan, “as desigualdades permanecerão; as oportunidades continuarão diferentes para pessoas diferentes”. E isso ainda antes de se levarem em conta outros fatores mencionados por ele, como nascimento, sorte, esforço e escolha. Todos esses elementos resultam em uma situação em que, realisticamente, as oportunidades não podem ser igualadas. Para continuar insistindo que as oportunidades de todos são iguais, apesar de todas as evidências em contrário, teríamos que usar as palavras de maneira eufemística, e não descritiva. Teríamos que tratar “igualdade de oportunidades” como uma expressão sem sentido, que apenas indica a ausência de regras discriminatórias. Mas o uso eufemístico da linguagem é covarde e tende a incentivar a desonestidade. É mais honesto, ao menos, tentar dizer o que realmente se quer dizer. Por isso, Buchanan sugere que seria melhor falar em termos de oportunidades “razoavelmente justas”. Ele argumenta que as oportunidades podem ser razoavelmente justas, mesmo sem serem iguais, desde que todos sejam regidos pelas mesmas regras:

“Quero discutir instituições voltadas a garantir ‘chances razoavelmente justas de participar’. Mesmo que as pessoas reconheçam que as posições iniciais jamais poderão ser completamente igualadas, ainda assim é possível adotar medidas que permitam a todos ter as mesmas oportunidades de participação. Em termos de exemplo, o filho de um meeiro nunca terá a mesma oportunidade de se tornar presidente que o filho de um bilionário, mas as instituições podem ser organizadas de modo que o filho do meeiro não seja explicitamente excluído do jogo. E, se ao menos lhe for permitido jogar, e pelas mesmas regras, ainda haverá alguma chance de que ele possa vencer”.

Leitores familiarizados com a rejeição do igualitarismo por Murray Rothbard perceberão que a noção de “chances justas” de Buchanan ainda não evita o risco de abrir caminho para o socialismo. A ideia de Buchanan de “medidas que podem ser adotadas” para garantir uma chance justa a todos inclui um papel para a tributação redistributiva, enquanto Rothbard via toda forma de tributação como roubo. Como aponta David Gordon, a preocupação de Buchanan com chances justas se sobrepõe consideravelmente ao conceito de justiça distributiva de John Rawls. Qualquer redistribuição de riqueza que não seja voluntária seria incompatível com a teoria rothbardiana da autopropriedade e da propriedade privada como fundamento da justiça libertária.










publicadaemhttps://mises.org.br/artigos/3631/o-significado-evasivo-da-igualdade-de-oportunidades


Descobriram o MENSALÃO DO INSS para 15 deputados e senadores. PQP!!

 gustavogayer/youtube


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DESDOBRAMENTOS DO IOF CRIMINOSO

 gilbertosimõespires/pontocritico


TRAIÇÃO

Se ainda pairava alguma dúvida de que o -GRANDE COMPROMISSO- do GOVERNO LULA PETISTA É E SEMPRE FOI A DESTRUIÇÃO TOTAL DA ECONOMIA DO NOSSO CADA DIA MAIS EMPOBRECIDO BRASIL, a decisão tomada -POR DECRETO-, de aumentar o IOF, de forma mais do que CRIMINOSA, está sendo vista, notadamente pela turma da FARIA LIMA, como um decisivo BASTA. Ou seja, a estúpida tributação soou como uma flagrante TRAIÇÃO àqueles que -abertamente- fizeram o -L-. 

FIM DA LINHA?

Mais: se levarmos em boa conta a reação explícita dos presidentes das duas Casas (Câmara dos Deputados e Senado Federal), onde ambos dão a impressão (a conferir) de que em termos de -AUMENTO DE TRIBUTAÇÃO- o GOVERNO LULA teria chegado ao FIM DA LINHA, isto, aqui entre nós e o mundo, já é muita coisa. Vamos ver se os discursos não passam de mais um devaneio ...

O ÚLTIMO TREM DO SERTÃO

A propósito, separei algumas colocações feitas pelo economista Felipe Miranda, professor e CIO e estrategista-chefe da Empiricus, no seu oportuníssimo texto - O ÚLTIMO TREM DO SERTÃO-: 

Ao observar a valorização de nossas carteiras no último pregão, me lembrei do episódio de Romeu Zema no podcast Market Makers. Em resposta à confiança do governador de Minas Gerais na eleição de um candidato de direita para Presidente em 2026, o apresentador Thiago Salomão apresenta uma réplica, algo como: olha, mas será que o governo não poderia abrir a caixa de ferramentas e tentar uma série de medidas populistas para se reeleger? Zema rebate com uma argumentação na seguinte linha: pode. Mas também pode aparecer uma série de novos escândalos ou novas crises, o que afetaria ainda mais sua popularidade.

IMPOSTO REGULATÓRIO

Desde então, tomamos ciência da falcatrua no INSS e convivemos com a trapizonga do IOF – negligencio a trapalhada do Janjismo com Xi Jinping pois essa já não faz mais preço, dada a frequência de pérolas da mais recente agraciada com a classe grã-cruz da Ordem do Mérito Cultural; tenho convicção de que, algum dia, descobriremos o que ela fez para merecer a tal medalha.
Usamos um IMPOSTO REGULATÓRIO (extrafiscal, não arrecadatório; por isso, passível de implementação por -DECRETO-) para cobrir um ROMBO NAS CONTAS PÚBLICAS. Desafiamos as melhores práticas internacionais e nos afastamos do compromisso firmado com a OCDE de caminhar rumo à extinção do IOF, um imposto que aumenta o custo do crédito e das operações cambiais, reduzindo a já castigada produtividade brasileira (lembra da CPMF?). Flertamos com controle da conta de capitais, para rapidamente voltar atrás na medida – ainda bem que retrocedemos, mas o recuo não retira a impressão de despreparo e amadorismo, tampouco deixa de sinalizar a direção do pensamento dos atuais formuladores de política econômica. Impusemos um imposto alto sobre aplicações grandes em VGBL, em novo empecilho à poupança de longo prazo. 

O GOVERNO LÊ MAL A SITUAÇÃO

Tudo isso apagou os efeitos positivos do freio na despesa de R$ 31 bilhões, acima do projetado pelo mercado (de R$ 10 bilhões), e da maior credibilidade da nova peça orçamentária, pois a anterior inchava receitas e comprimia despesas exageradamente. Gustavo Franco resumiu de forma simples e direta em sua coluna no Estadão: “o pacto desta semana foi bem ruinzinho”. Veja: não é um problema de comunicação apenas. O governo lê mal a situação. Erra no diagnóstico e, portanto, prescreve uma receita desalinhada à necessidade do paciente. A sociedade não tolera mais aumento de impostos. O próprio ministro se comprometera a não elevar a carga tributária. Além disso, a economia cresce acima do potencial. Em vez de fechar um pouco a torneira dos gastos fiscais, o governo anuncia novos subsídios (vale gás, nova tarifa de energia, ampliação do Minha Casa, Minha Vida, etc). Segue estimulando a demanda agregada, para uma oferta que cresce mais devagar. As consequências são óbvias: se a demanda aumenta e a oferta está parada, teremos mais inflação e mais importação (ampliação do déficit em conta corrente). Como aumentar a popularidade do presidente assim?

O TREM DAS SETE HORAS...

Outro erro de avaliação do governo: não identificar a amplitude dos impactos do novo IOF. Não se trata de pegar a Faria Lima ou o grande empresário. Permita-me a rápida anedota: no sábado, levei meus filhos ao teatro, naquela tentativa do pai platônico de introduzir os filhos aos clássicos. Fomos ver “O Mágico de Oz”. Parada obrigatória para guloseimas antes. O pipoqueiro não perdoou: “Ow, chefe, me ajuda e compra mais alguma coisa além da pipoca. Com esse novo IOF, vai ficar mais puxado pra mim.” Agora, pipoqueiro tem maquininha da Stone (NASDAQ:STNE) e antecipa recebíveis apertando dois botões. A classe média ou média-baixa não sonha mais em ser funcionária da Caixa, mas em EMPREENDER num pequeno negócio.
O TREM DAS SETE HORAS, o ÚLTIMO DO SERTÃO, de Raul Seixas, aquele em referência à morte, parece chegar para esse governo.... 























publicadaemhttps://pontocritico.com/artigo/desdobramentos-do-iof-criminoso

Moraes é humilhado por seu professor de direito constitucional!

 DELTANDALLAGNOL/YOUTUBE


Moraes é humilhado por seu professor de direito constitucional!


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ATÉ ONDE VAI A VALENTIA DE ALEXANDRE DE MORAES

 FERNÃOLARAMESQUITA/YOUTUBE


ATÉ ONDE VAI A VALENTIA DE ALEXANDRE DE MORAES

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https://www.youtube.com/watch?v=WN4vmT3Hzkk

Nikolas Ferreira aciona Janja na Justiça por incentivar censura às redes

 REVISTAOESTE/YOUTUBE


Nikolas Ferreira aciona Janja na Justiça por incentivar censura às redes

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O PLANO SUJO PARA IMPEDIR BOLSONARO EM 2026, SEGUNDO EX-MINISTRO; ENTENDA

 Café com a Gazeta


O AGRO GAÚCHO PEDE SOCORRO

 deputadoprofcláudiobranchieri/youtube



quinta-feira, 29 de maio de 2025

PATINANDO EM QUADRA DURA

 Alex Pipkin


Enquanto a elite do tênis mundial disputa Roland Garros com precisão e inteligência, a política brasileira segue patinando em quadra dura. Evidente, não por falta de bolas boas, mas por insistência em jogar de olhos fechados, com a velha raquete ideológica das décadas passadas. Lá em Paris, cada ponto é uma leitura de jogo. Aqui em Brasília, cada decisão é uma recitação de slogans.

No tênis, a bola não avisa, vem rápida, curva, curta, longa, exigindo resposta imediata. Não se vence por força bruta nem por pose; vence-se com tática, preparo, leitura de adversário e, sobretudo, capacidade de adaptação. Factualmente, com humildade diante da realidade.

A política deveria ser igual. Os desafios que chegam — inflação, desemprego, estagnação econômica, criminalidade, desindustrialização — são as bolas que a realidade lança. Espera-se que o governo rebata com estratégia. Mas o que vemos é um desgoverno ainda agarrado a um script ideológico que já não explica nem resolve mais nada. São “gracinhas” para a torcida.

Thomas Kuhn, em A Estrutura das Revoluções Científicas, mostrou que todo paradigma só dura enquanto explica adequadamente os fatos. Quando os erros e as exceções se acumulam, o paradigma entra em colapso, e é substituído. O Brasil atual parece não ter lido Kuhn. Diante de fatos que desmentem a narrativa, o governo não revê a estratégia, apenas nega a quadra, a rede, o placar e a arquibancada.

Se antes a esquerda se organizava em torno da luta de classes, hoje reciclou seu manual para as divisões identitárias. Sai “burguesia vs. proletariado”, entra “homens contra mulheres”, “brancos contra negros”, “ricos contra pobres”, “heteros contra LGBTQIA+”. A estratégia é dividir a sociedade em subgrupos ressentidos e polarizar a convivência e coesão social.

No “progressismo do atraso”, sempre quem perde ponto é o povo, apesar dos slogans. O resultado prático dessa política é inflação, desemprego, insegurança, fuga de investimentos, precarização da educação e asfixia do empreendedor. O saque é sempre do Estado, e a devolução — quando vem — costuma atingir o cidadão na rede de impostos.

No tênis, isso se chama erro não forçado. O ponto perdido por incapacidade própria, não por mérito do adversário. O Brasil os coleciona, na economia, na segurança, na diplomacia, na educação, por insistir em repetir jogadas que já se provaram falhas. Não há leitura de jogo, apenas recitação de um dogma.

Enquanto isso, em Paris, Djokovic, prestes a completar duas décadas no topo, permanece competitivo porque entendeu que não se vence em 2025 com a cabeça de 2005. Jannik Sinner e Carlos Alcaraz trazem a leitura de cenário, porque sabem que o adversário muda, a quadra muda, e o clima muda.

Aqui, o que muda é apenas o pretexto. A retórica se renova com termos novos — “inclusão”, “empatia”, “equidade” — mas a estrutura é a mesma. Um Estado hipertrofiado, paternalista, hostil à liberdade e ao mérito, que se apresenta como salvador enquanto vai sabotando silenciosamente aqueles que dizem proteger.

Governar, como jogar tênis, é um exercício de realidade. É preciso ler o adversário, interpretar o momento, ajustar a estratégia. O Brasil não precisa de ideólogos, precisa de estrategistas.

Não se governa como se escreve panfleto, governa-se como se joga tênis. Absolutamente, com leitura de jogo, coragem para mudar de estratégia e respeito pela realidade que quica na sua quadra, o tempo todo.













PUBLICADAEMhttps://www.pontocritico.com/espaco-pensar-artigo/patinando-em-quadra-dura-280525

Mais tolo que o personagem Tiririca

 ANDRÉBURGER

A recente eleição de Miriam Leitão para a Academia Brasileira de Letras (ABL) soma-se ao título de “Intelectual do Ano” que recebeu, em 2024, pela União Brasileira de Escritores (UBL). No passado, esse mesmo Prêmio Juca Pato foi concedido a nomes como Sobral Pinto, Jorge Amado e Fernando Henrique Cardoso. A comparação, embora desconfortável, é inevitável e, acima de tudo, reveladora. Ela simboliza a decadência da cultura brasileira.

A senhora Leitão passa agora a integrar um grupo antes reservado aos grandes nomes da literatura nacional. Fundada por Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras abrigava originalmente escritores cuja obra atravessava gerações. Hoje, abriga também celebridades. Gilberto Gil, por exemplo, ao menos pode alegar alguma contribuição literária com suas composições — a música popular tem espaço legítimo na tradição poética. Já Fernanda Montenegro, atriz renomada, foi eleita tendo como obra literária um livro de memórias. Pode-se aceitar isso como exceção. O problema é que virou regra.

“O mérito foi substituído pelo marketing, e a literatura, pela visibilidade”

O artigo 2º do estatuto da ABL afirma que “só podem ser membros efetivos da Academia os brasileiros que tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário”. A regra, ao que tudo indica, vem sendo reinterpretada com a elasticidade da Lycra. A imprecisão dos critérios, somada à ânsia de agradar personalidades midiáticas e figuras influentes do mundo político, esvaziou o prestígio que restava à instituição. O mérito foi substituído pelo marketing, e a literatura, pela visibilidade.

Mas o problema vai além da ABL. Basta observar a lista dos livros mais vendidos no Brasil. Em abril de 2025, segundo o site PublishNews, quatro dos dez títulos mais vendidos eram livros de colorir para adultos — os três primeiros do ranking, inclusive. Os demais são manuais de autoajuda com títulos motivacionais e promessas de sabedoria instantânea. Um dos campeões de vendas atende pelo nome Mais Esperto que o Diabo. Pois bem: se esse é o mais esperto, resta saber quem são os mais tolos.

A cultura brasileira passa por um processo acelerado de infantilização e empobrecimento intelectual disfarçado sob o manto da “democratização”. Premia-se a figura pública, não a produção. Confunde-se alcance com relevância. Os mecanismos de consagração cultural — prêmios, academias, listas, colunas — foram capturados por critérios afetivos, midiáticos ou ideológicos, quase nunca literários. O resultado é uma cultura onde a celebridade vale mais do que a obra.

“O título Mais Tolo que o Tiririca já não é um exagero retórico”

Esse declínio também se manifesta no ambiente acadêmico. As universidades brasileiras, sob o pretexto de “inovação” e “crítica social”, têm produzido dissertações e teses que beiram o grotesco. Há trabalhos de pós-graduação sobre o youtuber Felipe Neto, discursos de gênero no Big Brother Brasil e até análises sobre o “comportamento piriguete” como fenômeno sociológico. Claro, temas de altíssima relevância para a construção da ciência e do conhecimento humano (ironia incluída).

Não por acaso, o Brasil, com mais de 210 milhões de habitantes, jamais recebeu um Prêmio Nobel, seja em literatura ou em ciência. É triste a comparação com nossos vizinhos e pares: Argentina, com cinco prêmios; México, com três; Chile, Colômbia e Guatemala com dois cada um; Peru e até a Costa Rica. São países com menos população e recursos que produziram excelência onde nós produzimos celebridades.

Vivemos a era em que, quanto mais banal, mais visível; quanto mais superficial, mais celebrado. A inteligência virou sinônimo de afetação; a crítica, de ressentimento. O talento deu lugar à performance. A cultura foi sequestrada por quem fala sobre ela, não por quem a constrói.

Hoje, o título Mais Tolo que o Tiririca já não é um exagero retórico. É um diagnóstico. Como dizia Nelson Rodrigues: a unanimidade é burra. Sobretudo quando é promovida em nome da cultura.

*André Burger é economista e conselheiro superior do Instituto Liberal.

*Artigo publicado originalmente na Revista Oeste.












PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/mais-tolo-que-o-tiririca/


O texto que protege você

 Lexum 


Vivemos em um tempo curioso. As leis continuam escritas, os códigos continuam publicados, a Constituição permanece em vigor. Mas, ainda assim, muita gente sente que o Direito escorregou por entre os dedos. Como se a clareza das palavras tivesse sido vencida pela esperteza das interpretações. Como se, de um dia para o outro, juízes pudessem transformar o “não pode” em “pode sim”, e o “pode” em “pode, mas não agora”. E, quando isso acontece, algo de precioso se rompe: a confiança.


Essa confiança não nasce da autoridade dos tribunais nem da reputação de quem julga. Ela nasce do texto. É ele quem permite que você, cidadão comum, saiba o que esperar do Estado. Que você organize sua vida, seus negócios, seus afetos e seus medos sabendo que existe um limite — e que esse limite vale também para quem tem o poder de julgar. Quando esse texto é dobrado ao gosto do intérprete, o que se rompe não é apenas a regra. É o pacto.


Por isso, é preciso dizer, com todas as letras: o texto jurídico é mais do que um conjunto de palavras. Ele é uma arquitetura de proteção. Cada vírgula que está na Constituição foi colocada ali para conter o poder. Cada palavra que se escolheu tem peso, tem história, tem consequência. Quando se permite que essas palavras sejam reinterpretadas conforme o espírito do tempo ou a intenção moral do julgador, abrimos caminho para que o Direito deixe de ser uma defesa da liberdade e passe a ser uma ferramenta de dominação. Basta ver como a cláusula da função social da propriedade — legítima e textual — tem sido deformada por interpretações que a transformam em autorização implícita para supressão de garantias fundamentais. A função social não revoga o direito de propriedade: ela o estrutura. O que a Constituição afirma com equilíbrio, o intérprete deformador converte em licença para expropriação sem processo, sem texto, sem limite.


A minha proposta é devolver à Constituição sua função original: ser um limite. Ser um escudo. Ser uma cerca moral e institucional em torno do cidadão. Isso só é possível quando o intérprete assume a humildade de reconhecer que não está acima do texto. Que sua tarefa não é reinventar o Direito, mas compreendê-lo como foi promulgado. Isso é o que defendo com o nome técnico de public meaning originalism — um modo de interpretar a Constituição a partir do significado público das palavras no momento em que as leis foram aprovadas.


Essa proposta não vem sozinha. Ela caminha ao lado da presunção de liberdade. Porque, em um país livre, é o Estado que deve justificar cada poder que exerce — e não o cidadão que deve implorar por permissão para existir. Onde a Constituição não autoriza, o Estado se cala. Onde a liberdade não é limitada expressamente, ela é garantida. Esse princípio tão simples tem sido esquecido por muitos julgadores, que preferem buscar “valores” ou “finalidades” imaginadas em vez de se prenderem ao que está dito, preto no branco, no texto constitucional.


Mas eu sei: há quem diga que o texto é insuficiente. Que a letra mata e o espírito vivifica. Que o juiz precisa adaptar a Constituição à nova realidade. E é aí que mora o perigo. Quando um juiz se sente autorizado a “atualizar” o texto conforme sua visão de mundo, cada cidadão perde algo real — o limite que o protege hoje pode ser o mesmo que faltará amanhã. O pacto constitucional não autoriza virtudes inventadas nem moralidades de ocasião. Isso quebra o equilíbrio. Rompe a separação dos Poderes. Coloca o cidadão à mercê da subjetividade alheia — e da instabilidade permanente que ela traz.


Não se trata de negar que a realidade muda. Trata-se de afirmar que a mudança deve ocorrer por quem tem o poder legítimo de mudar: o Legislativo. O juiz não é o futuro da Constituição. Ele é o seu guardião. E todo guardião que ama o que guarda sabe: não se protege a Constituição traindo o seu texto.


A Constituição pertence ao povo — não aos especialistas nem aos tribunais. E esse povo não é uma abstração coletiva, difusa, que justifique qualquer vontade majoritária ou decisão de cima para baixo. É o destinatário direto do texto, não um especialista hermenêutico. As palavras da Constituição foram escritas para serem compreendidas pelo cidadão comum — não reinventadas por elites togadas. O povo, aqui, é cada um de nós. Cada indivíduo, com sua dignidade, sua liberdade, seus direitos. É você, que paga impostos, que assina contratos, que educa seus filhos e precisa saber, com segurança, até onde o Estado pode ir. Interpretar a Constituição com fidelidade ao texto é, acima de tudo, reconhecer que ela foi escrita para proteger pessoas reais, de carne e osso, contra abusos do poder. Quando o Estado interpreta a Constituição contra o indivíduo, ele trai o sentido do pacto. Quando o texto é respeitado, cada pessoa recupera aquilo que é seu por origem: a soberania sobre a própria vida.


É por isso que defendo uma técnica de contenção interpretativa — que proponho chamar de Doutrina da Contenção Interpretativa — fundada em três forças combinadas: o texto como limite, a liberdade como presunção e a lógica como critério. O texto impede abusos, a liberdade orienta as escolhas e a lógica barra os atalhos retóricos. Esses três elementos, quando bem combinados, constroem uma doutrina constitucional sólida, responsável e comprometida com o cidadão — não com o poder.


A clareza das normas jurídicas é uma forma de justiça. Porque, onde há clareza, há segurança, e, onde há segurança, há liberdade. O cidadão pode planejar sua vida, defender seus direitos e contestar abusos sabendo que existe um padrão estável, acessível, público — e que nem mesmo os tribunais podem ultrapassá-lo impunemente. O contrário disso é o império da incerteza, onde o mais forte, o mais influente ou o mais convincente no tribunal acaba vencendo, não por estar certo, mas por saber jogar o jogo da retórica.


E é isso que precisamos mudar. Precisamos de um novo compromisso: um compromisso com a Constituição como ela é e não como gostaríamos que fosse. Um compromisso com a contenção, com o método, com o dever de obedecer ao texto mesmo quando ele contraria nossas preferências pessoais. Esse é o único caminho honesto para um país em que o Direito proteja a todos igualmente — e não apenas os que estão do lado certo do discurso dominante. Não precisamos de juízes visionários, mas de juízes leais. Não de intérpretes com missão, mas de leitores com método.


A ideia pode parecer técnica, mas sua força é profundamente humana. Porque, no fim das contas, tudo isso diz respeito a você. À sua liberdade. À sua proteção contra o arbítrio. À sua expectativa de que o juiz cumpra a lei e não a reinvente em nome de algum bem maior que só ele enxerga.


Digo, portanto, com convicção: o texto é o antídoto. Ele cura o excesso, freia o ímpeto, denuncia o abuso e devolve ao cidadão a soberania sobre o seu próprio destino. Quando respeitado, o texto faz do juiz um servidor da norma e não seu dono. Faz da Constituição um pacto e não uma desculpa. E transforma o Direito, novamente, em um limite — e não em um palco. O Brasil não precisa de mais intérpretes criativos. Precisa de leitores fiéis.


*Leonardo Corrêa – Advogado, LL.M pela University of Pennsylvania, Sócio de 3C LAW | Corrêa & Conforti Advogados, um dos Fundadores e Presidente da Lexum.





















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