Alex Pipkin
Encontro-me em Canela para a virada. Sem brincadeiras – sérias -, espero que nada de errado caia sobre nós…
Ao lado de Gramado, que já foi conhecida como Europa verde-amarela. Estar em Gramado e Canela hoje, de fato, é como estar numa trip europeia, já que os preços se assemelham, em especial, nos lugares “da hora”, aos europeus.
Cidades turísticas, ou melhor, com apelo comercial a mil por hora.
Mas é o mercado, estúpido! Muita gente e, portanto, preços inflacionados. Na verdade, chegando nessas cidades serranas, parece que você está desembarcando na Disney e/ou em Las Vegas. Parques temáticos e luzes abundam. Muito pouco a ver com a “bucólica” Europa…
O aspecto conveniente é o de que os empresários locais – e outros – estão se beneficiando com o crescimento do turismo na região. Muito positivo. Somos diferentes, havendo gostos e apetites para tudo. Para o meu gosto e bolsos, realmente, comparando-se com outros lugares, preços para lá de altos.
No entanto, a Serra Gaúcha reflete o funcionamento do mecanismo de mercado. Uma empresa privada possui o “livre arbítrio”, ou seja, o poder de decidir o que fazer e o que cobrar de seus clientes. Assim operam os mercados, que são orientados pelo sistema de preços e, fundamentalmente, pela existência da profícua concorrência. As empresas sabem, cada vez mais e melhor, qual é a disposição de pagar de um grupo específico de pessoas.
A competição, por meio do processo schumpeteriano da destruição criativa, faz com que “velhas empresas” desapareçam, dando lugar a novas empresas e às soluções inovadoras.
Os mercados demonstram que quem manda no jogo é o consumidor; a velha e verdadeira soberania do consumidor.
Embora se possa dizer que hoje o consumidor seja manipulado pelas práticas de marketing, eu continuo acreditando na soberania do consumidor. É o consumidor que define a demanda e a consequente oferta de produtos – e de empresas nos mercados. Que bom que seja assim.
Ontem fui jantar em um restaurante canelense. O garçom me perguntou se éramos canelenses. Preços mais baixos, ok. Não há nada de errado e/ou imoral em torno da discriminação de preços, especialmente, nesse contexto serrano de “preços europeus”. É totalmente legal discriminar os preços em qualquer base que não seja especificamente proibida por lei, exceto para “raça, cor e religião”.
A determinação de preços é da empresa, e a respectiva justificativa de escolha de preços para seus clientes é prerrogativa desta. Similarmente, e pela soberania do consumidor, é o consumidor quem escolhe de quem comprar e/ou consumir.
Pode até parecer estranha e gozada tal diferenciação, mas não há nada de imoral e/ou trapaça envolvida. Tudo é muito justo. Essas são práticas corriqueiras. Ou você, por exemplo, nunca foi a algum museu que cobrasse preços diferentes para distintas faixas etárias? Normalíssimo. A decisão é da empresa, que deve analisar o ambiente competitivo, em especial, a concorrência, e implementar estratégias a fim de maximizar seus lucros.
Factualmente, como é salutar quando as empresas fazem tais escolhas discriminatórias de preços a fim de fidelizar e/ou ganhar clientes, com base na análise competitiva de mercado e, evidentemente, mirando nas suas margens de lucratividade! O erro mortal sempre é perder de vista à satisfação do cliente!
O penoso mesmo se verifica quando inexiste concorrência, e assim os “grandes” monopolistas ou oligopolistas aumentam seus preços sem se preocupar em “perder clientes”. Horror. Para alguns poderia parecer injusta a situação que vivenciei ontem em tal restaurante de Canela. Como pode um cliente estar pagando menos do que eu pelos mesmos produtos e serviços?
Contudo, creiam, nada mais natural, justo e comum, por parte das empresas, nos dias de hoje. Como diriam os especialistas “de verdade”: “É o mercado, estúpido!”.
PUBLICADAEMhttps://www.institutoliberal.org.br/blog/politica/as-escolhas-discriminatorias-de-precos/
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